DEPRESSÃO NO IDOSO: DIAGNÓSTICO Dra. Silvana de Araújo 2005
Importância Alta prevalência no idoso Potencialmente tratável Causa grande prejuízo à reabilitação do paciente e Maior permanência hospitalar
Importância Acarreta grande sofrimento e desorganização pessoal, familiar, social e profissional Aumento da morbimortalidade Condição subdiagnosticada e subtratada
Causas líderes de incapacitação no mundo 1. Depressão maior unipolar ... 10,7% 2. Anemia ferroporiva .... 4,7 % 3. Queda ..... 4,6 % 4. Uso de álcool ..... 3,3 % 5. DPOC ..... 3,1 % OMS,1990
Introdução Depressão é um termo amplamente utilizado que pode designar : um estado de humor não patológico, familiar a várias pessoas (inclusive leigos); um sintoma patológico isolado secundário a várias causas ou uma síndrome clínica ou doença com curso e prognóstico específicos.
Definição Distúrbio da área afetiva ou do humor com forte impacto funcional em qualquer faixa etária com repercussões para a vida: redução da capacidade para pensar, sentir, interagir com o meio, trabalhar e etc Natureza multifatorial com aspectos de ordem biopsicossocial
Epidemiologia Depressão maior : 1 a 5% (atenção primária) e 5 a 12 % (instituições) Em hospitais: 25 % Prevalência de distimia:10 a 30 % Sexo feminino: maior prevalência
Etiologia Do ponto de vista biológico, a participação genética na depressão do idoso parece menos importante Regulação inadequada do eixo hipotalâmico-hipofisário-adrenal,disfunção do eixo hipotalâmico-hipofisário tireoideano, alterações dos ritmos circadianos, atrofia cortical e subcortical, lesões dos gânglios basais
Etiologia Teoria dos neurotransmissores : desregulação heterogênea de aminas biogênicas (NA, serotonina, DA, Ach) GABA? Peptídeos neuroativos?
Etiologia Fatores de risco especiais: Sexo feminino solidão episódios depressivos prévios doenças clínicas estado civil, morar só
Etiologia Fatores de risco especiais: luto aposentadoria dificuldade financeira internação perda funcional
Condições Associadas - medicamentos ·Anti-hipertensivos:@-metildopa, reserpina, beta bloqueadores, clonidina, bloqueadores canais de cálcio. ·Anagésicos narcóticos: morfina, codeína, meperidina. ·Drogas de ação central; levodopa, álcool, anticonvulsivantes, tranquilizantes, hipnóticos. Outros: digital, cimetidina, AINE, antineoplásicos, e corticosteróides
Condições Associadas Doenças sistêmicas: Colagenoses Distúrbios hidroeletrolíticos Doenças Cardiovasculares Infecções (hepatite, gripe,PNM,sífilis,SIDA) Endocrinopatias (hipotireoidismo, Cushing, Addison, hipoparatireoidismo) Neoplasias (Ca de pulmão, pâncreas) Estados carenciais (vit. B12)
Prognóstico Doença potencialmente tratável Estudos mostram taxas de boa resposta ao tratamento de 60 a 70 % Idoso tem mais sintomas residuais
Prognóstico Um pior prognóstico parece associar-se a presença de: doenças clínicas alterações cognitivas sintomas depressivos severos cronicidade do episódio severidade de eventos intervenientes (ideação delirante, etc)
Avaliação Diagnóstica O diagnóstico é clínico, baseado em uma história clínica completa (incluir história psiquiátrica pregressa e familiar; história medicamentosa rigorosa), exame físico e neurológico
Avaliação Psiquiátrica Respeitar o discurso livre do paciente Entrevista sistemática : observar o aspecto físico (aparência) do paciente, Observar o conteúdo do discurso Identificar fatores de risco Uso de instrumentos de rastreio, escalas,para detectar depressão e risco de suicídio
Escalas de Avaliação Hamilton(1960) – 17 ítens (0-50 pts) Inventário de BecK (1961) –21 ítens (0-63 pts) GDS (yesavage,1983) – 15 ítens (15 pts)
Conclusão Diagnóstica O passo mais importante é contrapor os dados obtidos ao longo da entrevista c/ critérios diagnósticos padronizados : CID 10 (OMS, 1993) DSM IV (American Psiquiatry Association,1994)
Avaliação Diagnóstica Avaliação laboratorial : HMG, íons, glicemia, testes de função renal, tireoideana, hepática, dosagem de vit. B12 e ácido fólico, sífilis e urinálise Avaliação do comprometimento funcional (das atividades do dia a dia) Avaliação do suporte social
Depressão Maior Mais de 2 semanas de sintomas Alteração do comportamento prévio Sintomas presentes a maior parte do tempo, quase todos os dias 1 destes sintomas presentes :Humor deprimido ou perda de interesse de prazer 5 ou mais dos sintomas abaixo presentes: insônia ou hipersonia Perda ou ganho de peso Agitação ou retardo psicomotor Fadiga ou perda de energia
Depressão Maior Auto depreciação ou culpa excessiva ou inapropriada Redução da capacidade de concentração, lentidão de pensamento ou indecisão Idéias recorrentes de morte, ideação suicida recorrente sem um plano específico, ou tentativa de suicídio ou um plano específico para cometer suicídio
Depressão Maior Sem critérios para episódio misto Os sintomas causam sofrimento ou incapacitação social Não são devidos a efeitos fisiológicos diretos de uma substância Os sintomas não são ligados ao luto
Distimia Sintomas se arrastam por pelo menos 2 anos,na maioria dos dias,mais dias sim que não: - Humor deprimido associado a pelo menos 2 dos 6 sintomas: Insônia ou hipersonia Astenia ou cansaço crônico Alteração do apetite
Distimia Redução da atenção e concentração Baixa auto-estima Pessimismo/desesperança O distúrbio causa significativo prejuízo social, ocupacional,ou em outras áreas de funcionamento
Distimia Sem critérios de depressão maior neste período Sem critérios de episódio maníaco neste período Os sintomas não se devem a efeitos fisiológicos de substância ou doença clínica
Tratamento : Tipos e Fases Biológico : farmacoterapia e ECT Abordagens psicossociais Fases: aguda continuação (visa evitar a recaída) manutenção (visa evitar a recorrência)