Ciência e tecnologia no ensino médio 1o Colóquio em Epistemologia e Pedagogia das Ciências PUC-Rio 2005 Marlise Araújo Colégio Pedro II
A autonomia científico-tecnológica é fundamental para sustentar a qualidade de vida de uma sociedade. Cabe à escola, como instituição formativa, exercer o papel de desenvolver as competências cognitivas e estimular a formação de uma cultura científica e tecnológica que capacite o cidadão a compreender o mundo atual, podendo tomar decisões bem informadas.
“Para um espírito científico, todo o conhecimento é resposta a uma questão” Gaston Bachelard
O contexto adolescente: Sem maturidade na percepção dos fenômenos naturais: sem representação ou relações causais. Nenhuma cultura científica: sem acesso ou interesse. Dificuldade de relacionar o seu cotidiano com o desenvolvimento tecnológico: os gadgets são de uso instantâneo. Desvalorização do conhecimento: cultura anti-nerd
O “aprender” da Biologia no ensino médio estimula a formação do espírito científico? O contexto escolar propicia a prática da análise reflexiva? O contexto social valoriza a cultura tecnológica? As instituições científicas participam do despertar científico dos alunos no ensino médio?
Plano de curso de Biologia: Aproximadamente 80 horas anuais. Aproximadamente 60 itens/ 20 pontos nodais. Em geral sem experiências em laboratório. Conteúdos apresentados sob forma descritiva e estática. Conhecimento descrito com status definitivo. Conclusões apresentadas sem discussão sobre a metodologia. Método científico apresentado como um protocolo unidirecional e processual.
O contexto extra-classe: Instituições científicas e os projetos de iniciação científica. Museus: divulgadores de ciências. Cultura científica: livros, revistas, internet e filmes. Organizações não governamentais: projetos e impactos
QUESTÕES FUNDAMENTAIS: Qual o tempo e o espaço para o aluno refletir? Como ter acesso a um contexto estimulante? Como conciliar o tempo de fascinar e motivar com a carga de conteúdo exigida pelo vestibular? Como preparar um curso que tenha espaço para o interesse inesperado? Como dizer para o aluno “não sei” sem perder a autoridade do seu saber?