Técnica dos 5 A’s Ana Maria Cavalcanti Camila Ament Giuliani dos Santos Franco Médicas.

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Transcrição da apresentação:

Técnica dos 5 A’s Ana Maria Cavalcanti Camila Ament Giuliani dos Santos Franco Médicas

O primeiro “A” – Avalie Para orientar a adoção de comportamentos saudáveis e qualificar o autocuidado, é fundamental o reconhecimento de onde a pessoa está no processo de mudança. O início da elaboração do Plano de Autocuidado Apoiado consiste na avaliação do que é importante para a pessoa, o que ela valoriza e deseja para o seu futuro. A partir daí, a lista de Comportamentos Necessários pode ser preenchida pela pessoa, apoiada pelos profissionais de saúde. A avaliação do grau de interesse na adoção dos comportamentos assinalados na lista evidencia por onde é possível iniciar o processo de mudança.

O primeiro “A” – Avalie Com a identificação dos Estágios de Motivação para a Mudança dos comportamentos alvos, a equipe de saúde pode escolher quais abordagens são as mais indicadas para intervir sobre os mesmos. Nesta etapa, é possível explorar os conceitos e as percepções que a pessoa tem sobre estes comportamentos, quais as ideias sobre seu estilo de vida e sua condição de saúde e qual a sua motivação e confiança para fazer mudanças.

O segundo “A” – Aconselhe Após a avaliação dos valores e projetos de futuro e o preenchimento da lista de comportamentos necessários do Plano de Autocuidado Apoiado, a equipe de saúde pode estabelecer conversas produtivas sobre as condições de saúde presentes e o estilo de vida da pessoa. Fornecer informações e materiais educativos, esclarecer dúvidas, verificar o que a pessoa entendeu sobre o assunto e desenvolver a discrepância entre os valores e os comportamentos atuais podem favorecer o trânsito de um estágio de mudança para outro. 4

5 O segundo “A” – Aconselhe Mas lembre-se! Sempre solicite a permissão da pessoa para conversar sobre um tema. Se ela não quiser falar disto agora, insistir aumentará mais a resistência à mudança. Evite o confronto! Peça que a pessoa selecione os comportamentos de maior grau de interesse para adotar neste momento. Para os comportamentos de baixo grau de interesse, aconselhe utilizando abordagens da Entrevista Motivacional. Leia mais sobre Entrevista Motivacional nas páginas 16 a 26 do Manual do Profissional de Saúde sobre Autocuidado Apoiado, disponível no link.

Grau de interesse Graduação de 0 a 10 que mede o quanto a pessoa deseja assumir um determinado comportamento neste momento onde 0 significa nenhum interesse e 10 significa total interesse. Expõe a discrepância entre os valores/projetos de vida da pessoa e a motivação para assumir comportamentos adequados aos mesmos. Graus intermediários de interesse evidenciam a ambivalência. Uma maneira de avaliar o grau de interesse é utilizar escalas como a que está exposta abaixo. A pessoa assinala aquela que representa seu interesse em mudar agora! 6

7 Grau de confiança Graduação de 0 a 10 que mede o quanto a pessoa está confiante, ou seja,se percebe capaz de assumir um determinado comportamento neste momento, onde 0 significa nenhuma confiança e 10 significa total confiança. Para avaliar a confiança, é preciso pensar sobre o esforço, as adaptações e os recursos necessários para concretizar a mudança. Uma maneira de avaliar o grau de confiança é utilizar escalas como a que está exposta abaixo. A pessoa assinala aquela que representa sua confiança em conseguir executar seu plano neste momento!

8 O terceiro “A” – Acorde Nesta etapa, solicite que a pessoa selecione 1 ou 2 comportamentos da lista do Plano de Autocuidado Apoiado para adotar nos próximos dias. Oriente a escolha daqueles com alto grau de interesse. Avalie em conjunto a situação atual e quantas atividades (passos) são necessárias para alcançar os comportamentos eleitos. Se a pessoa escolheu ter uma alimentação saudável, por exemplo, muitas atividades podem ser necessárias dependendo de como é a alimentação atual. Neste caso, é recomendável desdobrar o comportamento em passos intermediários e escolher por onde começar. Volte ao exemplo do Plano de Autocuidado da Dona Celeste. Ao invés de pactuar, mudar toda a alimentação, ela decidiu iniciar pela abstenção de doce, desdobrando esse comportamento num passo intermediário.

