Escolas de Terapia Familiar

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Transcrição da apresentação:

Escolas de Terapia Familiar Professora: Fernanda Vaz Hartmann Disciplina: Família Contemporânea

Escola Estrutural Os padrões transacionais da família se estabelecem através da organização hierárquica e fronteiras entre os subsistemas (nítidas, difusas ou rígidas); É no processo de união com a família que o terapeuta obtém os dados, identifica os padrões transacionais e as fronteiras, levanta hipóteses sobre os padrões disfuncionais e obtém assim um mapa familiar. O terapeuta desempenha papel de líder, criando circunstâncias que permitam a transformação da estrutura. A terapia estrutural é uma terapia da ação, o sintoma é visto como um recurso do sistema para manter uma determinada estrutura. Principal referência: Salvador Minuchin

Escola Estratégica Para esta teoria o que caracteriza o sistema familiar é a luta pelo poder. A terapia estratégica é qualquer terapia em que o terapeuta realiza ativamente intervenções para resolver o problemas. O sintoma é a expressão metafórica ou analógica de um problema representando, ao mesmo tempo, uma forma de solução insatisfatória para os membros do sistema. Orientação franca para o sintoma e os problemas são vistos como dificuldades interacionais. A abordagem terapêutica é pragmática: trabalham-se as interações e evitam-se os porquês. São utilizadas intervenções paradoxais que consistem em prescrever comportamentos que, aparentemente estão em oposição aos objetivos estabelecidos, mas que visam a mudança em direção a eles. A instrução paradoxal é frequentemente utilizada sob a forma de prescrição de sintoma, isto é, encorajando-se aparentemente o comportamento sintomático. Principal referência: Jay Haley, Jackson, Bateson, Weakland e Watzlawick.

Escola de Milão Principais referências: Boscolo, Ceccin e Prata, Mara Selvini Palazzoli Esta escola parte dos mesmos pressupostos da escola estratégica, considerando que os problemas emergem quando os padrões de comportamento desenvolvidos não são mais úteis nas situações atuais. Dada a tendência da homeostase, os problemas surgem quando as regras que governam os sistemas são tão rígidos que possibilitam padrões de interação repetitivos, homeostáticos e vistos como “pontos nodais” do sistema. Um princípio terapêutico fundamental para o grupo de Milão é a conotação positiva dos comportamentos apresentados pela família. Outra intervenção muito utilizada é o ritual familiar, ou seja, uma ação ou uma série de ações das quais todos os membros da família são levados a participar. A prescrição de um ritual visa criar novas regras que substituam tacitamente as regras precedentes,

Escola Construtivista A família enquanto sistema vivo é considerada hipercomplexa e indeterminada, sendo que para haver evolução haverá períodos de instabilidades. A crise familiar e os sintomas geram novas ordens, portanto, não é mais visto como um risco, mas algo que faz parte do processo de mudança. A família é um sistema autônomo está sempre se auto produzindo, auto regulando e em constante interação com o meio. O sistema surge como construção de seus participantes (inclusive o terapeuta).O terapeuta está interessado não mais em modificar o comportamento, mas no processo de construção da realidade da família e nos significados gerados no sistema. A ênfase é deslocada do que é introduzido no sistema pelo terapeuta por aquilo que o sistema permite a ele selecionar e compreender.

Escola Construtivista Existem 3 princípios indispensáveis para o trabalho terapêutico: a formação de uma hipótese, a circularidade e a neutralidade. No que diz respeito as hipóteses, todas devem ser sistêmicas, ou seja, devem incluir todos os membros da família e fornecer uma conjetura que explique a função da relação. A circularidade diz respeito à capacidade do terapeuta de conduzir a sessão baseando-se nos feedbacks recebidos da família como resposta à informação que solicitou em termos relacionais. A neutralidade consiste numa atitude de imparcialidade do terapeuta que se alia a cada membro da família, neutralizando qualquer tentativa de coalizão ou sedução de qualquer componente do grupo familiar. O enfoque construtivista questiona o poder do terapeuta familiar e as intervenções terapêuticas diretivas , assim, a ênfase não é colocada na pergunta, mas na construção da interação e a ação do terapeuta pretende explorar as construção onde surgem os problemas Referência: Mara Palazolli

Escola Psicanalítica Dá ênfase ao passado, à história da família tanto como causa de um sintoma, quanto como um meio de transformá-lo. Os sintomas são vistos como decorrência de experiências passadas que foram recalcadas fora da consciência. O método utilizado, na maior parte das vezes, é interpretativo com o objetivo de ajudar os membros da família a tomar consciência do comportamento do passado assim como do presente e das relações entre eles. Referência: Pincus e Dare, da Clínica Tavistock (Londres); Eiguer, Ruffiot A terapia familiar psicanalítica interessasse pela trama inconsciente dos sentimentos, desejos, crenças e expectativas que unem os membros de uma família entre si e aos passados individuais e familiar. Há especial interesse pelos segredos e mitos que contaminam a dinâmica familiar. O segredo transforma-se em mito quando é tacitamente compartilhado e, inconscientemente, endossado pelos membros da família, passando de geração para geração. A natureza do material inconsciente geralmente revelam conteúdos incestuosos, bem como a fantasia original de castração, que age de forma determinante na definição das diferenças sexuais e da delimitação de papéis de pai, mãe, irmão e irmã.

Referência Bibliográfica: Carneiro, T.F. (1996). Terapia familiar: das divergências às possibilidades de articulação dos diferentes enfoques. Psicologia: ciência e profissão. v.16, 1.