O Desenvolvimento do Imaginário, do Lúdico na Educação Infantil

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Transcrição da apresentação:

O Desenvolvimento do Imaginário, do Lúdico na Educação Infantil Mônica Appezzato Pinazza Faculdade de Educação da USP mapin@usp.br

O que justifica tamanho apelo à defesa do imaginário e do lúdico na educação infantil?

Estatuto Legal Diretrizes Curriculares Nacionais para a Educação Infantil ( BRASIL, 1999; 2009): os princípios que devem orientar as propostas pedagógicas na educação infantil, dentre os quais os estéticos, que concernem à “valorização da sensibilidade, da criatividade, da ludicidade e da diversidade de manifestações artísticas culturais” a brincadeira como um dos eixos norteadores da prática educativa juntamente com as interações.

Base da Argumentação As resistências em considerar a ludicidade, as manifestações artísticas e tudo que diz respeito à imaginação e fantasia no universo da educação infantil, resultam de falsas contraposições entre: a imaginação e o raciocínio lógico, a arte e a ciência, o lúdico e o trabalho intelectual.

Percepção de uma criança cindida O corpo e a linguagem em duas perspectivas do adulto: racionalidade extrema – “ela pensa” (raciocínio lógico) X banalidade extrema - “ela sonha; ela inventa” (devaneio, imaginação, fantasia)

Como decorrência Uma pedagogia da transmissão Práticas educativas que valorizam a transmissão de uma cultura elaborada, legitimada e instituída, afastando do cotidiano de educação infantil as experiências genuínas das crianças. Duas tendências correlatas da educação: de se pautar pela mera transmissão de conteúdos, de bens culturais. de apoiar-se na valorização exacerbada de certas formas de exprimir o pensamento em detrimento de outras.

Como decorrência Uma pedagogia da transmissão Nas palavras de Bruner (2002, p. 130), uma prática educativa como “cirurgia, supressão, substituição, preenchimento de deficiências ou uma mistura de tudo isso” Professor (a): “um dispositivo de transmissão”

Qual a perspectiva que defendemos?

Cultura Linguagem Corpo

Visão de Cultura A cultura se encontra em um constante processo de ser recriada à medida que é interpretada e renegociada por seus membros [...] [...] a cultura é tanto um fórum para negociação e renegociação de significado e para explicação da ação quanto um conjunto de regras ou especificações para a ação ( BRUNER, 2002, p.129)

Visão de Educação A educação como “um processo que produza visões alternativas do mundo e fortaleça a vontade de explorá-lo” [...] (BRUNER, 2008, p. 116) A educação como um dos principais foros para a negociação e a renegociação de significados culturalmente construídos.

Ludicidade, Imaginação e Fantasia “imaginar mundos”, “fazer mundos” Experimentar “mundos possíveis” para constituir compreensão e interpretação do mundo de conceitos em que estamos imersos.

Como decorrência Uma pedagogia da participação A ludicidade e a imaginação só podem existir em contextos educativos orientados por uma gramática pedagógica que evoca, como essência, a participação de todos os envolvidos, crianças e adultos, no ato educativo. Professor(a): “um acontecimento humano” quando convida a criança a expandir seu mundo e abrir a possibilidade à especulação e à negociação no plano da cultura. (BRUNER, 2002).