PSICOGERIATRIA AULA PARA O 4.ANO DA FCMSCSP 05/03/2010

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 Dengue  Hipertensão  5 diferenças Traumatismos (acidentes/violências) Doenças genéticas Doenças relacionadas à assistência da gestação e parto Deficiências/carências.
Transcrição da apresentação:

PSICOGERIATRIA AULA PARA O 4.ANO DA FCMSCSP 05/03/2010 DRA. Maria Carolina Pedalino Pinheiro

Porque saber? A expectativa é que no ano de 2025 a população brasileira seja considerada idosa, com mais de 14% de pessoas com mais de 60 anos. População idosa: Rio de Janeiro 12,0% São Paulo 10,3% Paraná 9,9 % Rio Grande do Sul 12,2% Mato Grosso 6,9 % Fonte: IBGE/Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios - PNAD (1997-1999), Censos Demográfico (1991 e 2000), Contagem Populacional (1996) e projeções e estimativas demográficas (2001-2007).

Psicofarmacologia

Psicofarmacologia Mudanças em suas funções fisiológicas geram farmacocinética diferenciada e maior sensibilidade tanto aos efeitos terapêuticos quanto adversos das drogas. ALTERAÇÃO FISIOLÓGICA CONSEQUÊNCIA FARMACOCINÉTICA AUMENTO DA GORDURA AUMENTO DA DISTRIBUIÇAO DAS DROGAS LIPOFÍLICAS REDUÇAO DA ALBUMINA SÉRICA AUMENTO DA FRAÇÃO DA DROGA LIVRE MENOR METABOLIZAÇÃO HEPÁTICA MAIOR MEIA VIDA MENOR TAXA DE EXCREÇÃO RENAL MAIOR RISCO DE TOXICIDADE

Psicopatologias geriátricas mais comuns DEPRESSÃO DEMÊNCIA DELIRIUM

Demência É UMA SÍNDROME e portanto pode ser produzida por uma variedade de patologias. DIAGNÓSTICO : A) Desenvolvimento de um déficit cognitivo múltiplo caracterizado por: 1. Deterioracão da memória - incapacidade de aprender nova informacão ou de recordar uma previamente aprendida .

Critérios de diagnóstico de DEMÊNCIA (DSM-IV) 2. Um ou mais dos seguintes distúrbios cognitivos: Afasia (linguagem) b) Apraxia (atividades motoras) c) Agnosia (percepcão visual) d) Alteracão de funcões superiores (conteúdo do pensamento, abstração, cálculo, juízo...)

B) Os sintomas anteriores provocam uma deterioração significativa das relações sociais e/ou laborais representam uma mudança importante do nível funcional anterior C) A deterioração não se explica exclusivamente por um quadro confusional D) Não se trata de uma outra patologia psiquiátrica

Exames de triagem de demência 1) MINI-MENTAL 2) FLUÊNCIA VERBAL 3)TESTE DO RELÓGIO

Demências Degenerativas (60%) – Demência de Alzheimer (45%) – Demência Fronto-temporal – Demência por corpos de Lewy – Doenca de Pick – Degenerescência córtico-basal – Demência na Doença de Huntington – Demência na Doença de Parkinson – Paralisia progressiva supranuclear

Demências Não-Degenerativas (40%) – Demências Vasculares – Demências Neuro-cirúrgicas (hidrocefalia crônica no adulto, hematoma subdural…) – Demências tóxicas (D. alcoólica…) – Demências infecciosas (SIDA, sifilis, D. C-J…) – Demências inflamatórias – Demências metabólicas (disf. Tiroide, carencia vitaminica…) – Demências secundárias a TCE

São causas de demências reversíveis exceto: Hidrocefalia de pressão normal Demência fronto-temporal Hematoma subdural crônico d) Sd. Wernick- korsakoff e) Neurosífilis

São causas de demências reversíveis exceto: Hidrocefalia de pressão normal Demência fronto-temporal Hematoma subdural crônico d) Sd. Wernick- Korsakoff e) Neurosífilis

DEMÊNCIAS POTENCIALMENTE REVERSÍVEIS / TRATÁVEIS D ROGAS E MOCIONAIS M ETABÓLICAS E NDÓCRINAS N UTRICIONAIS C ÁRDIO-VASCULARES I  NFECCIOSAS A TEROSCLEROSE S ENSORIAIS

Demência de Alzheimer

ALZHEIMER Causa mais comum, idade aumentada, história familiar Deficiência de acetilcolina logo tto: anticolinesterásicos Evitar anti-colinérgicos ( ex: triciclícos) Atrofia cortical – posterior e hipocampal

Anatomopatologia

Ressonância Nuclear Magnética do Crânio

Tratamento de Alzheimer Sintomáticos Anticolinesterásicos

DEPRESSÃO NO IDOSO Do ponto de vista biológico, a participação genética na depressão do idoso parece menos importante Prevalência varia de 1 a 25% ( Steffens et al 1997) Apenas 20% dos idosos deprimidos que procuram médico são diagnosticados e tratados

