Agroecologia: paradigma para tempos futuros ou resistência para o tempo presente? Gener Penso Jéssica Faversani Maicon Sgarbossa Moira Schmeng Ricardo.

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Transcrição da apresentação:

Agroecologia: paradigma para tempos futuros ou resistência para o tempo presente? Gener Penso Jéssica Faversani Maicon Sgarbossa Moira Schmeng Ricardo Carnieletto

2 Introdução A agroecologia surgiu como uma promessa de renovação do político, dos sistemas técnicos e como fontes de mudanças socioculturais Este trabalho tenta evidenciar os efeitos sociológicos das ações e das lutas sociais em questão

3 Introdução A proposição agroecológica surgiu como aspiração geral a uma outra forma de desenvolvimento Ela tem se apoiado no uso potencial da diversidade social e dos sistemas agrícolas, especialmente aqueles que os agentes reconhecem como estando mais próximo dos modelos camponês e indígenas

4 Introdução Aqueles que idealizam esse tipo de agricultura têm razões para pensar que, em se aliando a um projeto de desenvolvimento local, descentralizado, que privilegie a diversidade em cada meio, estão exprimindo novas aspirações, novas formas de sociabilidade, baseados na “experiência do tempo”

5 Introdução As ações e agentes agroecológicos visam a colocar em prática um novo tipo de movimento coletivo, que tenta fugir das formas mais ou menos reclusas que assume a maioria das manifestações de dominação social como um todo

6 Introdução A atual condição de marginalização e exclusão de certos grupos sociais e a necessidade urgente de se obter “resultados imediatos” no plano da reprodução social, constituem fatores que jogam contra a capacidade de contestação dessas novas idéias, pelo menos no curto e médio prazos

7 Introdução É por isso que essas formas de protestos assumem um caráter ora de defesa identitária, ora de reintegração econômica no interior do mercado Isso provoca o enfraquecimento de sua força contestadora e de grande parte de suas aspirações e utopias

8 Introdução A grande heterogeneidade que caracteriza a perspectiva agroecológica, em relação ao seu padrão tecnológico e suas formas sociais, tem se constituído uma forma de barreira ao avanço dessas idéias Suas aparentes virtudes teóricas e morais não foram ainda suficientes para alçá-la a um lugar de maior consideração e destaque no interior da agricultura e sociedade brasileira

9 Introdução A agroecologia se depara com as seguintes questões: –Como considerar ou elevar a diversidade para além do protesto puro e simples? –Como adaptá-la às ações de desenvolvimento que se dirigem tanto a uma clientela heterogênea quanto aos seus determinantes sociais, suas aptidões e meios materiais? É no quadro delimitado por estas interrogações maiores que a reflexão será desenvolvida

10 Sobre a noção de agroecologia, a metodologia e a ação tecnológica A agroecologia é uma noção nova, associada no debate social atual às noções de agricultura e desenvolvimento sustentáveis Dependendo da posição social do agente que a define, têm-se compreensões ou entendimentos diferentes a respeito: –É uma atividade? Uma prática? –Uma área do conhecimento? –Ou tudo isso ao mesmo tempo?

11 No geral, agroecologia incorpora idéias: Ambientais: –Ecológicas, preservacionistas, conservacionistas do meio ambiente E de sentimento social acerca da agricultura: –O que implica um conjunto de elementos ou componentes sobre a sociedade e a produção agrícola que extrapola os limites do campo da agricultura

12 Neste sentido, é marcante o grau de abrangência das concepções, indo do: –“técnico-produtivo” à –“construção de novas relações sociais entre os homens” Tudo isso, passando pela: –Agricultura familiar –Desenvolvimento sustentável

13 Representações sociais da agroecologia Busca de tecnologias de produção que não agridam o homem e o meio ambiente Instrumento para a criação de uma nova consciência social e ecológica Uma proposta mais coerente do ponto de vista da sustentabilidade e do desenvolvimento para o meio rural

14 De fundamental importância para se construir um processo novo de desenvolvimento no meio rural Aquela que compreende e dá conta das relações ecológicas que propiciam a reprodução das diferentes formas de vida existentes na natureza Representações sociais da agroecologia

15 Que entende que as ações sócio-políticas podem contribuir para uma maior estabilidade e sustentabilidade dos agroecossistemas Enfim, com uma metodologia integradora que facilita o estudo e a intervenção na realidade dos agricultores, permitindo que a atividade agrícola seja analisada e avaliada na sua totalidade, onde emergem componentes biológicos, culturais e sócio-econômicos Representações sociais da agroecologia

16 A agroecologia, substituiu, pouco a pouco, a noção-chave de tecnologia alternativa. Mesmo sendo pensada primeiramente para tratar do “agro”, a agroecologia tem bem presente a visão planetária. Tem evoluído em relação à tecnologia alternativa

17 Ainda não se conseguiu operacionalizar a noção de agroecologia. Falta um maior domínio teórico e prático sobre o funcionamento desses sistemas

18 A capacidade teórico-prática e a formação ao longo dos anos dos técnicos parecem ainda não ter sido adequadas e suficientes para atender a estas exigências A estrutura de seu referencial teórico ainda não está montada Falta à agroecologia propor seus próprios paradigmas

19 A agroecológica ainda é bem minoritária no contexto social da produção agrícola brasileira, até mesmo marginalizada Por menores que sejam as intervenções atuais, elas fazem parte de um processo educativo, mas necessária para à construção de um processo mais amplo

20 Sobre a capacidade de generalização da proposta agroecológica A origem e trajetória política e social da agroecologia nos últimos 20 anos influenciados por movimentos da Igreja Católica e pelos partidos de esquerda forjaram princípios através das idéias contestadores da sociedade industrial.

