Aula 6 RESPONSABILIDADE CIVIL RC nas relações de consumo Prof. Alexandre Guerra
2 CDC. Lei n. 8.078, de 11 de setembro de 1990 CONCEITO DE CONSUMIDOR Art. 2 - Consumidor é toda pessoa física ou jurídica que adquire e utiliza produto ou serviço como destinatário final. Parágrafo único. Equipara-se a consumidor a coletividade de pessoas, ainda que indetermináveis, que haja intervindo nas relações de consumo. Consumidor por equiparação Art. 17 - Para os efeitos desta Seção, equiparam-se aos consumidores todas as vítimas do evento.
3 CONCEITO DE FORNECEDOR Art. 3 - Fornecedor é toda pessoa física ou jurídica, pública ou privada, nacional ou estrangeira, bem como os entes despersonalizados, que desenvolvem atividades de produção, montagem, criação, construção, transformação, importação, exportação, distribuição ou comercialização de produtos ou prestação de serviços:
4 CONCEITO DE PRODUTO Parágrafo primeiro - Produto é qualquer bem, móvel ou imóvel, material ou imaterial. CONCEITO DE SERVIÇO Parágrafo segundo - Serviço é qualquer atividade fornecida no mercado de consumo, mediante remuneração, inclusive as de natureza bancária, financeira, de crédito e securitária, salvo as decorrentes das relações de caráter trabalhista.
5 NORMA PRINCIPIOLÓGICA. DIÁLOGO DAS FONTES NORMATIVAS Art. 7 - Os direitos previstos neste Código não excluem outros decorrentes de tratados ou convenções internacionais de que o Brasil seja signatário, da legislação interna ordinária, de regulamentos expedidos pelas autoridades administrativas competentes, bem como dos que derivem dos princípios gerais do direito, analogia, costumes e equidade. RESPONSABILIDADE CIVIL SOLIDÁRIA Parágrafo único. Tendo mais de um autor a ofensa, todos responderão solidariamente pela reparação dos danos previstos nas normas de consumo.
6 DEVER DE NÃO COLOCAR EM CIRCULAÇÃO PRODUTOS PERIGOSOS DEVER DE INFORMAÇÃO Art. 8 - Os produtos e serviços colocados no mercado de consumo não acarretarão riscos à saúde ou segurança dos consumidores, exceto os considerados normais e previsíveis em decorrência de sua natureza e fruição, obrigando-se os fornecedores, em qualquer hipótese, a dar as informações necessárias e adequadas a seu respeito. Parágrafo único. Em se tratando de produto industrial, ao fabricante cabe prestar as informações a que se refere este artigo, através de impressos apropriados que devam acompanhar o produto.
7 DEVER DE SEGURANÇA E INFORMAÇÃO Art. 9 - O fornecedor de produtos e serviços potencialmente nocivos ou perigosos à saúde ou segurança deverá INFORMAR, de maneira ostensiva e adequada, a respeito da sua nocividade ou periculosidade, sem prejuízo da adoção de outras medidas cabíveis em cada caso correto. Fornecimento de bebidas alcoólicas, fumo, agrotóxicos, fogos de artifício, material radioativo, dedetização de prédios, demolição de prédios podem ser colocados no mercado desde que tenha informações ostensivas e adequadas prestadas pelo fornecedor.
8 RC PELO FATO DO PRODUTO Art. 12 - O fabricante, o produtor, o construtor, nacional ou estrangeiro, e o importador respondem, independentemente da existência de culpa, pela reparação dos danos causados aos consumidores por defeitos decorrentes de projeto, fabricação, construção, montagem, fórmulas, manipulação, apresentação ou acondicionamento de seus produtos, bem como por informações insuficientes ou inadequadas sobre sua utilização e riscos.
9 CONCEITO DE PRODUTO DEFEITUOSO Parágrafo primeiro - O produto é defeituoso quando não oferece a segurança que dele legitimamente se espera, levando-se em consideração as circunstâncias relevantes, entre as quais: I - sua apresentação; II - o uso e os riscos que razoavelmente dele se esperam; III - a época em que foi colocado em circulação. Parágrafo segundo - O produto não é considerado defeituoso pelo fato de outro de melhor qualidade ter sido colocado no mercado.
