DISCIPLINA SAÚDE E TRABALHO 2008/2 Profa. Carmen Fróes Asmus

Slides:



Advertisements
Apresentações semelhantes
RISCOS QUÍMICOS ÍNDICE GERAL CONCEITOS E DEFINIÇÕES
Advertisements

Profa Luciana R. Malheiros
IMPORTÂNCIA DO ESTUDO DA PARASITOLOGIA
O que é raquitismo? O raquitismo é o amolecimento dos ossos em crianças, que potencialmente ocasiona fraturas e deformidades. Raquitismo está entre as.
Genes & Drogas Dr. Cláudio C Silva Módulo VI
ESCOLA DE ANÁLISES CLÍNICAS AVALIAÇÃO DA FUNÇÃO. HEPÁTICA Prof
Por Victor Spinelli Balieiro
NEFROTOXICOLOGIA.
Prurido na gestação Papel da Colestase Intrahepática da Gestação Amanda Rodrigues De Morêto – 10º período.
Curso de graduação em Enfermagem Professor: Sergio N. Kuriyama
CIRROSE HEPÁTICA E COMPLICAÇÕES
Ac. André Hilario Lilian Eysink
CAUSAS DE LESÕES CELULARES
ESTRUTURA CELULAR Hepatócitos organizados em placas com a espessura de apenas uma célula e separadas entre si por espaços vasculares chamados sinusóides.
Gama-glutamiltransferase (Gama GT)
Monitoria de Bioquímica e Laboratório Clínico TGO/AST
Aluna: Maria Paula Turma: 71 Professora: Mariluce
SISTEMA DIGESTIVO.
FARMACOCINÉTICA Fundação Universidade Federal do Rio Grande
Fatores que influem na Toxicidade
Monitoria de Bioquímica e Laboratório Clínico
COMPOSIÇÃO QUÍMICA DOS SERES VIVOS
Toxicologia analítica
TOXICOLOGIA DOS CONTAMINANTES QUÍMICOS
ANÁLISES TOXICOLÓGICAS
INSUFICIÊNCIA HEPÁTICA EM CÃES E GATOS
ENFERMAGEM NA SAÚDE DO ADULTO E IDOSO Profª MARY R. QUIRINO POLLI ROSA
Incidência de neoplasias e a sua conexão com a saúde e meio ambiente Gelcio L Q Mendes Doutorando Saúde Pública e Meio Ambiente.
CONCEITUAÇÃO VIAS DE INGRESSO CLASSIFICAÇÃO José Possebon 18/02/2002
ASPECTOS TOXICOLÓGICOS DOS SOLVENTES
Universidade Federal da Bahia Faculdade de Medicina-HUPES Serviço de Anatomia Patológica IMUNOPATOLOGIA I Transplante Hepático Caso 1.
Avaliação Nutricional
Diagnóstico Sinais e sintomas clínicos – colúria, acolia fecal, prurido cutâneo intenso Início súbito ou insidioso, febre (colangite), uso de drogas com.
Professora Ms. Maísa M. Silva
MARCADORES CARDÍACOS.
Principal via de administração de drogas: oral
FARMACOLOGIA APLICADA À NUTRIÇÃO
INTRODUÇÃO AO ESTUDO DA TOXICOLOGIA
Fundação Bahiana para Desenvolvimento das Ciências Escola Bahiana de Medicina e Saúde Pública Liga acadêmica de Gastroenterologia e Hepatologia Esteatose.
DOENÇAS HEPÁTICAS Professor Manoel Ricardo Aguirre de Almeida
INFARTO E DISTÚRBIOS MUSCULARES PROF. DRA FERNANDA BORGES
Doenças hepáticas Vívian Coura.
TOXICODINÂMICA Aula 03 Profª Larissa Comarella Aula 03 Profª Larissa Comarella.
Profa. Adalgisa Ferreira
ESTEATOSE.
Diagnóstico das Hepatites Virais
Dermatite de contato Reações inflamatórias agudas ou crônicas às substâncias que entram em contato com a pele. Pode ser não-alérgica (causada por irritante.
ANÁLISE BIOQUÍMICA DE ENZIMAS
UNIVERSIDADE FEDERAL DO MARANHÃO CURSO DE MEDICINA ICTERÍCIA
Transaminase Glutâmico Pirúvico - TGP
Transplante Hepático Caso 3
INTERAÇÃO FÁRMACO X NUTRIENTE
COLECISTITE CLÍNICA E CIRURGIA.
SÍNDROMES COLESTÁTICAS
Padrões Arquiteturais lobular – acinar
Nutrição - Doenças Hepáticas
Fisiologia do Fígado.
Fatores que atrapalham a cicatrização
Provas de Função Hepática
Metabolização.
Patologia das Vias Biliares
Profa. Juliana Valente Patologias do Fígado.
Patologia Renal Doenças tubulo-intersticiais
TOXICOCINÉTICA É o estudo da relação que o toxicante e o
IMPACTO DO USO DE AGROTÓXICOS
Lesão celular reversível e
Diogo Ayres de Campos Faculdade de Medicina do Porto APARELHO DIGESTIVO.
NEFROTOXICOLOGIA DISCIPLINA SAÚDE E TRABALHO FACULDADE DE MEDICINA Profa Carmen Ildes R. Fróes Asmus.
Transcrição da apresentação:

