PATOLOGIAS DA ORELHA EXTERNA Rogério Pinto Brandão
TÓPICOS OTITES EXTERNAS CORPOS ESTRANHOS ROLHA CERUMINOSA OTOEMATOMA HEPES ZÓSTER ÓTICO
Otite Externa Incidência de 5-20% no verão Otite externa infecciosa bacteriana (+ comum afeta MAE) Fatores desencadeantes: Temperatura e umidade elevadas LO repetidas Ausência de cerume pH alcalino Maceração da pele do MAE Dermatites
Otite Externa Infecção bacteriana do canal auditivo externo Classificado como: Aguda Subaguda Crônica
Otite Externa Aguda (OEA) “orelha do nadador” Estágio pré-inflamatório Estágio inflamatório agudo Leve Moderado Severo
OEA : Estágio Pré-inflamatório Edema da camada córnea e da unidade pilossebácea Sintomas: prurido e sensação de plenitude Sinais: edema discreto
OEA : Estágio Leve a Moderado Infecção Progressiva Sintomas Dor Aumento do prurido Sinais Eritema Piora do edema Lesão de canal, otorréia
OEA : Estágio Severo Dor intensa, piora com movimento da orelha e mastigação Sinais Obliteração do Lúmen Otorréia Purulenta Envolvimento do tecido mole periauricular
OEA : Tratamento Patógenos mais comuns: S. aureus, Streptococcus, Klebsiella, Proteus e P. aeruginosa 4 princípios Frequente limpeza do canal Antibiótico tópico Analgesia Orientações de prevenção e cuidados com água
Otite Externa Crônica (OEC) Processo inflamatório crônico Sintomas persistentes (> 2 meses) Bacteriana, fúngica, etiologia dermatológica
OEC : Sintomas Prurido constante Desconforto auricular leve Pele do canal ressecada
OEC : Sinais espessura da pele Pele seca e descamativa Pele hipotrofiada Otorréia mucopurulenta (ocasional)
OEC : Tratamento Similar ao da OEA Antibiótico tópico, limpeza frequente Corticóide tópico Cirúrgico Falha do tratamento clínico Alargamento e remoção dos detritos epiteliais, para reepitelização
FURUNCULOSE Infecção aguda localizada 1/3 Lateral e póstero-superior do canal Obstrução da unidade pilossebácea Patógeno: S. aureus
Furunculose: Sintomas Dor localizada intensa Prurido Hipoacusia (se a lesão ocluir o canal)
Furunculose: Sinais Edema Eritema Sensível Flutuação ocasional MT nl Linfonodomegalia regional
Furunculose: Tratamento Calor local Analgesia Antibiótico oral anti-estafilococos Curativo local c/ creme de ATB e Corticóide Incisão e drenagem reservado para abscesso localizado Antibiótico IV se extensão para tecidos moles adjacentes
Otomicose Infecção fúngica da pele do MAE Primária ou secundária Organismos Mais comuns : Aspergillus e Candida
Otomicose Fatores desencadeantes - Exógenos: umidade, calor, maceração da pele e exsudações - Endógenos: dist. hormonais, ausência de cerume, tampões epidérmicos, imunossupressão
Otomicose : Sintomas Fregüentemente difícil diferenciar da OE bacteriana Prurido dentro do canal (+ profundo) Dor leve a moderada Hipoacusia (obstrução) Tinnitus
Otomicose : Sinais Eritema do canal Edema discreto Secreção fúngica branca, cinza ou negra
Otomicose
Otomicose : Tratamento Limpeza do canal Antifúngico tópico Cuidado com água
Miringite Bulhosa Infecção Viral Confinada a membrana timpânica Mais comuns em crianças menores
Miringite Bulhosa : Sintomas Dor severa súbita Sem febre Sem diminuição da audição Otorragia (significante) se ruptura
Miringite Bulhosa : Sinais Inflamação limitada à MT e canal (parte mais próxima) Múltiplas bolhas hiperemiadas e inflamadas na MT Vesículas hemorrágicas
