FATORES INTRAPPESOAIS DO PROCESSO DE ENSINO E APRENDIZAGEM: MOTIVAÇÃO

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Transcrição da apresentação:

FATORES INTRAPPESOAIS DO PROCESSO DE ENSINO E APRENDIZAGEM: MOTIVAÇÃO Professora Me. Andréia O. Vicente

TEORIAS DA MOTIVAÇÃO As teorias da motivação podem ser convenientemente divididas em duas categorias gerais: as teorias de conteúdo e as teorias do processo. Teorias de conteúdo - focalizam principalmente as necessidades do indivíduo – deficiências fisiológicas ou psicológicas que nos sentimos compelidos a reduzir ou eliminar. Exemplos são as necessidades de comer para satisfazer a fome e falar com outras pessoas para usufruir companhia.

As teorias do processo focalizam o pensamento interior ou processos cognitivos que influenciam as decisões quanto ao comportamento. Enquanto a abordagem do conteúdo pode explicar as situações baseadas em necessidades ativadas ou negadas, as teorias do processo as explicam com relação a crenças individuais sobre a relação esforço – desempenho – resultado.

Três das teorias mais famosas de conteúdo estão associadas a pesquisadores eminentes: Abraham Maslow, Clayton Alderfer e Davi McClelland. Embora compartilhem de um interesse comum em necessidades de indivíduos, cada um deles fez uma contribuição singular para a melhor compreensão do seu potencial impacto sobre a motivação individual.

TEORIA DA HIERARQUIA DAS NECESSIDADES A teoria de Abraham Maslow sobre a hierarquia das necessidades identifica cinco níveis distintos de necessidades individuais: de autorealização e auto-estima – as necessidades de ordem superior – as sociais, de segurança e fisiológicas – as necessidades de ordem inferior. Entre as necessidades de ordem inferior, as fisiológicas são as mais básicas, consistindo da necessidade de comida, água, etc.

As necessidades de segurança envolvem segurança, proteção e estabilidade. As necessidades sociais são de relacionamento, participação e sentimento de pertencer. Das necessidades de ordem superior, as necessidades de estima são tanto de auto-respeito quanto de reconhecimento por parte de outros.

As necessidades de auto realização estão no nível mais alto, consistindo do desejo de atingir a auto realização através da criação e do uso total de talentos da pessoa. Para Maslow as necessidades fisiológicas precisam ser satisfeitas antes das sociais, e estas antes das de estima, que precisam ser satisfeitas antes das de auto realização.

Teoria ERC A teoria ERC de Clayton Alderfer disitingue-se da de Maslow em aspectos importantes. Em primeiro lugar, ela reconhece apenas três tipos de necessidades: as necessidades existenciais – o desejo de bem-estar fisiológico e material; necessidades de relacionamentos – o desejo de obter relacionamentos interpessoais satisfatórios; necessidades de crescimento – o desejo de constante crescimento e desenvolvimento pessoal.

Em segundo lugar, a teoria ERC inclui um componente de frustração – regressão que sugere que quando uma necessidade de nível superior não pode ser satisfeita (isto é, frustração), uma necessidade de nível inferior já satisfeita pode ser reativa (isto é, regressão).

Se alguém fica constantemente bloqueado em sua necessidade de crescimento, por exemplo, a teoria ERC permite que necessidades relacionadas venham à superfície como motivadores principais. Em terceiro lugar, e bastante diferente da teoria de Maslow, a teoria ERC afirma que mais do que uma necessidade pode influenciar ativamente a motivação ao mesmo tempo.

Teoria das Necessidades Adquiridas McClelland destacou três importantes necessidades humanas: Necessidade de realização – o desejo de fazer algo melhor ou com mais eficiência, resolver problemas ou dominar tarefas complexas; Necessidades de associação – o desejo de criar e manter relações amigáveis e calorosas com outras pessoas;

Necessidade de poder – o desejo de controlar os outros, de influenciar seu comportamento ou de ser responsável por eles. Diferentemente das outras teorias de necessidades, McClelland afirma que estas três necessidades são adquiridas no decorrer do tempo e como resultado das experiências de vida de cada um. Em outras palavras, ele acredita que essas necessidades são aprendidas. E, nesse caso, podem ser desenvolvidas ou ensinadas.

Teoria da Equidade A teoria da equidade é baseada na noção de comparação social. J. Stacey Adams afirma que qualquer diferença percebida em relação aos dos outros é um estado de consciência motivador. Isso, acontece, por exemplo, sempre que uma pessoa acredita que a recompensa obtida é menor do que a de outra pessoa que desempenhou a mesma atividade que ela. Quando esta injustiça é percebida, a teoria prevê que as pessoas serão motivadas a agir de modo que o senso de equidade seja restaurado.

