Doença invisível, medicina ambígua: a configuração clínica da LER/DORT

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Transcrição da apresentação:

Doença invisível, medicina ambígua: a configuração clínica da LER/DORT LER E DORT Doença invisível, medicina ambígua: a configuração clínica da LER/DORT Página 12 à 26 STC – 70 À 78

LER E DORT 08/04 – Conceituação 14/04 – Conceituação 05/05 – Trabalhos – Ler e Dort na Enfermagem 06/05 – Trabalhos –Sedução e servidão 12/05 – Trabalhos – Grupo de ação solidária - ??????? 13/05 – Trabalhos – Trabalho bancário 19/05 - Trabalhos – Burnout e docentes 20/05 – Trabalhos – Burnout e administrador 26/05 – Trabalhos –Burnout e médicos 27/05 – Trabalhos – Interrelação trabalho-saúde mental 02/06 –REVISÃO 03/06 – FECHAMENTO DO SEMESTRE

Tipo específico de doença ocupacional Brasil há menos de duas décadas Gravidade dos sintomas e da incidência crescente Principal problema de saúde pública - trabalho Oitenta por cento dos"auxílios e aposentadorias" por doenças ocupacionais - 2001

Síndrome relacionada ao trabalho - vários sintomas Dor, parestesia, sensação de peso, fadiga, de aparecimento insidioso nos membros superiores, mas podendo acometer membros inferiores Entidades neuro-ortopédicas Tenossinovites, sinovites, compressão de nervos periféricos, síndromes miofaciais Incapacidade laboral temporária ou permanente Resultado da combinação da sobrecarga das estruturas anatômicas do sistema osteomuscular com a falta de tempo para sua recuperação Sobrecarga - utilização excessiva de determinados grupos musculares em movimentos repetitivos com ou sem exigência de esforço localizado

Permanência de segmentos do corpo em determinadas posições por tempo prolongado Posições exigem esforço ou resistência das estruturas músculoesquelética Necessidade de concentração e atenção do trabalhador para realizar suas atividades Tensão imposta pela organização do trabalho Interferem de forma significativa para a ocorrência de LER/DORT

Alta prevalência Transformações do trabalho e das empresas Estabelecimento de metas e produtividade Competitividade do mercado, sem levar em conta os trabalhadores em seus limites físicos e psicossociais Exigência de adequação dos trabalhadores às características organizacionais das empresas Intensificação do trabalho e padronização dos procedimentos Impossibilitando qualquer manifestação de criatividade e flexibilização

Execução de movimentos repetitivos Ausência e impossibilidades de pausas espontâneas Necessidades de permanência em determinadas posições por tempo prolongado Exigência de informações específicas, atenção para não errar e submissão a monitoramento de cada etapa dos procedimentos Equipamentos e instrumentos que não propiciam conforto

Fatores psicossociais: Considerações relativas à carreira, à carga de trabalho e ao ambiente social e técnico do trabalho “Percepção" psicológica - indivíduo tem das exigências do trabalho Resultado das características físicas da carga, da personalidade do indivíduo, das experiências anteriores e da situação social do trabalho

LER - 90, a Norma Técnica nº 606/98 do INSS muda - DORT [...] uma síndrome clínica caracterizada por dor crônica, acompanhada ou não de alterações objetivas, que se manifesta principalmente no pescoço, cintura escapular e/ou membros superiores, em decorrência do trabalho e que pode afetar tendões, músculos e nervos periféricos [...] (Ministério da Saúde, 2001: 424)

Essa precisão anatômica exigida pelo INSS na caracterização da doença – difícil Nexo com o trabalho - questionamento, apesar das evidências epidemiológicas e ergonômicas Última revisão da Instrução Normativa de 2003 - agrupar as palavras LER e DORT

Diagnóstico – descrição cuidadosa desses sinais e sintomas Localização, forma e momento de instalação, duração e caracterização da evolução, intensidade Fatores - contribuem para a melhora ou o agravamento do quadro clínico Tarefa complexa - diagnóstico de LER/DORT Procedimentos e condutas clínicas

Passos rotineiros que a clínica possui em sua prática: Três passos ou etapas do exame clínico tradicional Anamnese - "rememorar" dos sintomas (1) a história da moléstia atual, (2) o interrogatório sistemático sobre o funcionamento dos aparelhos e sistemas do corpo, (3) o interrogatório dos hábitos e comportamentos especiais de cada doente, (4) seus antecedentes particulares, pessoais e familiares

Suspeita de doença – trabalho História ocupacional do doente Retrato dinâmico de sua rotina laboral Exame físico - objetivo - identificar e descrever "sinais clínicos" visíveis, palpáveis ou audíveis Terceira etapa - "exames indiretos" ou exames complementares - exames de sangue, urina, radiografias, tomografias etc...

