2 - A comunidade matemática e as suas práticas discursivas

Slides:



Advertisements
Apresentações semelhantes
Algoritmos e conceitos: O que fazer com a divisão?
Advertisements

Recentes estudos sobre as escolas e o ensino In Good, T. e Weinstein, R. (1999, 3ª edição): As organizações escolares em análise, coordenação de antónio.
Fundamentos da Didáctica da Matemática
FERRAMENTAS PEDAGÓGICAS INTERATIVAS
Avaliação Mediadora: Uma prática em construção da pré-escola à Universidade Jussara Hoffmann.
FORMAÇÃO CÍVICA UM CAMINHO A PERCORRER.
Matemática para todos Educação Básica
Escola Superior de Educação
UNIVERSIDADE ESTADUAL DE MATO GROSSO DO SUL - UEMS
Síntese das problemáticas Desafios Recomendações
Didáctica da Matemática
Fim à aritmética de papel e lápis Ralston, A. (1999) Propõe o fim do ensino da APL na escola elementar em substituição de um currículo que valoriza a AM.
Trabalho realizado por: Célia Mercê, Nelson Mestrinho e Sara Aranha
In “Educação Matemática: Caminhos e encruzilhadas”
Faculdade de Ciências da Universidade de Lisboa
Objectivo Objectivo – Apoiar o Programa de Formação de Professores do 1º Ciclo no ensino experimental das ciências Criticas Criticas - Diferença entre.
SECRETARIA MUNICIPAL DE EDUCAÇÃO
DIRETRIZES CURRICULARES DA EDUCAÇAO BÁSICA
O Processo de construção de conhecimento matemático e o fazer didático
DIDÁTICA E METODOLOGIA NO ENSINO SUPERIOR
Lideranças nas organizações educativas
A modelação de sistemas enquanto ferramentas cognitivas.
Apresentação dos Conteúdos Programáticos
Graduação em Docência Universitária: Métodos e Técnicas
Linguagens didático-pedagógicas para o ensino da
DIRETRIZES CURRICULARES DA EDUCAÇAO BÁSICA
SÉRIES INICIAIS DO ENSINO FUNDAMENTAL
PNLD 2014 – Ensino Fundamental II
Ciências no Ensino Fundamental e na Educação Infantil – Aula 9
INTERAÇÃO COM O MUNDO NATURAL:
O Currículo e a Organização do Ensino de Matemática
Os projetos de trabalho: uma forma de organizar os conhecimentos escolares Bases técnicas que fundamentam a organização curricular a partir de projetos.
Implementação do Projecto Competências TIC Fevereiro de 2009.
A EDUCAÇÃO FÍSICA ESCOLAR
Disciplina: Estágio Supervisionado I
Estratégias informais de cálculo
Programa de Formação Contínua em Matemática para Professores dos 1
A melhoria nos índices do IDESP desafio da escola atual
CONHECIMENTOS ESPECÍFICOS PROFESSORA: LILIAN MICHELLE
Definições situacionais.
INICIAÇÃO À DOCÊNCIA PARA A EDUCAÇÃO BÁSICA
AS POSSIBILIDADES PEDÁGOGICAS DO FACEBOOK. Alguns estudos têm apontado a possibilidade e relatado experiências positivas de utilização do Facebook com.
A formação de professores e o Processo de Bolonha
A Educação Matemática como Campo Profissional e Científico
APRENDIZAGEM COOPERATIVA/ENSINO COOPERADO
Perguntas de Modelação
ESTÁGIO SUPERVISIONADO II HABILIDADES TÉCNICAS DE ENSINO
Avaliação EQUIPE GESTORA MLV.
EDUCAÇÃO MATEMÁTICA Ana Valéria Dacielle Elvys Wagner Rinaldo
Computer & Education Tópicos Especializados em Engenharia de Software Alexandre Barbosa Cazeli Denis Colli Spalenza.
PROGRAMA GESTÃO DA APRENDIZAGEM ESCOLAR
ESTILOS DE APRENDIZAGEM
Guia para Estágio e Seminários Temáticos – módulo linguagem
Níveis de Planejamento Educacional e de Ensino
LEITURA EM CONTEXTO ESCOLAR
A apresentação desenrola-se automaticamente, mas se desejar “apressar” algum diapositivo basta “clicar” com o rato numa qualquer área da apresentação.
Concepções em Educação Matemática
Thiago Oliveira da Motta Sampaio Leitura de: PCN do Ensino Médio: k Linguagens, Códigos e suas Tecnologias 17 de Abril de 2009 Didática Especial Universidade.
Área de Ciências Humanas no Ensino Fundamental
LETRAMENTO CRÍTICO VISUAL: EXPLORANDO A LÍNGUA EM MUITAS FORMAS
Grupo de Trabalho 4 AS ATIVIDADES DE FORMAÇÃO DE PROFESSORES E A PESQUISA SOBRE EDUCAÇÃO BÁSICA.
PERCURSOS ESCOLARES ATRAVÉS DA EDUCAÇÃO DIFERENCIADA: DISCURSOS SOBRE AS ESCOLHAS DOS COLÉGIOS FOMENTO EM PORTUGAL João Monteiro Feijão Sociólogo, Assistente.
Didáctica da Matemática 1º Ciclo – PONTE e SERRAZINA Prof. Dr. Manoel Oriosvaldo de Moura.
A PESQUISA COMO PRINCÍPIO EDUCATIVO Ana Paula Palheta PRÓ-REITORIA DE PESQUISA, PÓS-GRADUAÇÃO E INOVAÇÃO.
Aprendizagem da matemática
Área de projecto/educação para o empreendedorismo 1 ÁREA DE PROJECTO vs EDUCAÇÃO PARA O EMPREENDEDORISMO “Ter Ideias para Mudar o Mundo” 2009/2010 Escola.
Aula – 05 – UNIDADE 1 O PAPEL DO PROFESSOR
Apresentação ApresentaçãoApresentaçãoApresentação.
ABORDAGEM TRIANGULAR UNIVERSIDADE FEDERAL DO RIO GRANDE DO SUL REGESD
Transcrição da apresentação:

2 - A comunidade matemática e as suas práticas discursivas Ponte, J. P. (2001). A comunidade matemática e as suas práticas de investigação. [Documento disponível na web.] 2 - A comunidade matemática e as suas práticas discursivas 3 - A investigação em Matemática vista pelos matemáticos Ana Matos e Neusa Branco – 12/10/2004 Fundamentos de Didáctica da Matemática Mestrado em Educação – Didáctica da Matemática - DEFCUL

A comunidade matemática e as suas práticas discursivas Discurso dos Matemáticos (Ernest, 1993) Sintaxe Semântica Pragmática (...) uma compreensão alargada da Matemática envolve um reconhecimento do que se passa em cada um destes níveis e nas suas inter-relações. p.10. (Nota: Ernest, 1993, referindo-se a Foucault) (…) esta ciência não é apenas um conjunto de ideias abstractas organizadas logicamente (o nível sintáctico). A Matemática é feita por pessoas e grupos, que se envolvem em processos complexos de construção de significado (nível semântico), que actuam com os seus propósitos e intenções em contextos complexos e, muitas vezes, marcados por lutas e tensões contraditórias (nível pragmático). p.10.

A comunidade matemática e as suas práticas discursivas Quem constitui a comunidade matemática? Onde se pratica matemática ? O mundo dos Matemáticos O mundo da vida social O mundo da sociedade onde se aprende matemática A Matemática tem-se revelado difícil de aprender e ensinar Mundo da escola Mundo dos matemáticos

A investigação em Matemática vista pelos matemáticos Estudo empírico realizado por Leone Burton, 2001 Objectivo: comparar as descrições que estes matemáticos fazem do seu processo de descoberta em Matemática com um modelo teórico por si previamente desenvolvido. Categorias: (i) Relação pessoal e cultural-social; (ii) Estética; (iii) Intuição e insight; (iv) Estilos de pensamento; (v) Conexões. Recolha de dados: 64 entrevistas presenciais e 6 entrevistas telefónicas tópicos relativos: à sua “história”, às suas práticas presentes de investigação e ao modo como realizam descobertas em Matemática.

A investigação em Matemática vista pelos matemáticos Resultados do estudo Relação pessoal e cultural-social: maioria dos matemáticos assume uma posição platonista minoria crescente reconhece a Matemática como actividade humana número significativo oscila entre ambas as opiniões Estética: salientam a “beleza” e a “elegância” desvalorizam-na ou aceitam-na com muita convicção Intuição e insight: maioria salienta-os como tendo um papel fundamental na investigação e . considera importante o papel da experiência minoria desvaloriza o papel destas noções

A investigação em Matemática vista pelos matemáticos Estilos de pensamento: visual analítico conceptual combinação de estilos Conexões: com outras ideias matemáticas com o mundo real Modo como os matemáticos conduzem a sua investigação – começa a verificar-se uma maior colaboração entre os matemáticos Benefícios apontados: contacto com a experiência de outros partilha de trabalho aumento da quantidade e da qualidade das ideias aumento da variedade das competências disponíveis

A investigação em Matemática vista pelos matemáticos Na prática pedagógica é desejável que (o professor): Situe a aprendizagem em práticas da vida real. Enquadre a aprendizagem num contexto interligado em que a energia para . a procura é fornecida pelo entusiasmo em estabelecer novas conexões. Proporcione aos alunos a oportunidade de experimentar esteticamente esta . ciência de modos diversos. Valorize a importância da intuição e do insight de quem aprende. Tenha em conta diferenças de estilo de pensamento. Evite a fragmentação do currículo e saliente a importância das conexões. Torne a aprendizagem da Matemática mais semelhante ao modo como os . matemáticos aprendem. Torne a aprendizagem da Matemática uma actividade semelhante a . investigar.

(...) é necessária uma mudança fundamental nas formas como a aprendizagem se processa (papel dos objectos do conhecimento; variedade de estilos de trabalhar com esses objectos). p.19 (Burton, 2001)