9 O terceiro “A” – Acorde Acorde (pactue) com a pessoa o que ela fará, como, quando e quanto. Estabeleça metas específicas que permitirão o monitoramento do processo. Avalie com ela o grau de confiança em executar este plano nos próximos dias. Se o grau de confiança for menor de 7, é necessário “quebrar a tarefa em partes”, ou seja, estabelecer metas parciais em direção ao novo comportamento, mais adequadas à realidade e aos recursos que a pessoa tem. Se isto não for possível, recomenda-se escolher outro alvo neste momento. Ao término da pactuação, solicite que a pessoa assine o contrato do Plano de Autocuidado Apoiado, com o objetivo de fortalecer a responsabilização pelo processo de mudança.

10 O quarto “A” – Assista Preste assistência à construção de um plano de ação de forma colaborativa, com planejamento adequado às metas estabelecidas. Peça que a pessoa explore as possibilidades dentro do seu contexto de vida. É muito importante ser o mais realista e específico possível. Convide-a a pensar sobre recursos necessários, pessoas que podem apoiar, situações que podem atrapalhar (problemas) e como enfrentá-las. Para o alcance das metas, é preciso desenvolver a habilidade de resolver problemas e lidar com lapsos e recaídas. Os Instrumentos de Resolução de Problemas e de Prevenção de Recaídas podem ser utilizados para treinar estas habilidades. Para ler mais sobre o tema, clique no link e veja as páginas 26 a 33 do Manual do Profissional de Saúde sobre o Autocuidado Apoiado.

11 O quarto “A” – Assista Monitorar o grau de interesse e de confiança pode fornecer pistas de como estão a ambivalência e a autoeficácia. Se o interesse diminuir, dialogue sobre os prós e os contras da mudança e reveja os objetivos de vida para fortalecer o compromisso com a mudança. Se a confiança diminuir, auxilie na superação dos obstáculos e na proatividade frente às situações de risco, empoderando a pessoa para o enfrentamento do dia a dia. Vamos retornar ao seu Plano de Autocuidado! Se você ainda não o fez, aproveite e faça a seguir. Avalie sua pactuação: Ela é específica? Tem metas objetivas e mensuráveis? Se grau de confiança foi maior de 7? Faça as adequações necessárias e assine o contrato também. A partir de agora, procure colocar seu plano em ação e resolver os problemas e lapsos que surgem na sua execução. Utilize os instrumentos de Resolução de Problemas e Prevenção de Recaídas para isso!

12 O quinto “A” – Acompanhe O acompanhamento sistemático do processo de mudança pela equipe de saúde tem como objetivos: – Manter a pessoa no foco da mudança; – Reconhecer as situações de risco; – Treinar resolução de problemas; – Prevenir recaídas; – Estabelecer os próximos passos. O monitoramento pode ser presencial, individual ou em grupo, na UBS e na visita domiciliar, ou à distância, por contato telefônico ou pela internet, por exemplo. A frequência sugerida é quinzenal, no mínimo.

13 O quinto “A” – Acompanhe Os campos para monitoramento diário presentes no Plano de Autocuidado Apoiado permitem o registro periódico pelo usuário da evolução do processo e das adequações realizadas. A equipe de saúde também pode ter planilhas de monitoramento das pessoas da sua área de abrangência para organizar o acompanhamento das mesmas. Perguntas abertas que explorem as ideias da pessoa para solucionar seus problemas são as mais indicadas. Um roteiro de entrevista para monitoramento pode ser utilizado pelos profissionais. O monitoramento da Dona Celeste feito pelo técnico de enfermagem Gerson da UBS Bom Jesus exemplifica esta etapa. Não esqueça de monitorar o seu processo de mudança também. Peça a alguém da sua equipe para apoiá-lo! Treine a Resolução de Problemas e a Prevenção de Recaídas.