Raciocínio clínico, a subjetividade e a diversidade sintomatológica Compreendidas - "variações do tempo" dos sintomas e nas localizações no corpo Caracterização temporal - desdobrar crônico de sintomas que se relacionam a tarefas ou situações mórbidas de trabalho: Início dos sintomas é insidioso - predominância nos finais da jornada de trabalho ou durante os picos de produção Alívio - repouso noturno e nos finais de semana Poucas vezes o paciente se dá conta de sua ocorrência precocemente Intermitentes, de curta duração e de leve intensidade - cansaço passageiro ou "mau jeito"

Os sintomas iniciais, vagos e imprecisos Agravados pela continuação do desempenho das tarefas durante a atuação profissional: Necessidade de responder às exigências do trabalho Medo de desemprego Falta de informação e outras contingências, Paciente - suportar seus sintomas e a continuar trabalhando Sintomas - cada vez mais presentes nas jornadas de trabalho, invadem mais e mais as noites e os fins de semana dos trabalhadores

Com o passar do tempo - sintomas aparecem espontaneamente Crises de dor intensa, geralmente desencadeada por movimentos - pequenos esforços físicos Mudança de temperatura ambiente, nervosismo, insatisfação e tensão Crises - nenhum fator desencadeante aparente Quadro mais grave de dor crônica - equipe multidisciplinar Quadro clínico exige mudanças no trabalho e na própria vida do doente Ansiedade, angústia, medo e depressão - incerteza do futuro

Dor - caráter crônico e prenuncia uma vida longa Reduz - quadro exclusivo de sintomas subjetivos, sem evidências à observação direta do médico no corpo do doente Conseqüência - situação freqüentemente desperta sentimentos de impotência e desconfiança no médico “Enganado" pelo paciente - problema é de ordem exclusivamente psicológica ou de tentativa de obtenção de ganhos secundários Depressão e falta de esperança - sentimento e a necessidade de "provar a todo custo"

Causalidade eclética - movimentos corporais, esforços, posturas e gestos, organizados no tempo da jornada de trabalho e no espaço do corpo do trabalhador Ritmos e pressões de gestão e organização do trabalho, relações interpessoais - não pode ser compreendida matematicamente História clínica - interpretados do ponto de vista de uma "história natural“ Âmbito de conhecimentos - ergonomia, ambiente, higiene, risco, administração

STC - mais freqüente, a mais grave e a mais incapacitante Cirúrgico doença da idade da informação síndrome do túnel do carpo - mega-epidemia

Progressiva - intensidade dos sintomas e da freqüência das crises Fadiga e fraqueza motora - incapacidade crescente para executar determinadas funções Principal novidade - possibilidade de entender pela primeira vez a patogênese de uma doença ocupacional Sinal anatômico - compressão do nervo mediano pelo pequeno orifício dentro do pulso conhecido como túnel do carpo Compressão altera a condução nervosa Critério conclusivo - diagnóstico - observação da compressão do nervo mediano através da exploração cirúrgica dos pacientes sintomáticos

Saúde do trabalhador - "tipo ideal" de pesquisador Técnico que comunga seu saber com os verdadeiros anseios dos trabalhadores Conhecimento dos trabalhadores - captado Médicos do trabalho, engenheiros de segurança e outros profissionais Preocupar – desenvolver mecanismos de identificação deste conhecimento

“Saúde do trabalhador" Ergonomia (um conjunto de conhecimentos relativos ao homem, às ferramentas, às máquinas e aos dispositivos "que possam ser utilizados com o máximo de conforto Organização do trabalho: divisão do trabalho, o conteúdo da tarefa, o sistema hierárquico, responsabilidades, formas de remuneração, horários de trabalho Performance do técnico - envolver a participação junto aos trabalhadores tanto na melhoria das condições do próprio local de trabalho quanto junto às suas representações sindicais nas reivindicações coletivas

DEPRESSÃO, ALCOOLISMO E SÍNDROME DE BURNOUT Pag. 76 à 93

Roudinesco - sociedade atual - sociedade depressiva depressão domina - subjetividade contemporânea depressão – epidemia psíquica das sociedades democráticas multiplicam - tratamentos para oferecer a cada consumidor uma solução honrosa Essa depressão – é um estado

Distinguir tal estado dos quadros clínicos (individuais) Ação terapêutica - útil Riscos da ampliação da definição clínica de depressão Medicalização da sociedade Mal-estar - natureza social

