Cap. II REFLEXIVIDADE E FORMAÇÃO DE PROFESSORES: Outra oscilação do pensamento brasileiro (José Carlos Libâneo)

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Transcrição da apresentação:

Cap. II REFLEXIVIDADE E FORMAÇÃO DE PROFESSORES: Outra oscilação do pensamento brasileiro (José Carlos Libâneo)

O presente texto aborda o significado de reflexividade e seus vários entendimentos aplicados à formação de professores, envolvendo a capacidade e a competência reflexiva profissional. 1- Noção de REFLEXIVIDADE Reflexividade é uma autoanálise sobre nossas próprias ações, que pode ser feita consigo mesmo e com os outro. O termo original latino significa voltar-se sobre si, recurvar-se, dobrar, ver, voltar atrás. É a capacidade racional de indivíduos e grupos humanos de pensar sobre si mesmos.

3- A reflexividade é a reflexão dialética. TRÊS SIGNIFICADOS 1- Reflexividade como consciência de seus próprios atos, o ato de pensar sobre mim mesmo, pensar sobre o conteúdo da minha mente, reflexão como conhecimento do conhecimento; 2- A reflexão entendida como uma relação direta entre minha reflexividade e as situações prática, como defino meu modo de agir no futuro; 3- A reflexividade é a reflexão dialética. Há uma realidade posta que está em movimento, o conhecimento teórico tem a função de operar o desvelamento das alienações, injustiças, dominações, que implica uma autorreflexão.

A História do Conceito no Brasil A) Anos 60- método de reflexão VER/JUGAR/AGIR: ocorreu nos movimentos da ação católica (JUC/JOC/JAC) B) A proposta de reflexividade de Paulo Freire Processo de AÇÃO/REFLEXÃO/AÇÃO C) Anos 80: O método de reflexão dialética no marxismo humanista Acentua-se a ideia de formação da consciência crítica tendo como base na prática, no fazer pensar cotidiano (reflexão/ ação).

D) O método de reflexão fenomenológica ou fenomenologia Compreende toda ação humana como intencional e, por isso, o homem é criador de significados. A reflexão, a análise de objetos, situações, experiências, dependem do sentido que damos a realidade. E) O movimento das competências do pensar Atribui à escola a preocupação com o desenvolvimento da qualidade do pensar de alunos e professore, exigindo competências que levem à reflexão, formação e utilização de conceitos, tomada de decisões, criatividade. O desenvolvimento do pensar é uma das funções da escola e pode ser estimulado, aperfeiçoado.

F) O movimento do Professor Reflexivo Anos 70/80 esta abordagem já aparece; Anos 90, no Brasil, obras de Perrenoud, Carr, Nóvoa, que destacam o papel da reflexão na prática docente. Pimenta e outros abordam as ideias de Schon e destaca a importância das trocas entre os professores e da escola como comunidade de crítica de aprendizagem.

2- Os dois tipos básicos de Reflexividade Libâneo: ambas têm origem epistemológica na mesma fonte teórica a MODERNIDADE. Modelo Neoliberal: Explicado por Scott Lash: a tese da modernização reflexiva tem como pressuposto o modelo fordista, ou seja, o modelo pós-industrial, onde se requer mais trabalho intelectual porque o consumidor passa a exigir menor quantidade de produto e maior número de opções. Entretanto, mesmo as pedagogias emancipatórias (construtivismo piagetiano) seriam formas de manipulação dos sujeitos a serviço da manutenção das relações de poder vigente.

Reflexividade CRÍTICA Termo incorporado pelos educadores brasileiros a partir do livro de Antonio Nóvoa: “Os professores e sua formação”. A ideia central é que o professor possa pensar sua prática, isto é, desenvolva a capacidade reflexiva sobre sua prática. O termo reflexão ou reflexividade considera o professor como reflexivo, como investigador reflexivo, embora com viés individualista, imediatista sem considerar o contexto social e institucional. Outra dificuldade: o professor tende a limitar seu mundo de ação e reflexão a aula e ao contexto mais imediato. Dai ser necessário uma teoria crítica para ver mais longe!

QUATRO FASES DA REFLEXÃO 1- Descrever: o que estou fazendo? 2- Informar: que significado tem o que faço? 3- Confrontar: como cheguei a ser ou agir desta maneira? 4- Reconstruir: como poderia fazr as coisas de um modo diferente? Para Sacristán: entre conhecimento e a ação introduz-se a mediação do sujeito que atua com intencionalidade, guiada por necessidades, desejo, emoções, que marcam o pensamento, ou seja, entre a teoria e a prática intervém a subjetividade.

Três níveis de Reflexividade 1º O distanciamento da prática: para vê-la, entendê-la e avaliá-la; 2º Incorpora a ciência ao senso comum 3º A reflexão sobre as práticas da reflexão que faz o intercâmbio com os níveis anteriores. Para o autor uma concepção crítica da reflexividade que se proponha a ajudar os professores no fazer-pensar o cotidiano ultrapassaria a ideia da formação inicial e continuada...

Desenvolvendo simultaneamente três capacidades: - A capacidade teórico-crítica das realidades em questão considerando os contextos da ação docente; - Apropriação de metodologias de ação, de formas de agir, de procedimentos facilitadores do trabalho docente e de resolução de problemas; A apropriação teórica da realidade implica no desenvolvimento do processo de pensar em relação dos conteúdos ( Formar sujeitos pensantes, pensar historicamente a realidade e reagia a ela).

Considerações Finais O “Programa Reflexivo” – recusa o professor meramente técnico 1- A importância da formação teórica e de uma cultura crítica REFLEXIVIDADE: adquirir conhecimentos, aprender a pensar e agir, desenvolver capacidades e competências A ESCOLA é o lugar da formação da razão crítica: tanto alunos como professores com competências do pensar: RACIOCÍNIO, ANÁLISE, JULGAMENTO

2- Deve-se considerar que o trabalho do professor é um trabalho prático, entendido em dois sentido: Uma ação ética orientada para objetivos; Uma ação voltada para a prática instrumental (estratégias, procedimentos, modos de fazer) 3- O trabalho do professor ocorre num marco institucional, inserido em contextos políticos e socioculturais.

Pergunta-se: quais são as condições prévias e meios par que um professor se torne crítico-reflexivo de suas atividade? O desenvolvimento de capacidades e competências : -um tratamento de conjunto da vida escolar; - articulando estruturas de gestão e organização com ações de formação continuada, projeto pedagógico, currículo, avaliação e práticas formativas.