14 Roteiro de entrevista para monitoramento do Plano de Autocuidado Apresente-se (quando necessário ou se o contato for não presencial); Esclareça que este contato é para monitorar o Plano de Autocuidado, combinado anteriormente; Pergunte como a pessoa passou este período; Relembre as metas acordadas; Pergunte o que ela conseguiu realizar (não, sim, parcialmente) e valorize os resultados, enfatizando que ela persista; Pergunte o que ela não conseguiu realizar, quais os principais problemas que apareceram e como tentou resolvê-los; (Adaptado de Curitiba, SMS. Autocuidado Apoiado: Manual do Profissional de Saúde, 2012)

15 Roteiro de entrevista para monitoramento do Plano de Autocuidado Pergunte o que funcionou e recomende que ela persista nas soluções que funcionaram no próximo período; Para os problemas sem solução, pergunte o que ela imagina que poderia fazer para resolvê-los nestes próximos dias; Avalie o grau de confiança desta solução e se for igual ou maior de 7, sugira que ela ponha em prática e monitore durante o próximo período; Relembre a data do próximo contato e registre na planilha de monitoramento quando esta for utilizada. (Adaptado de Curitiba, SMS. Autocuidado Apoiado: Manual do Profissional de Saúde, 2012)

16 Algumas armadilhas Algumas armadilhas devem ser evitadas durante o apoio ao autocuidado. São elas: – Achar que a pessoa não poderá mudar por não estar motivada; – Não avaliar a capacidade de autocuidado da pessoa; – Estabelecer o plano de autocuidado e o monitoramento sem solicitar permissão antes; – Não permitir que a pessoa crie suas próprias formas de solução de problemas induzindo-a a uma solução; – Forçar a escolha de um comportamento para mudança gerando resistência; – Tentar salvar a pessoa, atropelando as etapas que devem ser realizadas pela própria pessoa;

17 Algumas armadilhas – Focar no problema e nas metas e esquecer o vínculo com a pessoa; – Estabelecer foco prematuro, ou seja, pactuar comportamentos para os quais a pessoa está no estágio de contemplação ainda; – Confrontar; – Pactuar muitas mudanças ao mesmo tempo; – Não cumprir com a agenda de monitoramento acordada; – Não registrar o monitoramento e o Plano de Autocuidado acordado com a pessoa.

Resumindo os passos da construção do Plano de Autocuidado para evitar as armadilhas: 1.Encontre um foco comum: – Estabeleça vínculo com a pessoa, – Proponha o plano de autocuidado, auxiliando a pessoa a encontrar o comportamento alvo de mudança, – Faça perguntas abertas para tentar entender as necessidades da pessoa, sempre respeitando-a. 2.Explore e promova a motivação para mudança: – Troque informações, – Entenda como a pessoa se sente e tente auxiliar de forma reflexiva que ela encontre novas perspectivas para mudar o comportamento pretendido, – Avalie os prós e contras, e o grau de interesse e de confiança, auxiliando a pessoa em seu processo de mudança. 3.Resuma o progresso: – Faça um resumo dos acordos e dos avanços realizados pela pessoa, e pergunte sobre o próximo passo. Adaptado de Miller, W R; Rollnick, S, 2001

Papel dos integrantes da equipe de saúde no Apoio ao Autocuidado A fim de estruturar o Apoio ao Autocuidado na UBS, cada membro da equipe pode desempenhar funções específicas. Para estabelecer os primeiros planos, recomendamos que o médico, o dentista, o nutricionista, o psicólogo, o farmacêutico, o fisioterapeuta, o profissional de Educação Física, o enfermeiro ou outro profissional de nível superior façam as pactuações. O enfermeiro pode coordenar as pactuações dos diferentes profissionais, para evitar que vários planos sejam estabelecidos ao mesmo tempo, sobrecarregando a pessoa e induzindo ao insucesso.

Papel dos integrantes da equipe de saúde no Apoio ao Autocuidado Os técnicos de enfermagem, os agentes comunitários de saúde, os técnicos e auxiliares de saúde bucal podem fazer o monitoramento na UBS e nas visitas domiciliares ou de forma não presencial, pela internet ou telefone, quando disponível. Para isso, devem utilizar o roteiro de entrevista para monitoramento do Plano de Autocuidado. Durante o monitoramento, algumas adaptações do Plano de Autocuidado poderão ser necessárias e devem ser registradas em planilhas específicas.