21 Mas essa histórica de forjarem principios trouxeram problemas de relacionamento e de afirmação para a proposição agroecológica. A capacitação dos agentes agroecológicos ainda se mostra deficiente de maneira geral

22 Os gargalos tecnológicos ocorrem em dois níveis: Nas tecnologias em si, ou seja, na dificuldade de inserir novas tecnologias nos sistemas produtivos Nos sistemas produtivos ou agroecossistemas, ou seja, na dificuldade de aprofundamento do conhecimento sobre os sistemas agrícolas

23 Um outro problema é a falta de uma melhor compreensão técnico-científica dos princípios agroecológicos por parte dos técnicos e agricultores, o que tem levado também a uma certa lentidão na detecção de problemas no âmbito dos sistemas de produção A maior incidência no campo científico da proposição agroecológica poderá surtir efeito no médio prazo no sentido da reformatação da pesquisa agronômica

24 O investimento na sistematização e no melhoramento das experiências, associado a um maior e mais efetivo contato com entidades de pesquisa poderão abrir alguns novos caminhos para a resolução de determinados problemas tecnológicos A dualidade entre o técnico e o político no discurso e na prática agroecológica, precisa ser encarado de frente para clarificar a própria tarefa institucional de cada agente e mesmo as prioridades de trabalho

25 No mesmo sentido, é necessário esclarecer melhor a compreensão das tradicionais “ferramentas” de trabalho agroecológicos, como a: –Experimentação –Demonstração –Formação –Capacitação –Assessoria –Acompanhamento

26 Respostas à crise ou movimento social? Protesto ou projeto social? Alternativa de mercado ou agir conflitual? A proposição agroecológica já impôs em certos contextos sociais limites ao desenvolvimento que prega o Estado as classes dirigentes, estes influenciados que são por grandes interesses privados econômicos e políticos mundiais

27 A proposição agroecológica é capaz de servir eficazmente como instrumento de resistência e de reprodução de grupos sociais no respeito de sua diversidade A agroecologia tem o papel de responder a crise ou resistir a ela, simplesmente implementando alternativas de substituição ou de adaptação aos padrões técnicos- produtivos que mostram seus limites e dão sinais de esgotamento

28 A agroecologia é uma nova ciência, uma nova proposta de desenvolvimento agrícola e rural, um novo movimento social ou uma alternativa técnico-produtiva de superação dos gargalos tecnológicos da agricultura convencional? A agroecologia não constitui ainda o que se poderia chamar um movimento social, ou seja, uma ação social organizada contra o poder de adversários que tem as rédeas do modo de desenvolvimento agrícola

29 A luta agroecológica poderá provocar uma autêntica e profunda transformação no campo político, desde que saiba costurar as alianças capazes de provocar uma ampliação de seu poder de luta na direção da convergência com outras formas de combate e de movimentos sociais, a fim de fazer desta ação a precursora por excelência de um movimento social mais amplo e dirigido contra a tecnocracia que dita as necessidades de uma população a qual domina

30 A agroecologia, ainda é a expressão de iniciativas de grupos ou agentes sociais mais ou menos isolados Resultados técnicos e sociais em diferentes amplitudes, Agentes poderão vir a integrar um movimento social, mas que atualmente não constituem e não representam um movimento social

31 Ousando construir cenários para o futuro No atual contexto sociopolítico, a agroecologia parece indicar três cenários possíveis de concretização. Três etapas de desenvolvimento, são elas:

32 Concebida como sendo a institucionalização da marginalização da agricultura alternativa ou ecológica Corresponde a uma certa “ecologização” da agricultura moderna ou convencional Em que a agricultura ecológica poderá ser apreendida enquanto uma verdadeira alternativa técnico-científica global

33 Considerações finais Temos que reconhecer que essas ações e manifestações no campo da agroecologia se inserem no quadro de uma renovação (mesmo que passageira) do político e do sistema técnico- produtivo Podendo constituir-se em fontes de mudanças culturais.

34 Seu sucesso reside na capacidade de lutar e afirmar seu potencial político transformador, agregando diferentes categorias e grupos sociais, mobilizando-os no sentido de sua afirmação enquanto alternativa sociopolítica capaz de superar os impasses do atual padrão de desenvolvimento São fundamentalmente razões sociais e políticas aquelas capazes de afirmar verdadeiros movimentos sociais, amplificados, e não necessariamente os méritos técnicos e morais do conjunto de idéias ou proposições em questão

35 A agroecologia está longe de adquirir a força do modelo que ela pretende substituir Corre o risco de ficar à margem na discussão de novas alternativas ao padrão dominante de desenvolvimento. A proposição agroecológica deve ser capaz de promover a autonomia política dos agricultores, livrando-os da dependência do Estado e do simples enquadramento às regras do mercado

36 Trabalhar a transição para uma agricultura diferente, mais sustentável do ponto de vista ambiental e social, estrategicamente no médio e longo prazos, é pensar na consolidação de um verdadeiro movimento social Introduzir um projeto que ande na direção de um modo propriamente conflitual, através de novas tecnologias e novos e alternativos canais de comercialização para uma agricultura mais sustentável

37 Obrigado pela atenção