DISCIPLINA SAÚDE E TRABALHO 2008/2 Profa. Carmen Fróes Asmus HEPATOPATIAS TÓXICAS DISCIPLINA SAÚDE E TRABALHO 2008/2 Profa. Carmen Fróes Asmus

TOXICIDADE HEPÁTICA Hepatotoxinas naturais produtos de plantas e minerais Produtos da indústria química ou farmacêutica Resíduos industriais

LESÃO HEPÁTICA INDUZIDA POR QUÍMICOS Lesão citotóxica Parênquima ► necrose, degeneração gordurosa e cirrose. Lesão colestática Alteração da secreção de bile e icterícia. Lesão mista Câncer

LESÃO HEPÁTICA AGUDA SUBAGUDA CRÔNICA Testes laboratoriais de rotina: Baixa sensibilidade: falsos - Alta sensibilidade: falsos + Baixa especificidade: falsos +

ABSORÇÃO HEPÁTICA DE TOXINAS HEPATOTOXICIDADE ABSORÇÃO HEPÁTICA DE TOXINAS Ingestão, inalação (deglutição) ou produção por bactérias intestinais ► sistema porta Inalação de gases ou absorção dérmica ► sistema arterial

METABOLISMO HEPÁTICO DE XENOBIÓTICOS BIOTRANSFORMAÇÃO: zona III do acino. Sistema citocromo P-450 oxidase. Reações: fase I e fase II Fase I: oxidação, redução ou hidrólise. Fase II: conjugação RESULTADOS: Menor toxicidade; Metabólito mais tóxico ► detoxificado; Metabólito mais tóxico ► dano celular.

PADRÕES MORFOLÓGICOS DE LESÃO HEPÁTICA ESTEATOSE NECROSE COLESTASE FIBROSE / CIRROSE CÂNCER

ESTEATOSE Sinal precoce de hepatotoxicidade. Exposição: Tetracloreto de carbono; Hidrocarbonetos aromáticos; Hidrocarbonetos clorados; Pesticidas; Fósforo.

COLESTASE Alterações no fluxo biliar, permeabilidade, ou disfunção dos microfilamentos. Lesão da membrana ou imunológico. AGUDOS: ↑ fosfatase alcalina e bilirrubinas. Exposição: Tolueno; Paraquat.

FIBROSE E CIRROSE Hepatite e uso crônico de etanol. Exposição crônica a Tetracloreto de carbono. Fibrose precoce: solventes orgânicos – tricloroetileno e tricloroetano. Cirrose: arsênico, pesticidas, hidrocarbonetos, dimetilnitrosamina.

TUMORES Carcinoma: Angiosarcoma: Cloreto de vinila. Arsênico. Sulfato de cobre.

HEPATOTOXINAS Intrínsecas: Idiossincráticas: Dose e tempo dependentes; Reproduzível em animais experimentais; Lesão específica em lóbulo hepático. Idiossincráticas: Susceptibilidade; Não reproduzível em animais experimentais; Esporádica - baixa incidência; Lesão difusa

HEPATOTOXINAS INTRÍNSECAS Mecanismo de lesão: direto ou indireto. DIRETO: destruição da membrana Citotoxidade: necrose ou esteatose. Tetracloreto de carbono, hidrocarbonetos halogenados, fósforo. INDIRETO: alteração das vias bioquímicas ou fisiológicas. Colestase: drogas. Etanol: indução do sistema citocromo P-450 ► ↑ toxicidade hepática de outros químicos.

