PEDAGOGIA 3ºPNA PROFª GIANE MOTA

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Transcrição da apresentação:

PEDAGOGIA 3ºPNA PROFª GIANE MOTA LETRAMENTO PEDAGOGIA 3ºPNA PROFª GIANE MOTA

Contextualização De acordo com Neiva Maria Jung, para tratar de Letramento é preciso compreender primeiramente que o uso dos termos Alfabetização e Escolarização estão historicamente marcados por ideologias dominantes nos três últimos séculos.

Isto significa que , a partir do séc Isto significa que , a partir do séc. XVIII, as pessoas não passaram da condição de analfabetos para alfabetizados, mas por uma multiplicidade de alfabetizações, um conjunto de diferentes habilidades relacionadas com a leitura e a escrita, para muitas diferentes finalidades e seções da população de uma sociedade, até a noção de alfabetização escolar única, estandardizada, do séc. XX. Estandardizada = padronizada

No entanto, convém ressaltar que a alfabetização é anterior a escolarização e, portanto , ao próprio movimento industrial. As pessoas não se alfabetizavam por essa ou aquela razão particular, mas porque sentiam mais e mais tocadas as áreas de suas vidas pelo poder da comunicação que apenas a palavra escrita torna possível – séc. XVI.

Mas, a partir do século XVIII até o final do século XIX: Duas correntes de mudança social levam a uma nova definição de alfabetização: 1ª ) Cultura letrada das pessoas comuns, freqüentemente considerada radical, definia a alfabetização e a conquista da escolarização como parte de seu desenvolvimento pessoal e individual

2ª) Com o advento da sociedade industrial, a necessidade de uma força de trabalho preparada para um emprego crescente na indústria, com um senso de disciplina e com o que poderia ser chamado, posteriormente, de competências escolares. Desse modo, a força da cultura popular da alfabetização foi colocada sob o controle da escolarização. A escolarização foi institucionalmente moldado por esses dois movimentos contraditórios

Conclui-se, portanto, que... Embora a alfabetização tenha precedido o desenvolvimento industrial, as necessidades dessa nova economia industrial foram o catalisador para a reforma e a institucionalização das escolar. Nesse sentido, afirma-se que o objetivo maior da escolarização era controlar a alfabetização e não promovê-la, controlar tanto as formas de expressão quanto o comportamento que acompanham a passagem em direção à alfabetização

A Escola pública O desenvolvimento da escolarização pública passou a basear-se na necessidade de atingir uma forma de treinamento social para transformar os trabalhadores domésticos ou rurais em força de trabalho operário. Para tanto, a alfabetização aliou-se a um processo de ensino-aprendizagem que salientava características comportamentais e morais, com capacidade de decodificar e codificar símbolos escritos como um objetivo importante, mas secundário

Sendo assim , é possível chegar a seguinte síntese ideológica: Século XVIII: Vigorava a noção de igualitarismo, pois acreditava-se que ao alfabetizar todas as pessoas o resultado seria a igualdade e a possibilidade de uma nova ordem social e política.

Século XIX: Tem –se a ideologia do crescimento da economia mora da alfabetização, ou seja, vinculava-se a conquista das habilidades de alfabetização ao senso de bondade do indivíduo

Século XX: Ocorre a transformação da alfabetização em virtude moral para uma habilidade cognitiva. Como capital cultural, a experiência educacional na sociedade deve ser tanto confirmada quanto demonstrada pelos documentos e notas escolares.

Em nossa sociedade tecnológica avançada, a educação é um processo de seleção e escolha durante os anos de escolarização e depois deles. Portanto ,a idéia de esforço, sucesso e avanço da alfabetização estão relacionados. Logo, a pobreza dos analfabetos passa a ser considerada culpa sua .

Mas desde o final do século XIX, surgiu um novo questionamento: POR QUE PESSOAS ALFABETIZADAS NÃO NECESSARIAMENTE ADQUIREM COMPETÊNCIA PARA USAR A LEITURA E A ESCRITA, PARA ENVOLVER-SE COM AS PRÁTICAS SOCIAIS DE ESCRITA?

Surge assim o termo LETRAMENTO para definir, não pura e simplesmente um conjunto de habilidades individuais, mas o “conjunto de práticas sociais ligadas à leitura e à escrita em que os indivíduos se envolvem em seu contexto social.