Linguística Histórica e Linguística Aplicada

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Transcrição da apresentação:

Linguística Histórica e Linguística Aplicada Recapitulação da história da linguagem como objeto da ciência Definição da LA como campo de pesquisa aplicada

Referências PFEIFFER, C. C.; NUNES, J. H. (Orgs.) Linguagem, História e Conhecimento. Campinas: Pontes, 2006. Linguística Histórica Sociolinguística Aquisição de Linguagem Língua e Cognição Conhecimento sobre a linguagem Eduardo Guimarães e Eni Orlandi

O Conhecimento sobre a Linguagem Percurso do conhecimento Saber o que já existe, o que se produziu Saber quais teorias, quais objetos, quais procedimentos são predominantes Procurar produzir conhecimentos novos; saber pesquisar

TEORIAS PREDOMINANTES COGNITIVAS EMPIRISTAS MATERIALISTAS

Línguística como disciplina científica – século XIX MARCOS HISTÓRICOS Línguística como disciplina científica – século XIX

Antiguidade = INTERESSE PELA LINGUAGEM MARCOS HISTÓRICOS ANTES DA LINGUÍSTICA- Antiguidade = INTERESSE PELA LINGUAGEM GRÉCIA ÍNDIA

Linguagem na Antiguidade GRÉCIA - Platão e Aristóteles FILOSOFIA – aspectos da significação Interesse pela linguagem= tratar das coisas do mundo, do Juízo, da Razão Primeiras classificações – NOMES, VERBOS E PARTÍCULAS

Linguagem na Antiguidade Grécia ARTES – disciplinas destinada a ensinar a saber fazer algo Arte da Gramática – instrumentalização das línguas Arte da Retórica- convencimento

Linguagem na Antiguidade ÍNDIA Interesses religiosos Aspectos fonológicos do Sânscrito (som perfeito nos Cântigos sagrados)

Línguística como disciplina científica – início século XIX MARCOS HISTÓRICOS Línguística como disciplina científica – início século XIX Concepção naturalística e histórica Método Comparativo Objetivo: reconstituição histórica do passado das línguas asiáticas e européias

LINGUÍSTICA - Século XX ABANDONO DO NATURALISMO E COMPARATIVISMO Curso de Linguística Geral – SAUSSURE (1916) Do movimento à perspectiva estática e autônoma

Definição de um objeto específico para a Linguística ESTRUTURALISMO SAUSSURE Definição de um objeto específico para a Linguística Língua = fato social X Fala Língua= forma Língua= objeto autônomo, homogêneo DIACRONIA x SINCRONIA Significante X significado

PERCURSOS DO ESTRUTURALISMO Saussure Curso de Linguística Geral = início da Linguística Contemporânea NOÇÃO DE SISTEMA

NOVOS CAMINHOS- sec XX Relação entre o linguístico e o exterior Estudos enunciativos – Benveniste (1966) importância daquele que fala Semântica argumentativa- Ducrot (1973) relações retóricas – falar = relações de argumentação Funcionalismo- Jackobson Retomada do movimento e da retórica

NOVOS CAMINHOS- sec XX Falar é fazer algo Pragmática Morris Peirce Atos da fala Filosofia Analítica– Austin (1962) Falar é fazer algo Pragmática Morris Peirce Grice (1957) – sentido = intenção do falante

Novos caminhos- sec XX Competência (regras de formação de frases) A gramática da mente – Chomsky (1957, 1965) Linguagem pensada a partir do pensamento (marcas cognitivistas, subjetivistas) Posição biológica – inatismo, universalismo Linguagem – natural, própria do cérebro Competência (regras de formação de frases) X Desempenho Falante ideal

Linguística contemporânea Avanço rumo aos domínios da Filosofia Antropologia Sociologia Psicologia/Psicanálise Questão das ciências humanas = o simbólico

Perspectivas contemporâneas CRÍTICAS Teoria da enunciação – Círculo de Bakhtin Análise do Discurso Linha inglesa – Fairclough Linha Francesa- Pecheux; Focoult

O linguístico, o social e o histórico Relação entre a exterioridade e o linguístico Linguagem = discurso Perspectiva materialista, histórica Determinação socio-cultural/histórica e política/ideológica da constituição humana e das relações entre sujeitos

A relação entre o simbólico e o político/ideológico O Formalismo opõe-se ao Historicismo O Logicismo opõe-se ao Sociologismo (e ao Historicismo) Leis universais e absolutas opõem-se à dispersão e à alteridade Toda teoria é política e situada Nem toda teoria leva esse âmbito (simbólico/político) em conta Para as perspectivas discursivas não há como separar a linguagem do simbólico/político

A linguagem , o simbólico e o político Pensar a relação da língua com o sujeito e com a exterioridade, considerando a língua na sociedade e na história

“Na realidade, não são palavras que pronunciamos ou escutamos, mas verdades ou mentiras, coisas boas ou más, importantes ou triviais, agradáveis ou desagradáveis, etc. A palavra está sempre carregada de um sentido ideológico ou vivencial” (Bakhtin, 1929/2004: 95)

(Bakhtin, 1929/2004: 32) “O domínio ideológico coincide com o domínio dos signos...são mutuamente correspondentes...Tudo que é ideológico possui valor semiótico” “A ideologia é um processo externo, visível.... a ideologia se mostra no externo, para os olhos, para os ouvidos e as mãos... a ideologia não está na alma, mas no mundo, no som, no gesto, na combinação de massas, linhas, cores e elementos com a vida”

Cidadania protagonista “Ensinar a usar e a entender como as linguagens funcionam no mundo atual é tarefa crucial da escola na construção da cidadania ...” Moita Lopes, L. P & Rojo, R. H. R. Linguagens, códigos e suas tecnologias. In SEB/MEC. Orientações curriculares do EM, pp. 43-46, 2004.

SABER PESQUISAR ESCOLHER UM ASSUNTO/TEMA ESCOLHER UMA QUESTÃO SOCIALMENTE RELEVANTE ORIENTAR-SE TEORICAMENTE ASSUMIR POSIÇÃO METODOLÓGICA PRODUZIR A ANÁLISE DE MATERIAIS ESCOLHIDOSA PARTIR DA INSTRUMENTALIZAÇÃO ADEQUADA INTERPRETAR SEUS RESULTADOS COM BASE NOS EFERENCIAIS TEÓRICOS ADOTADOS

Questões EM GRUPOS, ESCOLHAM DUAS QUESTÕES E DISSERTEM SOBRE ELAS COM BASE NAS LEITURAS E DICUSSÕES PROPOSTAS NAS AULAS