HEPATOTOXINAS IDIOSSINCRÁTICAS Mecanismo de lesão: hipersensibilidade ou metabólico. HIPERSENSIBILIDADE: Período de sensibilização: 1 a 5 semanas; Recorrência na re-exposição ao agente; Sinais sistêmicos: febre, rash, eosinofilia ; Evidências histológicas: infiltrado hepático inflamatório granulomatoso ou rico em eosinófilos. METABÓLICO: Defeito; Lesão patológica variável.

FATORES QUE AFETAM A HEPATOTOXICIDADE Modificação das reações da fase I: indução do sistema P-450: Etanol; Tricloroetano ; DDT; dioxinas; aldrin; HCH, etc. Tabaco; Estado nutricional: deficiência de cobre, cálcio, ferro e zinco e de vitaminas (complexo B, tocoferol, ácido ascórbico) ► ↓. Idade: maior idade, maior toxicidade. Fatores genéticos

HEPATOTOXINAS INDUSTRIAIS Dissulfeto de carbono; Tetracloreto de carbono; Clorofórmio; Tricloroetano e tricloroetileno; Tolueno; Halotano; Cloreto de metila; Misturas de solventes: pintores; Processos de limpeza a seco: percloroetileno

AVALIAÇÃO CLÍNICA DA HEPATOTOXICIDADE ANAMNESE OCUPACIONAL Exposições tóxicas ambientais: lazer, domissanitários; Uso de medicamentos; História médica de outras doenças; História familiar ou pessoal de alergia ou hipersensibilidade a alimentos, cosméticos, medicação, etc. Excluir patologias de maior prevalência nos casos de toxicidade hepática aguda

ALT (TGP), AST (TGO), DHL: TESTES HEPÁTICOS NÍVEIS ENZIMÁTICOS ALT (TGP), AST (TGO), DHL: Inespecíficas: coração, músculos, pulmão; Estado nutricional, etanol, infecção. Relação AST/ALT : ↑ - doença hepática alcoólica Relação ALT/AST : > 1.6 – tolueno. GGT Específica Etanol

Bilirrubinas (direta e indireta) TESTES HEPÁTICOS NÍVEIS ENZIMÁTICOS Fosfatase alcalina Função colestática Osso Bilirrubinas (direta e indireta) ↑ : 5% da população Alterações tardias ou infecção aguda

Indicam doença hepática aguda; TESTES HEPÁTICOS NÍVEIS ENZIMÁTICOS Indicam doença hepática aguda; Não representam a função metabólica do fígado; Na subaguda ou crônica lesão hepática: níveis transitoriamente elevados; Baixa sensibilidade para detectar lesão hepática precoce.

Doença precoce e subclínica; TESTES HEPÁTICOS TESTES FUNCIONAIS: Doença precoce e subclínica; Clearences: indocianina, aminopirina, fenacetina, cafeina, antipirina, etc. Ácidos biliares: “excreção hepática”. Doença hepática devido a exposição tóxica crônica tende a apresentar mais fibrose e evidência de lesão crônica

TESTES DE SÍNTESE HEPÁTICA: TESTES HEPÁTICOS TESTES DE SÍNTESE HEPÁTICA: Albumina, colesterol, protrombina, transferrina, etc.; Grande perda de parênquima. ESTUDOS DE IMAGEM RNM, TC, US: pouco úteis para screnning; BIÓPSIA: sensível e específica. Indicação: anormalidade persistente quando da exposição a uma hepatotoxina.

SCREENING PARA POPULAÇÕES EXPOSTAS TESTES HEPÁTICOS SCREENING PARA POPULAÇÕES EXPOSTAS GGT, FA E ÁCIDOS BILIARES ENZIMAS, IMAGEM, SÍNTESE: afastar outros diagnósticos

PROBLEMA: Trabalhador com exposição crônica a baixas doses, com elevação de um ou mais marcadores hepáticos Esta anormalidade significa hepatopatia ? Se existe patologia, é causada pelo trabalho realizado ? Qual a conduta em relação a permanência do trabalhador na atividade ?