PAS 2014 Vós também, senhores juízes, deveis bem esperar da morte e considerar particularmente esta verdade: não há, para o homem bom, mal algum, quer.

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Transcrição da apresentação:

PAS 2014 Vós também, senhores juízes, deveis bem esperar da morte e considerar particularmente esta verdade: não há, para o homem bom, mal algum, quer na vida, quer na morte, e os deuses não descuidam do seu destino. O meu não é consequência do acaso; vejo claramente que era melhor para mim morrer agora e ficar livre de fadigas. Platão. Apologia de Sócrates. In: Os pensadores. São Paulo: Nova Cultural, 2000, p. 96. A partir da leitura do fragmento de texto acima, faça o que se pede Com relação à obra Apologia de Sócrates e às reflexões filosóficas acerca da morte, assinale a opção correta. A. A atitude de Sócrates diante da morte é de serenidade, pois, para um homem bom, não há mal algum na morte. B. Para a filosofia, cujo estudo privilegia a existência humana, a discussão sobre a morte é prescindível, pois a vida é o que realmente interessa. C. Para Sócrates, que não crê nos deuses nem no destino, tudo acaba com a morte e, por isso, ele não a teme. D. Iniciada com o cristianismo, a reflexão filosófica sobre a morte impediu discussões sobre as ações éticas do homem na tomada de decisões.

Não deve ser, portanto, crédulo o Príncipe, nem precipitado, e não deve amedrontar a si próprio, e proceder equilibradamente, com prudência e humanidade, de modo que 4 a confiança demasiada não o torne incauto e a desconfiança excessiva não o faça intolerável. Nasce daí esta questão debatida: será melhor ser 7 amado que temido, ou vice-versa. Responder-se-á que se desejaria ser uma e outra coisa; mas, como é difícil reunir, ao mesmo tempo, as qualidades que dão aqueles resultados, é 10 muito mais seguro ser temido que amado, quando se tenha de falhar em uma das duas. Maquiavel. O príncipe. São Paulo: Folha de S. Paulo, 2010, p. 38. Considerando a obra O Príncipe, de Maquiavel, e o fragmento acima, dela extraído, julgue os itens subsequentes. 1. Conforme propõe Maquiavel, o príncipe deve ser temido quando executa atos de violência em benefício próprio. 2. Segundo Maquiavel, o príncipe amado é uma prova de fraqueza no exercício do poder. 3. A obra O Príncipe insere-se no contexto de transformação histórica que, na Europa do início da Idade Moderna, conduziu à consolidação dos Estados nacionais e dos regimes absolutistas. 4. A centralização do poder político que sucedeu a fragmentação característica do feudalismo foi decisiva para a expansão comercial e marítima que resultou na abertura de novas rotas comerciais para o Oriente e na descoberta do Novo Mundo. 5. A teoria do direito divino dos reis, um dos pontos de sustentação do absolutismo, teve em Maquiavel seu mais celebrado autor.

[Na verdade, um príncipe] “não deve se importar se o considerarem cruel quando, por causa disso, puder manter seus súditos unidos e leais. (...) É necessário que um príncipe saiba muito bem disfarçar sua índole e ser um grande hipócrita e dissimulador (...) [pois] os seres humanos, de uma maneira geral, julgam mais pelo que veem e ouvem do que pelo que sentem. Todos veem o que pareces ser, mas poucos realmente sentem o que és. (...) As pessoas comuns são sempre levadas pelas aparências e pelos resultados e é a massa vulgar que constitui o mundo”. Nicolau Maquiavel. O príncipe. São Paulo: DPL Editora, 2008, p Tendo o texto acima como referência inicial, julgue os itens de 11 a Nas denominadas sociedades tradicionais, o tempo é visto como cíclico, a religião ocupa posição irrelevante, as mudanças sociais são contínuas e a própria mudança é um valor caro ao grupo. 12 As sociedades modernas são organizadas a partir de princípios coletivos, sendo a agricultura familiar o motor de sua economia, e o Estado tende a estar unido à religião. 13 Denomina-se socialização o processo pelo qual as pessoas aprendem a viver conforme as regras de seu grupo. 14 A despeito de ser um homem do Renascimento, período em que se buscava a revalorização dos princípios da Antiguidade Clássica, Maquiavel estabelece a distinção entre Ética e Política a partir de uma visão pragmática do mundo, o que contrastava com a percepção de, por exemplo, Platão ou Aristóteles, para os quais a Ética está para o indivíduo assim como a Política está para a polis. 15 Platão — considerada a sua epistemologia calcada em um Mundo das Ideias — não se oporia à seguinte colocação de Maquiavel: “As pessoas comuns são sempre levadas pelas aparências e pelos resultados e é a massa vulgar que constitui o mundo”. 16 A unificação da Itália era uma das preocupações de Maquiavel. As diferenças entre O Príncipe de Maquiavel e o Filósofo-Rei de Platão devem-se ao fato de o que hoje é a Itália ser um conjunto de Estados independentes à época de Maquiavel e ao fato de a Grécia ser um Estado unificado na Antiguidade Clássica. 17 Embora Maquiavel faça referência a uma “massa vulgar que constitui o mundo”, sabe-se que uma das principais características das sociedades humanas é sua diversificação.