Trabalho atua - gênese e evolução de episódios depressivos aumenta o desafio diagnóstico Estudo acurado do histórico de vida e trabalho Gênese – trabalho - perda importante ou uma sucessão de frustrações Probabilidades - desenvolvimento de episódio depressivo aumentam na falta de apoio social e ausência de alternativas concretas para superação do ocorrido Perda de reconhecimento – decepção

a)trabalhadores - especialidades - superadas pelo avanço tecnológico; b) trabalhadores - especialidades - sofreram deslocamento para setores ou cargos Desqualificação autodesvalorização - remanejamentos eram feitos sob o disfarce de uma “modernização incentivados a se tornarem “trabalhadores polivalentes” (multifuncionais)

Outras ocorrências são: - sentir-se alvo de injustiça, desconsideração ou humilhação, especialmente, se de forma reiterada e se não houver possibilidade de reagir; - ser preterido sistematicamente ou em ocasiões sucessivas, por ocasião das promoções que ocorrem na empresa ou em eventos nos quais se efetiva reconhecimento público dos funcionários (premiações ou outras), percebendo isto como injustiça; - ser excluído de eventos significativos promovidos pela empresa ou pelo grupo de trabalho do qual faz parte;

- ser prejudicado freqüentemente por não receber informações importantes para seu desempenho ou progressão funcional; - sofrer outras formas de discriminação, humilhação ou isolamento no ambiente de trabalho. Margarida Barreto, em tese de doutorado, identificou a correlação entre a reestruturação produtiva e a expansão do assédio moral, bem como da repercussão deste no surgimento de quadros depressivos (HIRIGOYEN, 1998; BARRETO, 2005).

Conflitos gerados na competição pelos cargos que restaram nas empresas que foram reestruturadas rompidos laços de confiança “perdedores” - guerra pela sobrevivência relatos - humilhação no trabalho degradação dos relacionamentos interpessoais profundas feridas à identidade empresas - ridicularizar publicamente

problemática dos trabalhadores - no setor informal desproteção previdenciária e a ausência de vínculo contratual insegurança permanente - incerteza quanto ao futuro SINTOMAS: agudo ou cronificado

humor triste, o desânimo, as vivências de perda, sentimentos de fracasso, dificuldade de visualizar perspectivas positivas, tendência a se auto-culpabilizar, pensamentos sombrios lentificação do pensamento e dos desempenhos, dificuldade para concentrar atenção, perturbações do sono (freqüentemente insônia no final do período noturno, mas em alguns casos, também, sonolência diurna), dificuldades de tomar iniciativa Idéias negativas ocupam o pensamento, às vezes perpassam pensamentos de morte Fadiga mental - exigências do trabalho pressões organizacionais – ou a pressão pessoal exercida pela chefia ou mesmo por colegas

contexto contemporâneo - vivências de desesperança alternativas de um novo emprego foram consideravelmente reduzidas - o que desalenta mais ainda quem já se encontra deprimido falta de perspectivas - 40 anos

depressão - acidente de trabalho ou associar-se a uma doença profissional ou relacionado ao trabalho ou, ainda, a outras patologias de longa evolução LER/DORT podem evoluir intimamente imbricadas a sintomas depressivos e prejuízos da sociabilidade seqüelas de um acidente ou do prolongamento de uma doença, o temor de quebra da trajetória de desenvolvimento pessoal e profissional medo de desemprego são vivenciados com angústia e impotência Depressão - desenvolvimento de outros transtornos mentais relacionados ao trabalho

Destacamos três situações: 1. no transtorno orgânico de personalidade relacionado ao trabalho agentes químicos do ambiente - agridem as estruturas do sistema nervoso - sintomas depressivos Exemplos: mercúrio, chumbo, manganês, solventes aromáticos tóxicos, solventes orgânicos tóxicos progressão da patologia – aumento do sofrimento psíquico Agressões – plano orgânico e no plano subjetivo

2. pessoas - diagnóstico de esgotamento profissional (burnout) ao longo da evolução - quadro de depressão crônica 3. do mesmo modo, na evolução do estresse pós-traumático - quadro de depressão

Depressão mascarada pelos quadros clínicos de alcoolismo busca da bebida alcoólica – busca de um meio de anestesiar o sofrimento Psicopatologia de confluências - uso de bebida termina por agravar os sentimentos de culpa Prevenção tanto quanto o tratamento desvelar e modificar as condicionantes organizacionais responsáveis pela escalada de episódios depressivos

ALCOOLISMO

Alcoolismo- fatores biológicos, psicológicos e sociais Estudos sociológicos – sociedade depressiva Romper a essência da vida humana Valorização da competitividade Sujeitos - entregar-se voluntariamente a substâncias químicas do que falar de seus sofrimentos indivíduo oprimido pelo aprisionamento - situação de trabalho impotente (e solitário) - bebida alcoólica - anestesiar o sofrimento sensação prazerosa - conseguir uma distensão

