Copyright © 2016 Author Júlia Stocco Sanches Valentin Júlia Stocco Sanches Valentin 1, 2 ; Lívia Stocco Sanches Valentin 2, 3 1.Aluna do curso de Letras-Licenciatura Plena em Inglês da Faculdade Cultura Inglesa-FCI 2.Centro de Estudo e Pesquisa Clínica Saúde- CEPCS 3.Profa. Dra. no programa de Pós-Graduação em Anestesiologia da Faculdade de Medicina da Universidade de São Paulo- FMUSP INTRODUÇÃO: A aprendizagem é considerada como fenômeno ou método para o ato ou o efeito de aprender. É um processo evolutivo e constante, que implica em uma sequência de modificações observáveis e reais no comportamento do indivíduo como um ser “Biopsicossocial” inserido em seu meio ambiente. Segundo o pedagogo Vygotsky ( ), existem três abordagens teóricas sobre o desenvolvimento e aprendizagem durante o desenvolvimento infantil. A primeira versa sobre a independência dos processos de desenvolvimento e de aprendizagem que exige maturação adequada e desenvolvimento para que a aprendizagem ocorra posteriormente. A segunda que os processos de desenvolvimento e de aprendizagem ocorrem concomitantemente. A terceira entrelaça as duas anteriores, afirmando que a maturação depende do desenvolvimento do sistema nervoso e a aprendizagem é um processo de desenvolvimento. Define-se por Distúrbio de Aprendizagem (DA) uma disfunção do Sistema Nervoso Central (SNC), relacionada a uma “falha” no processo de aquisição ou do desenvolvimento. Os distúrbios específicos de aprendizagem estão intrinsicamente relacionados com o uso da língua e do cálculo. Um dos mais reconhecidos e estudados distúrbios específicos de aprendizagem é a Dislexia de Desenvolvimento caracterizada pela diminuição da capacidade de leitura associada a disfunção cerebral, havendo uma alteração específica na aquisição das habilidades de leitura. Crianças com dislexia apresentam alterações auditivas e visuais referentes à orientação espacial, déficits na atenção da seleção espacial que podem desorganizar o desenvolvimento de representações fonológicas e ortográficas essenciais para o aprendizado da leitura. A Disgrafia é outro Distúrbio Específico da aprendizagem muito frequente em crianças com transtornos específicos de leitura. A Disgrafia baseada na linguagem consiste na dificuldade para construir corretamente a palavra escrita, sendo necessário que se estabeleça a relação fonema-grafema, Disgrafia de Execução Motora que se refere à capacidade de precisão motora para escrita e está relacionada a um problema puramente motor e Disgrafia Viso-espacial, que é caracterizada pela dificuldade de organizar e distribuir a escrita no espaço gráfico e a correta separação de palavras. A dificuldade da criança para o procedimentos de cálculos iniciais envolvendo estratégias de contagem para resolução de problemas aritméticos de adição e subtração é chamada de Discalculia. A Discalculia está ligada aos processos da Função Executiva, responsável por planejar, utilizar estratégia e buscar soluções para processos lógicos. DISTÚRBIOS DE APRENDIZAGEM À LUZ DA NEUROPSICOLOGIA Referências Bibliográficas: CIASCA, S. M. Distúrbios de aprendizagem: propostas de avaliação interdisciplinar. 3. ed. São Paulo: Editora Casa do Psicólogo, p. CIASCA, S. M.; CAPELLINI, S. A.; TONELOTTO, J. M. de F. Distúrbios Específicos de Aprendizagem. In: CIASCA, S. M. Distúrbios de aprendizagem: propostas de avaliação interdisciplinar. 3. ed. São Paulo: Editora Casa do Psicólogo, p OBJETIVOS: Identificar os distúrbios de aprendizagem caracterizados pela dificuldade de codificação e decodificação de palavras simples e descontextualizadas por meio de provas e testagens neuropsicológicas e dificuldades de cálculos concretos e abstratos implicados na função executiva. MÉTODO: Uso de provas neuropsicológicas de domínio público para o entendimento dos distúrbios de aprendizagem. Avaliação da utilidade do teste de Função Leitora (FL) e Teste de Desempenho Escolar (TDE) para avaliação das funções linguagem e executiva. DISCUSSÃO: Existe a necessidade do conhecimento do uso de técnicas de intervenção adequadas à avaliação das funções cognitivas associadas a aprendizagem e áreas responsáveis pela discriminação auditiva, linguagem verbal, linguagem escrita, controle motor e noções espaço- temporais. CONCLUSÃO: Os testes FL e TDE são úteis na discriminação e avaliação das dificuldades de aprendizado que exigem preservação das funções cognitivas Linguagem e Executiva. Estes testes podem ser utilizados por pedagogos e professores. Palavras-Chaves: Aprendizagem; Distúrbios de Aprendizagem; Testes Neuropsicológicos; Reabilitação Neuropsicológica.