Respostas 11 - E 12 - E 13 - C 14 - C 15 - C 16 - E 17 - C

Por toda parte eu vou persuadindo todos, jovens e velhos, a não se preocuparem exclusivamente, nem tão ardentemente, com o corpo e com as riquezas, como devem se 4 preocupar com a alma, para que ela seja quanto possível melhor. E vou dizendo que a virtude não nasce da riqueza, mas da virtude vêm, aos homens, as riquezas e todos os outros 7 bens, tanto públicos como privados. Se, falando assim, eu corrompo os jovens, tais raciocínios são prejudiciais; mas se alguém disser que digo 10 outras coisas que não essas, não diz a verdade. Platão. Apologia de Sócrates. Maria Lacerda de Souza (Trad.) (com adaptações). Tendo o trecho de texto acima como referência, julgue o item Berço da cultura clássica, que influenciou a trajetória histórica do mundo ocidental, a Grécia praticou uma concepção de democracia que abrangia o conjunto da população da polis e que aceitava as manifestações políticas favoráveis ou contrárias ao poder estabelecido

Há mais de cem anos, a escravidão foi abolida do Brasil. O documentário Atlântico Negro — na Rota dos Orixás focaliza as relações culturais África-Brasil, motivadas 4 pelo tráfico de escravos. O diretor do filme, Renato Barbieri, evitou os clichês turísticos dos documentários usuais sobre o tema, que se 7 concentram no candomblé e na capoeira da Bahia, e mergulhou na cultura vodu, que, originária do antigo Daomé (hoje Benin), se enraizou principalmente no Maranhão. 10 O culto dos orixás do candomblé — também surgido no Daomé — é abordado no contexto amplo das relações culturais entre os dois continentes, e não como fenômeno 13 isolado. Uma das novidades do filme, aliás, é mostrar essas relações como um processo de mão dupla: não só houve influência africana na cultura brasileira, como também o inverso. 16 O documentário vai ao atual Benin e rastreia o que ficou da passagem dos negros brasileiros que para lá voltaram, levando consigo costumes luso-brasileiros, entre eles, a religião 19 católica, que passou a conviver com os antigos cultos jeje- daomeanos e o islamismo. Um dos achados do filme é o diálogo, por meio de vídeo, entre dois sacerdotes vodus, um do 22 Maranhão e o outro do Benin. O filme participou do Festival de Cannes em 1999, na mostra Noir-Black-Negro, cujo tema era o mundo dos negros. José Geraldo Couto. Folha de S. Paulo, maio/1999, Folha Ilustrada, 4.º caderno, p. 113 (com adaptações). Em relação às informações e às estruturas linguísticas do texto, julgue os itens de 17 a 21 e assinale a opção correta nos itens 22 e 23, que são do tipo C. 17 Conforme as informações do texto, negros brasileiros descendentes de escravos voltaram ao Benin (antigo Daomé) e levaram traços da cultura e dos costumes luso-brasileiros para terras 20 Infere-se das informações do texto que, geralmente, os documentários focalizam o candomblé e a capoeira, sem relacioná-los a questões mais amplas do universo cultural. 23 Depreende-se das informações do texto que, entre os cultos religiosos praticados no Benin, inclui-se A. a variedade de cultos jeje originários do Brasil. B. o dos orixás originário da Bahia. C. o do catolicismo, disseminado pelos descendentes de escravos do Brasil. D. o vodu, difundido pelos descendentes de escravos brasileiros C 20 - C 23 - C

