Conversando sobre Educação, Escola e Pedagogias Culturais

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Transcrição da apresentação:

Conversando sobre Educação, Escola e Pedagogias Culturais Roney Polato polatojf@yahoo.com.br

EXPERIÊNCIAS PODER SUBJETIVIDADE CONHECIMENTOS VALORES CRENÇAS VISÃO DE MUNDO NORMAS

“[...] os indivíduos aprendem desde muito cedo – eu diria que hoje desde o útero – a ocupar e/ou reconhecer seus lugares sociais e aprendem isso em diferentes instâncias do social, através de estratégias sutis, refinadas e naturalizadas que são, por vezes, muito difíceis de reconhecer”. (Meyer, 2003)

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É importante ressaltar: Educação... aprender, ensinar... pedagogias... Isso está muito além dos muros da escola!

PEDAGOGIAS CULTURAIS “Para além da instituição escolar, existe e ocorre "pedagogia" em todo o espaço social em que saberes são construídos, relações de poder são vividas, experiências são interpretadas, verdades são disputadas.” (Corazza, 2001)

... espaços pedagogicamente culturais, onde sempre é possível desconstruir e reconstruir as relações entre cultura, conhecimento e poder. (Corazza, 2001)

enunciados científicos histórias mercadorias experiências linguagens instituições sentimentos cultura arquiteturas organizações regulamentos enunciados científicos desejos proposições morais relações textos ideias

Cultura... Representações... Poder... A cultura é um campo de disputas na formulação e fixação de significados pelos grupos culturais. Produção de verdades.

Dinâmica cultural EU (referência, padrão) Masculino Branco Heterossexual Cristão Adulto/jovem [...] Dinâmica cultural OUTRO (diferente, excêntrico, exótico...) Todas as categorias que não se incluem no padrão...

A educação é um processo cultural. Precisamos ampliar aquilo que chamamos de “educação” e aquilo que adjetivamos de “educativo”. A educação é um processo cultural.

E o que a escola tem a ver com isso? Antes... Lugar da Razão (Libertar o sujeito pela Razão: projeto do Iluminismo) Lugar da Norma (Normatizar – Socializar = produzir sujeitos)

E hoje?

Sentimento de crise: a escola não é mais o que era Sentimento de crise: a escola não é mais o que era... os alunos não são mais os mesmos... os professores também não... Qual a nossa representação cultural da escola? Como isso influencia nosso trabalho? Qual seu papel hoje? Que conhecimentos circulam por ela? Que sujeitos circulam por ela? Que educação fazemos na escola? Qual o nosso projeto para as crianças que estão lá?

Hierarquização dos sujeitos A escola se constitui em um espaço de operações de poder... incluir/excluir (pertence, não pertence); demarcar fronteiras (nós/eles, dentro/fora) classificar (bons/maus, puros/impuros, certos/errados, saudáveis/doentios), normalizar (normal/anormal)... Hierarquização dos sujeitos

Possibilidades... Talvez, possamos nos preocupar menos com questões metodológicas de transmissão e processos de avaliação do que com os modos como os saberes e os produtos culturais são fabricados, divulgados e consumidos. Promover uma prática que questiona os discursos culturais que moldam as experiências, as relações, os gestos e os gostos cotidianos.

Possibilidades... Estar atento ao intolerável... Promover um ambiente de questionamento... Suspeitar das soluções imediatas, dos pensamentos prontos, das receitas únicas, que se aplicam a qualquer situação... Buscar formação...

Formação... Formação docente: por que precisamos dela? Buscar respostas... Levar perguntas... Encontro com a dúvida: incerteza, insegurança (o que fazemos com isso? = movimento, mudança, busca) Os saberes da experiência podem ser desacomodados pelos saberes dessa formação...

Com a formação... Assumir uma postura de análise, de crítica... Pensar, dizer, fazer algo diferente... Docência artística – (re)criar, (re)inventar... manter viva a pergunta... reescrever os roteiros rotineiros de outras épocas.

Desenvolver “práticas que desfazem a compreensão, a fala, a visão e a escuta das mesmas coisas, dos mesmos sujeitos, dos mesmos conhecimentos. Desassossegam o sossego dos antigos problemas e das velhas soluções. Estimulam outros modos de ver e ser visto, dizer e ser dito, representar e ser representado. Em uma expressão: dispersam a "mesmice".” (Corazza, 2001)

Obrigado! polatojf@yahoo.com.br

Referências MEYER, Dagmar E. E. Gênero e educação: teoria e política. In: LOURO, Guacira Lopes; NECKEL, Jane Felipe e GOELLNER, Silvana (Orgs.). Corpo, gênero e sexualidade – um debate contemporâneo na educação. Petrópolis: Vozes, 2003. p.07-23. CORAZZA, Sandra. Na diversidade cultural, uma ‘docência artística’. Disponível em: http://www.artenaescola.org.br/pesquise_artigos_texto.php?id_m=16. Acesso: 12 mar 2010. Outras referências que embasaram a apresentação: SILVA, Tomaz Tadeu da. A produção social da identidade e da diferença. In: ______ (org.). Identidade e diferença: a perspectiva dos Estudos Culturais. Petrópolis, RJ: Vozes, 2006. p.73-102. COSTA, Marisa Vorraber. Currículo e política cultural. In: _____ (org.). O currículo nos limiares do contemporâneo. Rio de Janeiro: DP&A, 2005. p.37-68.