10 HIPÓTESES DE NÃO INCIDÊNCIA DE DEVER DE INDENIZAR Parágrafo terceiro - O fabricante, o construtor, o produtor ou o importador só não será responsabilizado quando provar: I - que não colocou o produto no mercado; II - que embora haja colocado o produto no mercado, o defeito inexiste; III - a culpa exclusiva do consumidor ou de terceiro. Caso fortuito e força maior?
11 RESPONSABILIDADE CIVIL SOLIDÁRIA DO COMERCIANTE Art. 13 - O comerciante é igualmente responsável, nos termos do artigo anterior, quando: I - o fabricante, o construtor, o produtor ou o importador não puderem ser identificados; II - o produto for fornecido sem identificação clara do seu fabricante, produtor, construtor ou importador; III - não conservar adequadamente os produtos perecíveis. Parágrafo único. Aquele que efetivar o pagamento ao prejudicado poderá exercer o direito de regresso contra os demais responsáveis, segundo sua participação na causação do evento danoso.
12 RC PELO FATO DO SERVIÇO Art. 14 - O fornecedor de serviços responde, independentemente da existência de culpa, pela reparação dos danos causados aos consumidores por defeitos relativos à prestação dos serviços, bem como por informações insuficientes ou inadequadas sobre sua fruição e riscos.
13 CONCEITO DE SERVIÇO DEFEITUOSO Parágrafo primeiro - O serviço é defeituoso quando não fornece a segurança que o consumidor dele pode esperar, levando-se em consideração as circunstâncias relevantes, entre as quais: I - o modo de seu fornecimento; II - o resultado e o riscos que razoavelmente dele se esperam; III - a época em que foi fornecido. Parágrafo segundo - O serviço não é considerado defeituoso pela adoção de novas técnicas.
14 HIPÓTESES DE NÃO INCIDÊNCIA DE RC PELO FATO DO SERVIÇO Parágrafo terceiro - O fornecedor de serviços só não será responsabilizado quando provar: I - que, tendo prestado o serviço, o defeito inexiste; II - a culpa exclusiva do consumidor ou de terceiro. RC DOS PROFISSIONAIS LIBERAIS (SUBJETIVA) Parágrafo quarto - A responsabilidade pessoal dos profissionais liberais será apurada mediante a verificação de culpa.
15 PRAZO DECADENCIAL DE RC Art. 26 - O direito de reclamar pelos vícios aparentes ou de fácil constatação caduca em: I - 30 (trinta) dias, tratando-se de fornecimento de serviço e de produto não duráveis; II - 90 (noventa) dias, tratando-se de fornecimento de serviço e de produto duráveis. TERMO INICIAL Parágrafo primeiro - Inicia-se a contagem do prazo decadencial a partir da entrega efetiva do produto ou do término da execução dos serviços.
16 FATOS QUE OBSTAM A FLUÊNCIA DO PRAZO DECADENCIAL Parágrafo segundo - Obstam a decadência: I - a reclamação comprovadamente formulada pelo consumidor perante o fornecedor de produtos e serviços até a resposta negativa correspondente , que deve ser transmitida de forma inequívoca ; II - a reclamação formalizada perante os órgãos ou entidades com atribuições de defesa do consumidor, pelo prazo de 90 (noventa) dias; (Vetado). III - a instauração de inquérito civil, até seu encerramento.
17 PRAZO DECADENCIAL NO VÍCIO OCULTO Parágrafo terceiro - tratando-se de vício oculto, o prazo decadencial inicia-se no momento em que ficar evidenciado o defeito. RC POR ACIDENTE DE CONSUMO. PRESCRIÇÃO. Art. 27 - Prescreve em 5 (cinco) anos a pretensão à reparação pelos danos causados por fato do produto ou do serviço prevista na Seção II deste Capítulo, iniciando-se a contagem do prazo a partir do conhecimento do dano e de sua autoria.