Aqueles que são sábios reconhecem que diferentes nações têm concepções diferentes das coisas e, sendo assim, os senhores não ficarão ofendidos ao saber que a vossa ideia de educação não é a mesma que a nossa. Muitos dos nossos bravos guerreiros foram formados nas escolas do Norte e aprenderam toda a vossa ciência. Mas, quando voltavam para nós, eles eram maus corredores, ignorantes da vida da floresta e incapazes de suportarem o frio e a fome. Não sabiam como caçar o veado, matar o inimigo e construir uma cabana, e falavam nossa língua muito mal. Eles eram, portanto, totalmente inúteis. Não serviam como guerreiros, como caçadores ou como conselheiros. Ficamos extremamente agradecidos pela vossa oferta e, embora não possamos aceitá-la, para mostrar a nossa gratidão, oferecemos aos nobres senhores da Virgínia que nos enviem alguns dos seus jovens, que lhes ensinaremos tudo o que sabemos e faremos, deles, homens. Carta do Conselho das Doze Tribos Indígenas da América do Norte. In: Carlos R. Brandão. O que é educação. 19.a ed. São Paulo: Brasiliense, 1987, p. 8-9 (com adaptações). A partir do fragmento de texto acima, assinale a opção correta no item a seguir, que é do tipo C. 33 Infere-se do fragmento de texto apresentado que a educação A. é um fenômeno social, presente nas diversas culturas. B. está associada ao surgimento de um sistema de códigos escritos. C. está vinculada ao surgimento de uma instituição específica: a escola. D. modela o mesmo ideal de homem em diferentes sociedades e tempos.

Embora a proximidade sugira um episódio de interação social, ela nada nos diz das experiências desse tipo vividas pelos participantes. Alguns dirão que seus “amigos virtuais” — aqueles com os quais se comunicam pela Internet — são tão “amigos” quanto aqueles com os quais se encontram fisicamente. Zygmunt Bauman e Tim May. Aprendendo a pensar com a sociologia. Trad.: Alexandre Werneck. Rio de Janeiro: Jorge Zahar, 2010, p. 53 (com adaptações). A partir do fragmento de texto acima, faça o que se pede no item a seguir, que é do tipo C. 41. A respeito de sociabilidade e interações sociais, assinale a opção correta. A. A interação social requer, necessariamente, a presença física dos indivíduos. B. Sociabilidade é o fenômeno social que indica a característica inata dos seres humanos de viver em sociedade. C. Em sociedade, o indivíduo insere-se em uma única rede de sociabilidade. D. As interações sociais entre indivíduos independem dos grupos de que o indivíduo participa.

Era a este ponto que eu queria chegar, quando dizia que a pintura e, de um modo geral, a arte de imitar, executam as suas obras longe da verdade e, além disso, convivem com a parte de nós mesmos avessa ao bom senso, sem ter em vista, nesta companhia e amizade, nada que seja são ou verdadeiro. Platão. A República. Lisboa: Fundação Calouste Gulbenkian, O sentido do termo surrealismo está relacionado a um estado de fantasia supernaturalista como um afastamento total dessa realidade comum. O que existe em vigência é uma grande contradição entre aquilo que foi um sonho e a realidade, e é preciso resolver esta questão criando-se uma realidade que seja absoluta. Isso permite a exploração, por meio das artes, dos impulsos ocultos das mentes e também do imaginário. O surrealismo se opõe diretamente às tendências construtivas e de retorno à ordem que floresceram na Europa depois da Primeira Guerra Mundial. Internet: (com adaptações). Temos a arte para não morrer da verdade. Friedrich Nietzsche. Obra Completa. Tendo os fragmentos de textos acima como referência inicial, julgue os itens a seguir. 83. Nietzsche e Platão entendem a verdade como única e objetiva. E 86. Nietzsche e Platão valoram de maneira oposta o papel da arte na existência humana. C