Ciclos de vida: algumas questões sobre a Psicologia do Adulto Marta Kohl de Oliveira.

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Ciclos de vida: algumas questões sobre a Psicologia do Adulto Marta Kohl de Oliveira

O desenvolvimento humano não pode ser reconhecido apenas como etapas de vida caracterizadas pela padronização de alguns comportamentos, mas como períodos sujeitos a múltiplas determinações.

Estudiosos do desenvolvimento humano associam a três categorias básicas as mudanças que ocorrem durante a vida do sujeito (BEE, 1997), sendo estas: 1) mudanças partilhadas; 2) mudanças comuns a um subgrupo em particular; 3) mudanças individuais.

Mudanças partilhadas – estas mudanças estão ligadas ao que entendemos comumente como desenvolvimento, são partilhadas com membros da mesma espécie, são geneticamente programadas e estão ligadas à idade do sujeito. Uma das forças que podem produzir este tipo de mudança está nos processos biológicos básicos, comuns a todos os seres humanos. Como exemplos deste tipo de mudança têm-se: no adulto, o início do processo de envelhecimento marcado pelo surgimento dos fios de cabelos brancos e as rugas.

Além do relógio biológico, existe também, conforme Bee (1997), o relógio social que se refere às experiências culturalmente compartilhadas e ao que é esperado em termos de comportamento em cada faixa etária.

Mudanças comuns a um subgrupo – para entendermos o processo de desenvolvimento das pessoas, não podemos nos deter apenas aos aspectos maturacionais, mas devemos também verificar a influência da cultura de uma determinada sociedade e do momento histórico vivido pelo grupo em questão.

Mudanças individuais – Refere-se ao impacto que as experiências individuais podem ter sobre as pessoas. Conforme Bee (1997), a maneira como as experiências individuais irão afetar o desenvolvimento de alguém depende fundamentalmente do momento em que estas ocorrem. A ideia básica é, segundo a autora, que a experiência vivida no tempo normal e esperado pela cultura irá trazer para a pessoa dificuldades menores do que a experiência vivida fora de época.

No caso da periodização, embora não haja consenso entre os estudiosos, convencionou dividir a vida adulta em: - início da vida adulta – entre 20 a 40 anos; - vida adulta intermediária – 40 a 65 anos; - final da vida adulta – dos 65 anos até a morte (BEE, 1997; MOSQUERA, 1983)

Neste estudo, baseados em dados obtidos pelo Instituto Nacional de Ensino e Pesquisas Educacionais Anísio Teixeira (INEP), que indicam um aumento considerável de ingressantes nas universidades brasileiras na faixa etária dos 25 aos 29 anos, focaremos principalmente o período compreendido como início da vida adulta.

Importante saber... Não existe um consenso entre os especialistas sobre a idade que se inicia e que se encerra a adolescência. Cronologicamente, ela é definida, pela Organização Mundial da Saúde (OMS), pelo Ministério da Saúde e pela Sociedade Brasileira de Pediatria como a faixa etária de 10 a 19 anos; já o Estatuto da Criança e do Adolescente (ECA), no Artigo segundo, delimita a adolescência entre 12 e 18 anos.

Desenvolvimento cognitivo Existe uma crença bastante arraigada de que a capacidade cognitiva na infância e na adolescência é maior do que na maturidade e de que esta capacidade tende a declinar com o passar dos anos. Pesquisas desenvolvidas tendem a corroborar com a ideia de que as habilidades cognitivas diminuem com a idade.

Desenvolvimento Psicológico Lowe (1974 apud MOSQUERA, 1983), afirma que as maiores dificuldades da idade adulta estariam relacionadas às pressões advindas das expectativas sociais, como a definição profissional, a independência financeira e a escolha de um companheiro/companheira.

Assim... A idade adulta como uma etapa culturalmente organizada da passagem do sujeito pela existência humana.

DESENVOLVIMENTOTRANSFORMAÇÃO

O desenvolvimento na abordagem histórico-cultural Os três fatores aos quais se relacionariam os processos de transformação, ou de desenvolvimento: 1)a etapa da vida em que a pessoa se encontra; 2) as circunstâncias culturais, históricas e sociais nas quais sua existência transcorre; 3) experiências particulares privadas de cada um e não generalizáveis a outras pessoas (PALACIOS, 1995, p. 9)

BEE, H. Desenvolvimento social e da personalidade no início da vida adulta. In: BEE, H. O ciclo vital. São Paulo: Artmed, 1997, pp OLIVEIRA. M.C. Ciclos De vida : Algumas questões sobre a psicologia do adulto. Educação e Pesquisa, São Paulo, v.30, n.2, p , maio/ago Disponível em: PALÁCIOS, J. O desenvolvimento após a adolescência. In: COLL, C.; PALÁCIOS, J.; MARCHESI, A. (org). Desenvolvimento psicológico e educação. v. 1, Porto Alegre: Artes Médicas, 1995, pp