Diferenças, desigualdades e violências: desafios éticos no processo de formação Profª. Vera Lúcia Bertoline E.mail: Núcleo Interinstitucional de Estudos da Violência e da Cidadania - NIEVCi Instituto de Ciências Humanas e Sociais Universidade Federal de Mato Grosso

Documentos que indicam normativas e reflexões acerca das práticas na Educação - Lei de Diretrizes e Bases da Educação Nacional – LDB N° 9.394, 20 de dezembro de Plano Nacional de Educação em Direitos Humanos - Ministério da Educação, Plano Nacional de Políticas para as Mulheres – Brasil Sem Homofobia: Programa de Combate à Violência e à Discriminação contra GLTB e de Promoção da Cidadania Homossexual – maio/ Programa de Desenvolvimento Profissional Continuado - Secretaria Especial dos Direitos Humanos: Ministério da Educação, Parâmetros curriculares: temas transversais: saúde, ética, pluralidade cultural, orientação sexual

Lei Nº , de 25 de junho de 2014 Aprova o Plano Nacional de Educação RETIRA a diretriz que propõe a superação das desigualdades educacionais, "com ênfase na promoção da igualdade racial, regional, de gênero e de orientação sexual"

Pesquisa “Preconceito e discriminação no ambiente escolar” (Fundação Instituto de Pesquisas Econômicas – FIPE), de acordo com as áreas temáticas: étnico-racial, gênero, geracional, territorial, necessidades especiais (deficiência) e socioeconômica (2009) 96,5% tem preconceito com relação a pne; 94,2% tem preconceito étnico-racial; 93,5% tem preconceito de gênero; 91% tem preconceito geracional; 87,5% tem preconceito socioeconômico; 87,3% com relação a orientação sexual e 75,95% tem preconceito territorial

GÊNERO - Gênero não é ideologia:  elemento constitutivo das relações sociais fundadas sobre as diferenças percebidas entre os sexos ;  conjunto de significados que organizam a vida social;  elemento capaz de organizar a dominação e a subordinação.

GÊNERO É CIÊNCIA * Construção histórica e farta bibliografia – produção científica; * Promoção da equidade de gênero é compromisso do país, através de acordos - Plano de Ação da Conferência de Populações e Desenvolvimento da ONU (1994)

A EDUCAÇÃO COMO REPRODUTORA/REFORÇADORA DE VIOLÊNCIA DE GÊNERO Currículos, normas, procedimentos de ensino, teorias, linguagem, materiais didáticos, processos de avaliação constituem-se em espaços de construção das “diferenças” de gênero, de sexualidade, de etnia, de classe. Por meio de mecanismos frequentemente imperceptíveis a linguagem institui e demarca lugares (não apenas pelo ocultamento do gênero feminino ou da sexualidade homossexual, mas, também, pelas diferenciadas adjetivações que são atribuídas aos sujeitos, pelo uso ou rejeição do diminutivo, pela escolha dos verbos, pelas associações e pelas analogias feitas em relação a determinadas qualidades, atributos ou comportamentos) (Louro, 2001; 88).

“Não se pode mudar a sociedade a partir da escola, mas podem-se lançar alternativas, desenhar novas possibilidades, ensinar a abrir caminhos e mostrar que nós - os seres humanos - podemos escolher”. Moreno, Motserrat (1999)

“ Temos o direito de sermos iguais quando as diferen ç as nos inferiorizam. Temos o direito de sermos diferentes quando a igualdade nos descaracteriza ”. B. de Souza Santos