O professor e a formação inicial e continuada

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Transcrição da apresentação:

O professor e a formação inicial e continuada

O que é formação? O “Dicionário em Construção – Interdisciplinaridade”, dedica dois conceitos para responder a tal questão. O primeiro é de Batista, que afirma que a formação implica “[...] reconhecimento das trajetórias próprias dos homens e mulheres, bem como exige a contextualização histórica dessas trajetórias, assumindo a provisoriedade de propostos de formação de determinada sociedade”. Aponta que a formação proporciona uma forma, sem modelá-la. Assim, é “[...] algo inacabado, com lacunas, mas profundamente comprometido com a maneira de olhar, explicar e intervir no mundo”. Já Donato, por meio de uma hermenêutica do termo, apresenta “formação como ação de formar” – do latim formare – que como verbo intransitivo que significa “dar forma” e, como verbo pronominal, corresponde a ir desenvolvendo uma pessoa. Destaca, ainda, concepções de formação docente vinculadas a enfoques reprodutivistas, construtivistas, sociais-críticos e outros. Pelos conceitos evidenciamos que a formação não é um processo estático, mas acontece na dinâmica do desenvolvimento pessoal/profissional, além de sofrer a interferência do período e do contexto histórico em que este desenvolvimento ocorre.

Formação Inicial As concepções de estágio que fundamentam esse estudo se baseiam na concepção das professoras Barreiro e Gebran (2006) nas quais o estágio se constitui em um espaço de aprendizagens e de saberes de forma a ultrapassar as questões burocráticas da disciplina, como preenchimento de fichas e cumprimento de carga horária, e as recorrentes atividades relacionadas com observação e regência em sala de aula. Segundo essas autoras: a formação inicial e o estágio devem pautar-se pela investigação da realidade, por uma prática intencional, de modo que as ações sejam marcadas por processos reflexivos entre os professores-formadores e os futuros professores, ao examinarem, questionarem e avaliarem criticamente o seu fazer, o seu pensar e a sua prática (BARREIRO; GEBRAN, 2006, p. 21). E também na concepção de Pimenta e Lima (2010, p. 55), na qual cabe ao estágio desenvolver “atividades que possibilitem o conhecimento, a análise, a reflexão do trabalho docente, das ações docentes, nas instituições, a fim de compreendê-las em sua historicidade, identificar seus resultados, os impasses que apresenta as dificuldades”.

Relação entre teoria e prática Formação Inicial Curso de Graduação - Licenciatura Estágios supervisionados e remunerados Residência Pedagógica Parcerias entre universidades e escolas da educação básica Relação entre teoria e prática

Formação Continuada A busca da qualidade de ensino na formação básica voltada para a construção da cidadania, para uma educação sedimentada no aprender a conhecer, aprender a fazer, aprender a conviver e aprender a ser e para as novas necessidades do conhecimento, exige necessariamente, repensar a formação inicial de professores, assim como requer um cuidado especial com a formação continuada desse profissional com um olhar crítico e criativo. Essa preocupação é relevante, tendo em vista o atual contexto de reformas educacionais, que visam a dar respostas à complexa sociedade contemporânea. Este é um tema de particular atualidade em função da recente reforma implementada em todos os níveis da educação brasileira, Educação Infantil, Ensino Fundamental, Ensino Médio e hoje em discussão a do Ensino Superior.

Formação Continuada Cursos de Extensão Cursos de Pós Graduação – Especialização, Mestrado e Doutorado Formação oferecidas pelas Redes de Ensino em parcerias com diversas instituições Formação em serviço na própria escola Formação Continuada para atender as necessidades do professor em sala de aula Professor-reflexivo

Segundo Schön (1995), esse ensino possibilita que os alunos comecem a praticar antes de compreender de modo racional o que faz. O “prático reflexivo”, nesse sentido, implica em um tipo de “aprender fazendo” no qual a prática profissional é valorizada como um momento de construção de conhecimento por meio da reflexão, análise e problematização dessa prática. Dessa forma, Schön (2000), também leva em consideração que essa perspectiva reflexiva esteja presente no currículo. Nesse caso, o ensino “prático reflexivo” deve ser vivenciado ao longo do curso, já que ele demanda tempo e precisa estabelecer suas próprias tradições e não se posicionar em último lugar do currículo normativo.

Modelos de educação continuada O modelo clássico de formação continuada para docentes traduz-se no que vem sendo feito historicamente nas iniciativas de renovação pedagógica. A ênfase é dada na atualização da formação recebida ou numa “reciclagem” que significa “refazer o ciclo”. Candau utiliza o termo reciclagem diferentemente de outros interessados no assunto que discordam da expressão por atribuírem a palavra “reciclar” como um termo próprio do processo industrial e aplicado à reutilização de materiais recicláveis não condizente com a atual discussão da formação docente. Na visão de Prada, os termos empregados para nomear os programas de formação continuada de professores estão impregnados da concepção filosófica que orienta o processo, recebendo também influências da região, país e instituições envolvidas, entre outros fatores. O autor apresenta algumas das diferentes expressões que são mais utilizadas na denominação dos programas desta formação com o objetivo de ampliar essa compreensão: (Apostila – pg. 223)

Para Nóvoa (1998), todo processo de formação deve ter como referencial o saber docente, o reconhecimento e valorização desse saber. Não é interessante se desenvolver formação continuada sem levar em consideração as etapas de desenvolvimento profissional do docente, ou seja, seus aspectos psicossociais. Existem grandes diferenças de anseios e necessidades entre o docente em fase inicial, o que já adquiriu uma considerável experiência pedagógica e o que já se encaminha para a aposentadoria. Por esta razão, as novas tendências de formação continuada consideram estas diferenças e apontam sérias críticas a situações padronizadas e homogêneas, as quais são amplamente conhecidas como “pacotes de formação” que ignoram tais diferenças e não consideram o contexto no qual o docente está inserido.

Alguns pesquisadores sobre a formação continuada de professores revelam que, nessas tendências inovadoras, destacam-se três eixos que norteiam a prática docente e buscam adequá-las aos desafios do momento. Candau (1999), sintetiza esses eixos como pontos centrais de referências para se repensar a formação de professores adequada aos desafios do atual contexto. São eles: - a escola deve ser vista como lócus de formação continuada; - a valorização dos saberes da experiência docente; - a consideração do ciclo de vida dos docentes Primeiramente, a partir dos estudos de Antonio Nóvoa, a escola é vista como lócus de formação continuada do educador. É o lugar onde se evidenciam os saberes e a experiência dos professores. É nesse cotidiano que o profissional da educação aprende, desaprende, estrutura novos aprendizados, realiza descobertas e sistematiza novas posturas na sua “práxis”. Eis uma relação dialética entre desempenho profissional e aprimoramento da sua formação.