Abordagem tradicional de Estudos de Usuários. 1. O campo de conhecimento Na aula passada vimos a história dos estudos de usuários Como esse tópico passa.

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Abordagem tradicional de Estudos de Usuários

1. O campo de conhecimento Na aula passada vimos a história dos estudos de usuários Como esse tópico passa a integrar os currículos dos cursos? Objeto do campo: o usuário em interação com o SI (arquivo, biblioteca, etc) Unidade de análise: usuário em geral x usuário em relação com a informação

Referencial nas ciências humanas e sociais Três sistemas básicos em torno dos quais se organiza a atividade humana: personalidade, cultura e sociedade – P, A, S Então a unidade de análise é o usuário (indivíduo ou grupo) que vive numa sociedade, numa cultura, e que se relaciona com informação e/ou com SIs Objeto do campo: ação/comportamento; interação (ação conjunta); ação que é motivada por um desejo/necessidade

A interação entre usuário e SI – resulta de uma necessidade Conteúdos básicos do campo: a)indivíduo/grupo (unidade de análise) b)ambiente social e cultural (onde ação ocorre) c)necessidades e motivos (propulsores) d)interação (objeto do campo) e)comunicação (possibilita a interação) f)SI (elemento delimitador do campo)

Possibilidades de abordagem Indivíduo: fatores que interferem (sexo, idade, ocupação, classe); também família, grupos (profissionais, etc) Ambiente: cultura (educação, etc) Comportamento é causado – motivações Comunicação: conteúdo, canais, E, R SI: estrutura, políticas, como conhece o usuário

2. EU na Arquivologia Definições de usuário nos dicionários arquivísticos: pessoa que consulta ou pesquisa documentos num arquivo - leitor, consulente, pesquisador – perspectiva do arquivo permanente; valor científico, cultural, do doc Necessidade de pensar em quem está do “lado de dentro do balcão” – o “agente público” Quem exerce funções na própria instituição, produtor de documentos, responsável pelo trâmite, custódia, ele processa, envia, recebe, consulta

O conhecimento dos agentes públicos Arquivo deve considerar: a)Caráter arquivístico dos documentos; b)Conhecimento tácito dos agentes públicos Valor agregado da inf – apropriação do conhecimento gerado sobre ela Linguagem (do arquivo, do doc, da entidade, do usuário) – campo discursivo – necessidade de padronizar mas não de forma imposta e sim construída, ver como vem sendo usado

Os diferentes atores: arquivista, administrador, usuário Usuário ligado às rotinas adm – não só por função/nível de acesso; nem só pela idade do documento O estudo dela: impressões de quem trabalha no cotidiano para melhorar SIs de gestão de docs Ex: diferenças terminológicas para documento digital; credibilidade; diferenças do digital para o impresso

Usuários de arquivos Definição do CIA, 1984: quem consulta ou usa os documentos, leitor ou pesquisador Categorização clássica: internos e externos Internos: Administrativos: diretores, coordenadores, executores Externos: investigador, estudante, cidadão Entre os dois, o arquivista Cada um deles pode prestar informações úteis para a gestão dos documentos

Exemplo do estudo da autora 50 questionários Melhor termo para o documento armazenado no computador: documento eletrônico 24%, documento digital 24%, documento em meio digital 34%, arquivo 18%, documento 0 Há diferenças entre o documento que nasce e aquele que é digitalizado? 74% sim, 26% não (pode ser alterado, assinatura, confiança; ambos podem ser alterados, papel garante) O documento em papel possui a mesma credibilidade? Sim 38%, não 62% (ambiente seguro, autenticidade; manipulação)

Os métodos de coleta de dados Não é a metodologia que determina a pesquisa e sim o problema que se pretende resolver Variação de métodos quantitativos e qualitativos Os métodos não são exclusivos, eles tendem para um ou outro modelo

1. Questionário Lista de questões formuladas pelo P para serem respondidas Podem ser fechadas ou abertas Método mais utilizado Ausência do pesquisador implica em maior cuidado – ex: Lopes, 2006 Com as possibilidades digitais, aumentou muito o uso (qualquer dia/local, pouco tempo para envio e tabulação, permite inclusão de textos, imagem, som)

