Educação Superior em Ibero-américa A dicotomia entre a formação acadêmica e a inserção profissional dos alunos dos Cursos Superiores no Instituto Federal de Educação, Ciência e Tecnologia. La dicotomía entre la formación académica y la inserción profesional de licenciados en el Instituto Federal de tecnología de educación, ciencia y tecnología. Jairo Barbosa Junior, UNIMEP, Piracicaba, São Paulo, Brasil Tania Barbosa Martins, UNIMEP, Piracicaba, São Paulo, Brasil. 1 INTRODUÇÃO A investigação trata da dicotomia entre a formação acadêmico-profissional e a inserção profissional dos egressos dos Cursos Superiores de Graduação Tecnológica no Instituto Federal de Educação, Ciência e Tecnologia em face do processo expansionista implementado na última década. Tem como premissas a problematização das finalidades dos cursos de graduação de curta duração expostas nos discursos oficiais e as necessidades individuais de formação desejadas pelos alunos e egressos dessas modalidades de cursos superiores. 2 OBJETIVOS O objetivo geral é analisar a relação da formação acadêmica/profissional e a inserção profissional dos egressos dos cursos superiores de tecnologia considerando as especificidades dos cursos de Graduação Tecnológica e a inserção profissional dos egressos ante aos arranjos produtivos locais. A investigação busca respostas às seguintes questões: Os cursos atendem aos interesses dos alunos? Que tipo de formação é pretendida? O tecnólogo adquire conhecimento teórico e prático? Como se apresentam os cursos tecnólogos em relação às demandas produtivas locais? Os cursos promovem a efetiva empregabilidade e inclusão profissional dos egressos como anunciado no discurso oficial? 3 METODOLOGIA Investigação feita com o aprofundamento teórico com os autores afins à educação profissional com destaque para BRANDÃO (2009), ENGUITA (1989) e FREIRE (1996); investigação em documentos legais e discursos oficiais sobre a educação profissional e os Institutos Federais; Pesquisa empírica por meio de entrevistas junto aos alunos e egressos dos cursos de graduação tecnológica do IFSP – Instituto Federal de Educação, Ciência e Tecnologia de Cubatão, com vistas a compreender as condições dos cursos e suas relações com o seu desenvolvimento social e o mercado produtivo local. 4 RESULTADOS Inicialmente observa-se a reduzida produção referente ao tema da Graduação Tecnológica, e a forma equivocada da utilização da expressão “educação tecnológica”, remetendo à formação técnica de nível médio e à tecnologia da informação, justificando a continuidade da pesquisa. Como resultados preliminares há várias resistências e preconceitos que dificultam a inserção do egresso no mercado de trabalho. Também se denota a formação curricular muitas vezes voltada a interesses internos como formação dos docentes, e de grupos locais. Menção por parte de alguns egressos de utilização desses cursos como intermediários entre a formação técnica até alcançarem colocação no mercado de trabalho. 5 CONSIDERAÇÕES Preliminarmente concluímos que, embora os cursos de graduação tecnológica tenham agora formação terminativa, esses são tidos como intermediários entre cursos técnicos e superiores, tanto por parte dos egressos como por parte da comunidade externa. Observamos em muitos casos a utilização desses cursos como elemento de manutenção social por meio dos mecanismos de favorecimento da permanência nas escolas como o PAE (programa de auxílio ao estudante), auxilio transporte, moradia e alimentação. Muitos alunos tratam os cursos como continuidade dos cursos técnicos ou médio, até a obtenção de colocação profissional perene. Essas observações induzem à utilização do ensino como meio de contenção e fixação social por meio do poder público. Dessa forma é necessária a continuidade e a ampliação do presente estudo a fim de obter dados mais precisos sobre a temática. REFERÊNCIAS BRASIL. Lei Nº 9.394, de 20 de dezembro de 1996. Estabelece as diretrizes e bases da educação nacional. Diário Oficial da República Federativa do Brasil, Poder Executivo, Brasília, DF, 23 dez. 1996. ______. Lei Nº 11.892, de 29 de dezembro de 2008. Institui a Rede Federal de Educação Profissional, Científica e Tecnológica, cria os Institutos Federais de Educação, Ciência e Tecnologia, e dá outras providências. Diário Oficial da República Federativa do Brasil, Poder Executivo, Brasília, DF, 30 dez. 2008. BRANDÃO, Marisa. Metamorfose dos Cursos Superiores de Tecnologia no Brasil: política de acesso ao ensino superior em um Estado burguês. Niterói: 2009. 248f. Tese (Doutorado em Educação) – Programa de Pós-Graduação em Educação, Universidade Federal Fluminense, Niterói. 2009. ENGUITA, Mariano F. A face oculta da escola. Porto Alegre: Artes Médicas, 1989. FREIRE, P. Pedagogia da autonomia: Saberes necessários à prática educativa. 11ª edição. São Paulo: Paz e Terra, 1996. PACHECO, E.M. (Org.). Os institutos federais: uma revolução profissional e tecnológica. Brasília, DF: Fundação Santillana; São Paulo: Moderna, 2011.