Impacto da severidade das úlceras de pé diabético no risco de mortalidade a 3 anos Joana Rigor 1, Sara Pinto 1, Daniela Martins-Mendes 1,2,3, Consulta.

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Transcrição da apresentação:

Impacto da severidade das úlceras de pé diabético no risco de mortalidade a 3 anos Joana Rigor 1, Sara Pinto 1, Daniela Martins-Mendes 1,2,3, Consulta Multidisciplinar de Pé Diabético do CHVNG/Espinho EPE 1, Matilde Monteiro-Soares 4 1 Centro Hospitalar de Vila Nova de Gaia/ Espinho EPE; 2 Departamento de Bioquímica da Faculdade de Medicina da Universidade do Porto; 3 I3S; 4 MEDCIDS/ CINTESIS da Faculdade de Medicina da Universidade do Porto

Introdução Uma revisão sistemática com meta-análise concluiu que sujeitos com DM e úlcera podológica apresentavam risco de morte, enfarte agudo do miocárdio fatal e acidente vascular cerebral fatal significativamente mais elevado [Brownrigg JR, 2012] Um estudo revelou que, mesmo ajustando para a idade e o número de complicações clínicas relacionadas com a DM, esse risco permanece aumentado [Martins-Mendes D, 2014] Alguns estudos têm surgido no sentido de entender se este risco estará associado com o tipo, características ou severidade da úlcera [Brennan MB, 2016; Chammas 2016] No entanto são escassos e utilizam metodologias dispares que impedem de retirar conclusões robustas

Objetivos Analisar a associação entre diferentes características e severidade das úlceras podológicas em indivíduos com DM e o risco de mortalidade a 3 anos Avaliar a validade das classificações de úlceras podológicas em indivíduos com DM para a predição deste desfecho clínico

Métodos Estudo de coorte com 1ª consulta foram recolhidas inclusão consecutiva de sujeitos com DM e úlcera ativa que recorreram à nossa consulta de Janeiro de 2010 a Março de 2013 1ª consulta foram recolhidas variáveis demográficas caracterização clínica caracterização podológica

Métodos Na 1ª consulta foram aplicadas 12 classificações de caracterização de úlcera podológica em sujeitos com DM identificadas numa revisão sistemática CHS, DEPA, DIAFORA, DUSS, IDSA-IWGDF, Margolis et al., Meggitt-Wagner, SEWSS, SIGN, SINBAD, University of Texas e Van Acker-Peter A consulta do relatório clínico permitiu o seguimento dos sujeitos por 3 anos ou até à data da morte Foi analisada de forma univariada a associação das variáveis recolhidas com a mortalidade A validade das diferentes classificações foi avaliada através do cálculo da área sob a curva ROC (AUC)

Resultados: Caracterização amostra Foram incluídos 293 sujeitos, idade média de 68 anos; duração da DM de 18 anos; índice de massa corporal de 27 kg/m2 30% dos sujeitos (n=89) faleceram

Resultados: Associação de variáveis Variáveis sem associação com o risco de mortalidade: Neuropatia diabética periférica Doença arterial periférica Deformidade podológica Gangrena Infeção Múltiplas úlceras Úlcera crónica (> 3 semanas) Variáveis com associação com o risco de mortalidade: Idade os sujeitos que faleceram apresentavam uma idade média superior em 5 anos (66 vs. 71 anos) História de úlcera prévia História de amputação prévia

Resultados: Validade das classificações Nenhuma das classificações demonstrou ter capacidade predizer adequadamente a mortalidade a 3 anos; valores da AUC: 0.48 a 0.55

Conclusões A patofisiologia das úlceras podológicas em sujeitos com DM é complexa O aparecimento destas úlceras pode funcionar como marcador ou fator precipitante de alterações a nível sistémico

Conclusões A ligação entre a presença de UPD e o risco de mortalidade não está ainda bem esclarecido O nosso estudo reforça a existência desta ligação com uma mortalidade a 3 anos de 30%, estando ao nível dos valores descritos na literatura Esta associação poderá estar relacionada com aspetos não podológicos mas potencialmente bioquímicos ou psicossociais Ao contrário de outros estudos com diferenças metodológicas, não encontramos associação entre a presença de gangrena ou a severidade da UPD e a mortalidade

Obrigada pela vossa atenção