CONTEÚDOS ESCOLARES E DESENVOLVIMENTO HUMANO : QUAL A UNIDADE ?

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Transcrição da apresentação:

CONTEÚDOS ESCOLARES E DESENVOLVIMENTO HUMANO : QUAL A UNIDADE ?

Marta Sueli de Faria Sforni Maria Terezinha Bellanda Galuch

“Temos de assegurar as duas pontas da corrente: revolucionar o ensino, o que implica em revolução social e dar nossa aula amanhã cedo.” George Snyders

Perseguir as grandes mudanças, tendo em vista o desenvolvimento humano e, ao mesmo tempo, levar a termo uma ação pedagógica pontual, direta, imediata na realidade tal como se apresenta.

A escola é o espaço privilegiado para a transmissão da cultura produzida historicamente e essa formação científica não pode se desvincular da formação política.

A formação política pressupõe o desenvolvimento de capacidades que permitem ao sujeito proceder à crítica da sociedade e do conhecimento nela produzido, portanto, sua base é o saber sistematizado.

No contexto escolar, a linguagem se expressa, de modo especial, nos conteúdos de várias ciências.Os conceitos dessas ciências são objeto de ensino e de aprendizagem no cotidiano da sala de aula.

Essa pontencialidade formativa presente na aprendizagem conceitual é o que justifica a estreita relação estabelecida entre a instrução escolar e o desenvolvimento mental da criança.

Nesse sentido, não há posição entre os anseios pelo desenvolvimento humano de modo geral e aula que se prepara para “ amanhã cedo ”.

No conteúdo escolar, e sobretudo nele, estão presentes elementos constituintes do desenvolvimento dos sujeitos.

Voltamos a atenção para a prática de sala de aula, com o intuito de refletir sobre a relação entre essas duas dimensões da educação no fazer pedagógico.

O que, na escola, tem sido caracterizado como formação voltada para o desenvolvimento humano ?

O potencial formativo do conteúdo escolar Diferentes procedimentos e recursos : Plano de trabalho docente Documentos oficiais Currículo PPP Avaliações Cadernos dos alunos Prática docente

Filmagens ou entrevistas Livros didáticos

A Educação Escolar é um processo que envolve diferentes elementos: políticas, atores, práticas, programas curriculares, interações entre pessoas, ou seja, a escola se constitui em local de socialização que aparece na relação com outras formas de socialização.

Dentre as diferentes possibilidades, privilegiamos o livro didático, porque é um dos instumentos que mais tem servido de apoio ao professor.

Na última década, uma nova tendência tem marcado os debates educacionais: a formação da autonomia intelectual, do pensamento crítico.

Muitos livros didáticos passaram a enfatizar situações em que os alunos são levados a discutirem entre si e, em seguida, posicionarem-se “criticamente“ frente a temáticas sociais que envolvem conhecimentos científicos.

A escola trabalha com o conhecimento científico e, ao transmitir determinado conteúdo, transmite, também, formas de pensar, analisar, reelaborar e agir.

Para se posicionar, conscientemente, diante de qualquer fato, fenômeno ou conceito, é imprescindível o saber sistematizado.

O exercício da crítica requer que a análise dos fatos não seja guiada por explicações preconcebidas.

Livres de interpretações a priori e pautando-se em conhecimentos científicos, os sujeitos demonstrarão atitudes conscientes e esclarecidas.

O fato de o aluno estar em contato com problemas atuais é extremamente importante.

Todavia, o que nos chama a atenção é que podemos cair no extremo de o ensino ficar nas opiniões pessoais.

SE uma criança é capaz de dar uma certa opinião sobre um assunto, deve-se partir daquilo que já domina para trabalhar questões mais complexas.

Segundo Vygotsky os conceitos cotidianos “ crescem “ com os conceitos científicos, pois estes oferecem estruturas para o desenvolvimento ascendente dos conceitos espontâneos em relação à consciência e ao seu uso deliberado.

“ Os conceitos corriqueiros são desenvolvidos espontaneamente numa relação dialética com os conceitos científicos, que são mediados pelo ensino. No entanto, se os conceitos não forem incluídos, todo o desenvolvimento da criança será afetado.” HEDEGAARD,2002

É preciso oferecer-lhes conhecimentos que os façam entender as implicações de suas atitudes.

A crítica pressupõe entendimento, reflexão e análise e sua qualidade está diretamente relacionada à qualidade do conteúdo trabalhado na escola, pois só há análise quando se tem conhecimento.

Deixar o conteúdo científico em segundo plano significa retirar do ensino a possibilidade de concorrer para o desenvolvimento de capacidades cognitivas nos alunos que lhes permitam analisar a realidade não só naquilo que ela é, mas também naquilo que ela pode vir a ser

Ao internalizar o código linguístico, o significado também é internalizado,resultando na elaboração de pensamento, pois a aquisição de conhecimentos favorece o desenvolvimento da consciência.

O leque de possibilidades para o indivíduo compreender, analisar e expressar a realidade objetiva depende da qualidade que ele internaliza.

O que confere ao aluno um pensamento mais complexo, reflexivo, é a capacidade de utilizar os conceitos como instrumentos de sua atividade mental.

Para que a aprendizagem seja realmente promotora do desenvolvimento é necessário que seja pautada no conhecimento científico. Prio

Priorizar a aprendizagem de conceitos na “aula de amanhã” é o modo de a escola contribuir para o desenvolvimento humano , mesmo que seus resultados sejam percebidos apenas em um período de longo prazo.