Miringite Bulhosa : Tratamento Auto-limitada Analgesia Antibiótico tópico para previnir infecção secundária Incisão das bolhas é desnecessária
Otite Externa Necrotisante (OEN) Infecção do CAE e estruturas adjacentes potencialmente letal Tipicamente encontrada em pacientes diabéticos descompensados, idosos e imunocomprometidos Pseudomonas aeruginosa
OEN : Sintomas DM descompensado em pcte com OE Dor auricular severa Otorréia crônica Plenitude auricular
OEN : Sinais Inflamação e granulação Secreção purulenta Oclusão do canal e opacidade da MT Envolvimento nervos cranianos (facial, hipoglosso, glossofaríngeo e vago)
OEN : Imagem CT – mais usada Cintilografia Tecnécio-99 ou Gálio 67 – revela osteomielite RNM
OEN : Diagnóstico Achados clínicos Evidência laboratorial Imagem Suspeita clínica
OEN : Diagnóstico diferencial Otite externa difusa aguda rebelde Tumores malignos de OE Colesteatoma de conduto Úlceras inflamatórias TB, blastomicose, leishmaniose
OEN : Tratamento Antibióticos IV por no mínimo 6 semanas ( cipro 500 mg 2-4x/dia) Curativo c/ gotas (genta ou cipro) local do canal até resolução Analgesia Câmara Hiperbárica (experimental) Debridamento cirúrgico para casos refratários
OEN : Mortalidade Mortalidade diminuiu devido aos novos antibióticos (37% para 23%) Recorrência não é incomun (9% a 27%) Pode recorrer até 12 meses após o tratamento Tratamento profilático: cuidado LO em DM, imunodeprimidos e idosos, tratar toda OE como potencialmente maligna
Pericondrite/Condrite Infecção do pericôndrio/cartilagem Resulta de trauma auricular Pode ser espontâneo (DM)
Pericondrite: Sintomas Dor no pavilhão e no canal intensa Prurido
Pericondrite : Sinais Endurecimento Edema Eritema Casos avançados Exsudação e crostas Envolvimento de tecidos moles
Pericondrite : Tratamento Leve: debridamento, antibiótico tópico e oral Severa: hospitalização, antibiótico IV Crônica: intervenção cirúrgica com excisão do tecido necrótico e cobertura com pele
Herpes Zoster Ótico J. Ramsay Hunt descreveu em 1907 Causado pelo Vírus Varicella zoster Infecção através de um ou mais nervos cranianos Síndrome de Ramsey Hunt : herpes zoster de pavilhão com otalgia e paralisia facial
Herpes Zoster Ótico : Sintomas Precoce: dor em queimor unilateral, cefaléia, mal estar e febre Tardio (3 a 7 dias): vesículas, paralisia facial
Herpes Zoster Ótico : Tratamento Proteção Corticóide oral (10 a 14 dias) Antiviral (Aciclovir 1-4 mg/dia)
Erisipela Celulite superficial aguda Streptococcus beta hemolítico Grupo A Pele: Eritematosa; bem demarcada, margens elevadas Tratamento c/ antibiótico oral ou IV
Otite Externa Induzida por Radiação OE após radioterapia Difícil tratamento Infecção limitada tratada como OEC Envolvimento ósseo requer debridamento cirúrgico
CORPOS ESTRANHOS ETIOLOGIA - introdução voluntária ou acidental - objetos, sementes, plásticos - insetos, larvas, mariposas TRATAMENTO - imobilização – vivos - remoção – irrigação - narcose
ROLHA CERUMINOSA ETIOLOGIA - hipersecreção glandulas ceruminosas TRATAMENTO - emolientes - remoção – irrigação, ganchos, alças especiais
OTO-HEMATOMA ETIOLOGIA - trauma pavilhão auricular – jiu-jitsu TRATAMENTO - drenagem cirúrgica – compressão forte - antibióticos - evolui com deformação