Mauro Rodrigues Departamento de Economia, FEA/USP Macroeconomia Aberta Mauro Rodrigues Departamento de Economia, FEA/USP

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Brasil: Taxa de câmbio nominal (R$/US$) Janeiro/1980 = 100 Janeiro/1980 100,00 Janeiro/1982 391,06 Janeiro/1984 2.167,68 Janeiro/1986 24.391,82 Janeiro/1988 211.103.49 Janeiro/1990 66.617.297,38 Janeiro/1992 4.935.223.527,45 Janeiro/1994 1.739.778.141.659,38 Janeiro/1996 15.523.927.951.442,30 5

Caso contrário, haveria possibilidade de arbitragem Lei do Preço Único Preço de um mesmo bem em diferentes localidades deve ser igual (quanto cotado na mesma moeda) Caso contrário, haveria possibilidade de arbitragem Se o preço interno fosse mais alto, indivíduos importariam bem, forçando o preço para baixo Se fosse mais baixo, estrangeiros optariam por comprá-lo, forçando equalização internacional 7

Pi = E.Pi* Em outras palavras Lei do preço único implica que: Pi : preço do bem i no mercado nacional (em R$) Pi *: preço do bem i no mercado exterior (em US$) E.Pi*: preço do bem i no mercado exterior (em R$) Lei do preço único implica que: Pi = E.Pi* 8

Paridade do Poder de Compra Se a lei do preço único vale para um conjunto amplo de bens e serviços, então valerá também para os níveis de preços (valor de uma cesta de consumo) Paridade do Poder de Compra: preço de uma cestas de consumo deve ser equalizado entre países P = E.P* 9

Paridade do Poder de Compra Em outras palavras, a taxa de câmbio real deve ser igual a 1: Diferenças de custo de vida entre países deveria ser pequena, de acordo com a teoria Mas estas diferenças são consideráveis Países mais ricos possuem custos de vida mais elevados = E × P* = 1 ε P 10

Paridade do Poder de Compra Para diversos bens e serviços, a lei do preço único não é válida Custos de transporte Barreiras ao comércio Produtos diferenciados Rigidez de preço Bens comercializáveis: Facilmente transportáveis entre países Lei do preço único tende a valer Bens não comercializáveis: Elevado custo de transporte Lei do preço único tende a não valer 11

Paridade do Poder de Compra Na prática, a maioria dos bens e serviços possuem um componente não comercializável importante Custos de distribuição e comercialização Fortemente intensivos em trabalho Exemplo (Feenstra, 1998): Boneca Barbie produzida na China ao custo de US$1 por unidade Preço final ao consumidor nos Estados Unidos = US$10 US$1 adicional de custo de distribuição para transportar de Hong Kong aos Estados Unidos Mattel lucra US$1 por unidade US$7 restantes correspondem a transporte, distribuição, marketing e comercialização dentro dos Estados Unidos 14

Paridade do Poder de Compra Desta forma, os preços da maioria dos bens tendem a variar muito entre países Diferenças consideráveis no custo de vida Comercialização e distribuição tendem a ser intensivas em insumos locais (principalmente trabalho), com baixa mobilidade entre países Em particular, custo deste insumos é mais alto nos países desenvolvidos 15

Paridade do Poder de Compra Paridade do poder de compra (na forma absoluta) é difícil de testar Preços estão na forma de índice É sempre possível renormalizar índices, para que o câmbio real seja igual a 1 Não é possível distinguir câmbio real de 1, ou de outro número constante qualquer Versão relativa da paridade do poder de compra Taxa de câmbio real é constante no tempo Há diferenças internacionais no custo de vida, mas estas são constantes no tempo 16

Paridade do Poder de Compra Em outras palavras: 17

Paridade do Poder de Compra Ou aproximadamente: Em que: π : taxa de inflação interna π* : taxa de inflação externa θ : taxa de depreciação nominal da moeda doméstica 18

Paridade do Poder de Compra Empiricamente: Paridade do poder de compra relativa tende a não se verificar no curto prazo Variações no câmbio real acompanham movimentos no câmbio nominal Índices de preço variam pouco Exceção: hiperinflações Há evidência favorável à paridade do poder de compra relativa no longo prazo Prazos de ajuste são bastante longos 19