DEPRESSÃO MASCARADA

INVESTIGAÇÃO DE DEPRESSÃO 2ª

TESTE Mulher de 74 anos, cardiopata em uso de antiarrítimicos, há 8 meses com dificuldades na memória e concentração. Familiares relatam que há aproximadamente 2 anos paciente apresentou quadro de apatia, ficando mais entristecida, chorosa, com insonia, despertar precoce, além de ansiedade. Qual a HD e o tto indicado no caso? usp-2005

Demência do tipo Alzheimer- anti-colinesterásicos Depressão maior- antidepressivos triciclicos Parafrenia- antipsicóticos Demência do tipo vascular- anti-colinesterásicos Depressão maior, inibidor seletivo da recaptaçao de serotonina

Demência do tipo Alzheimer- anti-colinesterásicos Depressão maior- antidepressivos triciclicos Parafrenia- antipsicóticos Demência do tipo vascular- anti-colinesterásicos Depressão maior, inibidor seletivo da recaptaçao de serotonina

PSEUDODEMÊNCIA DEMÊNCIA Inicio mais facilmente identificável insidioso Valorizaçao dos sintomas Encobre sintomas Auto-recriminação Confabulação Alterações afetivas despreocupados Sem variação noite Pior a noite Memoria recente e remota igualmente ruim Remota mais preservada que recente Não se esforça para realizar tarefas Esforço para fazer

DELIRIUM

CONCEITO DE DELIRIUM É uma SÍNDROME neuropsiquiátrica caracterizada pelo comprometimento transitório da atividade cerebral invariavelmente secundário a distúrbios sistêmicos. Pode ser comparado a uma síndrome de insuficiência cerebral aguda, decorrente da quebra da homeostase cerebral e da desorganização da atividade neural.

EPIDEMIOLOGIA Grande variação epidemiológica 5-85 % Prevalência : - 0,4 % em maiores de 18 a - 1,1% em maiores de 55 a - 13,6% em maiores de 85 a (Folstein M F 1991) A incidência tende a crescer

DIAGNÓSTICO

DIAGNÓSTICO DE DELIRIUM CLÍNICO Neuroimagem – não contribuem para o diagnóstico, mas podem clarificar o diagnóstico de um patologia intra-cerebral. EEG – pode-se encontrar um ritmo dominante posterior e um aumento generalizado de atividade de ondas lentas

CLASSIFICAÇÃO HIPERATIVO (15-29%) HIPOATIVO (19-43%) TIPO MISTO (43-52%) Sem Alteração Psicomotora (0-14%)

Exames Laboratoriais e Complementares Hemograma completo Urina 1 Sódio, potássio, magnésio, uréia, cretinina, glicose, cálcio Função hepática, tireoidiana, adrenal VHS Gasometria Líquor Pesquisa sorológica

Exames Laboratoriais e Complementares Eletrocardiograma Eletroencefalograma Tomografia computadorizada de crânio Raio x de tórax Ressonância magnética de crânio Testes toxicológicos

PROGNÓSTICO Aumento das taxas de mortalidade e declínio da capacidade funcional ( Inouye e cols, 1998) Risco de 2 a 6 vezes superior de desenvolver demência ( Rockwood e cols., 1999) Manejo dos fatores de risco diminui a incidência de delirium

MANEJO E TRATAMENTO Estratégias de prevenção Detecção precoce de etiologia e tratamento da condição clínica Tratamento não medicamentoso Tratamento medicamentoso: quando os sintomas podem provocar riscos

ESTRATÉGIA DE PREVENÇÃO Orientação quanto ao dia, local e situação do paciente assim como procedimentos Mobilização precoce Evitar medicações adicionais Intervenções para evitar privação de sono Estímulo ambiental durante o dia Acessórios e equipamentos adaptados Evitar depleção hídrica Controle da dor Nutrição adequada

Medidas gerais Ambiente tranquilo, com iluminação adequada e evitar excesso de estímulos Higiene e alimentação assistidas Cabeceira levantada Identificação dos membros da equipe Presença de familiares Repetir frequentemente data e local Contenção física se necessário Evitar quedas e traumas

Tratamento medicamentoso Agitação, agressividade, alucinações e delírios : 1)haloperidol – 2,5 a 5mg IM ou 0,5 a 5mg vo 2) risperidona 0,25 a 3mg vo Insônia : bzds de meia vida curta Midazolam 5 a 15mg IM ou VO Lorazepam 0,5 a 2 mg VO

Caminhante, são teus rastos o caminho, e nada mais; caminhante, não há caminho, faz-se caminho ao andar. Antônio Machado , poeta espanhol

VALEU

BIBLIOGRAFIA Liptzin B, Levkoff SE. An empirical study of delirium subtypes. Br J Psychiatry 1992;161:843-5.     O'Keeffe ST. Clinical subtypes of delirium in the elderly. Dem Geriatr Cog Disord 1999;10:380-5.        Meagher DJ, O'Hanlon D, O'Mahony E, Casey PR, Trzepacz PT. Relationship between symptoms and motoric subtype of delirium. J Neuropsychiatry Clin Neurosc 2000;12:51-6.