Uma pessoa sente inequidade negativa quando acredita que recebeu relativamente menos do que os outros. E sente que existe inequidade positiva se recebeu maior recompensa que os outros, também relativamente. De acordo com a teoria da equidade, ambas as percepções são motivadoras. Quando uma delas existe, a pessoa provavelmente se comporta de modo que restaure uma sensação de equidade.

Teoria da Expectação A teoria da expectação de Victor Vroom, se refere as expectativas e recompensas implicadas na realização de alguma tarefa, e nos conduz a seguinte questão: O que determina a boa vontade de um indivíduo para dispender esforço pessoal para desempenhar uma tarefa? A reposta de acordo com a teoria, é encontrada nas crenças de um indivíduo considerando as relações esforço-desempenho e os resultados potencialmente associados com os diferentes níveis de alcance de desempenho, ou seja,

ao dispender maior esforço e dedicação a uma tarefa, obtendo resultados satisfatórios, o indivíduo ficará cada vez mais motivado, podendo ocorrer, também, o contrário, caso o resultado não atenda as expectativas do indivíduo, ou a recompensa não é devidamente recebida mesmo tendo obtido o resultado.

Orientações Motivacionais As abordagens sócio-cognitivistas da motivação têm demonstrado a existência de duas orientações motivacionais: a intrínseca e a extrínseca. A motivação intrínseca configura-se como uma tendência natural para buscar novidades e desafios. O indivíduo realiza determinada atividade pela própria causa, por considerá-la interessante, atraente ou geradora de satisfação. É uma orientação motivacional que tem por característica a autonomia do aluno e a auto-regulação de sua aprendizagem.

Já a motivação extrínseca tem sido definida como a motivação para trabalhar em resposta a algo externo à tarefa, como a obtenção de recompensas externas, materiais ou sociais, em geral, com a finalidade de atender solicitações ou pressões de outras pessoas, ou de demonstrar competências e habilidades.

Tipos de motivação em relação ao objeto da aprendizagem É improvável que ocorra uma aprendizagem escolar satisfatória quando não há motivação suficiente para aprender. Algo que pode nos ajudar a compreender a motivação de nossos alunos é observar seu comportamento quando eles têm de realizar atividades relacionadas com a aprendizagem.

Quando os alunos estudam ou tentam realizar as diferentes tarefas escolares, se inicia um processo no qual desejos, pensamentos e emoções se misturam, configurando padrões de enfrentamento associados que têm diferentes repercussões na motivação e na aprendizagem.

Quando um aluno está tentando resolver problemas de matemática, por exemplo, pode desencadear emoções e formas de agir diferentes ao longo da tarefa, dependendo da natureza e do progresso ou dificuldade que for experimentando durante a realização. Supondo que ao ter que fazer esta tarefa, que no passado tenha vivenciado com dificuldades, pode provocar uma certa ansiedade, por conta da expectativa de que as dificuldades apareçam de novo.

Os processos de recepção de estímulos, de interação das novas ideias com as que já possuem, e de aplicação da nova informação requerem um esforço. Toda a mobilização cognitiva que a aprendizagem requer deve nascer de um interesse, de uma necessidade de saber, de um querer alcançar determinadas metas.

Para compreendermos melhor esta mobilização cognitiva, vamos analisar os dois tipos de motivação em relação a aprendizagem: a motivação intrínseca e extrínseca. A motivação intrínseca é inerente ao objeto da aprendizagem, à matéria a ser aprendida, à atividade a ser executada, não dependendo de elementos externos para atuar na aprendizagem. Derivando-se da satisfação inerente à própria atividade de aprender, está sempre presente e é sempre eficiente.

Cabe ao professor apontar aos alunos os aspectos significativos da matéria a ser estudada, porque, desta maneira, despertará os motivos próprios do estudante, que se vai dedicar ao estudo da mesma. A motivação extrínseca é a motivação externa à própria atividade da aprendizagem, não resulta do interesse pela matéria em si. É determinada por fatores externos à própria matéria a ser aprendida.

Contudo, a motivação extrínseca não é alguma coisa artificial, pois, para ser eficiente, precisa ser fundamentada em alguma tendência, algum motivo ou necessidade própria do aprendiz, ou intrínseca à sua natureza. As experiências psicopedagógicas já concluíram da existência de uma série de motivos, tais como o desejo de sucesso, a necessidade de aprovação social, a necessidade de realização, curiosidade etc., que poderão ser empregados pelos educadores para a maior eficiência da aprendizagem.