Vantagens do questionário Rápido Baixo custo População dispersa Maior grau de liberdade Menor distorção Dados superficiais + detalhamento

Desvantagens do questionário Dificuldade de esclarecer dúvidas Não refletem os problemas e compreensões DOS usuários Terminologia inadequada Baixo índice de respostas Muitos podem ser invalidados

2. Entrevista Segundo método mais utilizado Tipos: não estruturada; semi estruturada; estruturada Vantagens: captação de reações, sentimentos; reformulação e flexibilidade; esclarecimento de dúvidas Desvantagens: distorções; possibilidade de afetar as respostas; custos; riqueza de detalhes (excesso de dados)

3. Observação Terceiro método mais utilizado Tipos: não estruturada; participativa não sistemática; participativa sistemática Vantagens: flexibilidade, captação de aspectos “negativos” (agressividade, reações extremadas) Desvantagens: exigência de tempo; preparo do pesquisador; tendência à dispersão Ex: Martucci 2006 – atuação do bibliotecário

4 Análise documental Envolve uso de dados que não foram produzidos para a pesquisa Exs: taxas de empréstimo, análise de log Ex: Spink 2000, análise de termos de busca do Excite Vantagens: lida com dados “reais”, facilidade de obtenção Desvantagens: grande volume de dados

5. Técnica de Delfos É um tipo de questionário Apresenta-se um conjunto de questões a especialistas para que se pronunciem sobre assunto ou tópicos As respostas mais freqüentes retornam para uma segunda rodada Novas rodadas até a identificação de tendências Ex: Miranda 1999, variáveis para vantagem competitiva

6. Grupo focal É um tipo de entrevista, feita simultaneamente com várias pessoas e um moderador (de 6 a 10) Vantagens: profusão de questões, complementaridade, oposições e argumentação Desvantagens: inibição, tempo, preparo do pesquisador Energia gerada pelo grupo resulta em maior diversidade e profundidade de respostas (interação estimula novas idéias) Há a pressão do grupo, competição pelo tempo, influência e constrangimentos Ex: Silver 1998 – percepção da biblioteca do Embrapa

7. Testes de usabilidade Usabilidade: capacidade de um produto ser usado por usuários específicos para atingir objetivos específicos com eficácia, eficiência e satisfação em um contexto particular Sistemas de informação automatizados: portais, máquinas de busca, bibliotecas digitais, etc Avaliação de usabilidade: identificar nível de satisfação dos usuários, identificar problemas na realização de tarefas ou verificar o desempenho do sistema Métodos prospectivos (entrevistas e questionários) ou empíricos (observação ou monitoramento de uso em situações reais)

Testes empíricos Origem na psicologia experimental, coletar dados pela observação de usuários típicos desempenhando tarefas típicas Sintoma da ênfase a dados qualitativos Importante fazer o plano de teste (planejamento): determinar objetivos, tarefas típicas, usuários típicos, preparar ambiente Em laboratório ou no próprio ambiente de uso Podem ser usados gravadores, filmadoras, espelhos de face única ou softwares de monitoramento

8. Verbalização (“pensar alto”) Usuário é solicitado a verbalizar seus pensamentos, sentimentos e opiniões enquanto realizam tarefas do sistema Permite identificar problemas em situações reais Tipos: simultânea, consecutiva e estimulada Vantagens: coleta direta dos dados, aplicação no contexto de uso, dados subjetivos Desvantagens: diferenças entre usuários, tempo gasto no tratamento e análise

9. Co-descoberta Dois participantes realizam juntos tarefas designadas pelo avaliador (ajuda mútua na resolução dos problemas) Vantagem: no contexto real, as pessoas interagem com outras Comunicação entre duas pessoas traz mais resultados que a fala de apenas uma ou o somatório de duas separadas

10. Incidente crítico Consiste em indagar-se do indivíduo questionado uma lembrança de alguma experiência ou acontecimento recente relevante (por exemplo, a última busca realizada na literatura) e fazê-lo relatar em detalhes Incidente = qualquer atividade humana observável e completa em si mesma Crítico = situação em que o propósito ou intenção do ato sejam razoavelmente claros Enfim, descrição de comportamento relevante de conteúdo suficiente para que o propósito esteja presente