Alcoolismo crônico - síndrome de dependência Dependência - psicológica e física Cessa de incorporar a substância - mal-estar e sintomas Síndrome de abstinência importância das condicionantes sociais - hábito alcoólico e à dependência alcoólica

Serviços de Saúde do Trabalhador - não são procurados fortíssima defesa psicológica - negação da dependência rede dos serviços de saúde atendimento de emergência em geral a anamnese é sumária e não identifica os aspectos laborais conhecimentos de Psicopatologia do Trabalho - longe da formação daqueles que atuam em serviços psiquiátricos e de atendimento emergencial

Prática do uso reiterado de bebida alcoólica - causa de demissão em grande parte das empresas Desemprego - agrava o alcoolismo - ruptura de laços familiares Encaminhados - rede de Centros do SUS (Sistema Único de Saúde Alcoolismo - agravo mental que apresenta a 2ª maior magnitude nas estatísticas mundiais de morbidade psiquiátrica Relevância - violência e acidentes de trânsito

várias situações - terreno fértil a) atividades socialmente desprestigiadas por envolverem atos ou materiais considerados desagradáveis ou repugnantes Exemplos: o trabalho dos coveiros em cemitérios, atividades em esgotos, trabalho com lixo e dejetos em geral bebida - auto-agressão, canalizando contra si próprio a raiva

b) situações em que a tensão gerada é constante e elevada - trabalho perigoso - trabalho intensivo sob altas exigências de desempenho e rapidez; - trabalho que exige auto-controle emocional intenso e continuado; - trabalho repetitivo, monótono, que gera tédio e insatisfação; - trabalho em situações de isolamento - atividades que envolvem afastamento prolongado do lar

SÍNDROME DO ESGOTAMENTO PROFISSIONAL BURN - OUT SÍNDROME DO ESGOTAMENTO PROFISSIONAL

Expressão inglesa burn-out - “queimado até o final” português como “estar acabado” CID-10 - Síndrome do Esgotamento Profissional ( Z73-0) Herbert Freudenberger - um incêndio devastador, um “incêndio interno” (subjetivo) reduz a cinzas a energia, as expectativas e a auto-imagem identificou - dois tipos de pessoas estão expostas ao “apagão interno”

1) indivíduos particularmente dinâmicos e propensos a assumir papéis de liderança ou de grande responsabilidade; 2) idealistas que colocam grande empenho em alcançar metas freqüentemente impossíveis de serem atingidas profissionais que desenvolvem o burn-out - prestam serviços a outras pessoas cuidadores professores/ enfermeiras/ médicos/ assistentes sociais

número crescente de casos da síndrome mudanças organizacionais que acompanham a reestruturação produtiva Pressões - atinjam metas cada vez mais avançadas casos de reestruturação - sentimento de perda de algo que o indivíduo se sente impossibilitado de reconstituir (“minha função desapareceu”, “meu antigo setor foi extinto”, “desfizeram a minha equipe”)

Quadro clínico da síndrome de esgotamento profissional exaustão eclode de modo aparentemente brusco – crise Freudenberger - fase prévia à irrupção do “incêndio aniquilador” - sensação de tédio - substitui o entusiasmo pelo trabalho irritabilidade e mau-humor

segunda manifestação : aguda reação emocional negativa, de rejeição, ao que antes, no trabalho, era objeto de dedicação e cuidado Professoras não suportam mais ver os alunos diante de si; enfermeiras referem não agüentar mais a proximidade dos doentes de quem cuidavam, médicos sentem súbita rejeição pelos clientes assistentes sociais - necessidade se afastar das pessoas desinteresse pelo trabalho - inquietação e desânimo

tonalidade depressiva caracteriza o humor perda de disposição, dificuldade para levantar, alterações do sono Alguns casos - ansiedade Insensibilidade - despersonalização Freudenberger - atinge pessoas que se dedicavam intensamente a seu trabalho história pessoal - verdadeira missão expectativas grandiosas quanto ao que almejavam realizar e ao reconhecimento que esperavam merecer sensação de saturação e fracasso - ferida narcísica

Observação relevante - “burn -out” ocorre profissional não encontra apoio social para resistir contra pressões que burocratizam, tecnificam artificialmente e esvaziam o sentido de suas atividades apoio preventivamente valioso - constituído no ambiente de trabalho Espaços exteriores - trabalho e o sofrimento possam ser discutidos e repensados ações solidárias

importância - sublimação e a criação de um espaço coletivo de discussão - professoras da rede pública “burn-out” entre executivos - salientar um aspecto: esforço - identificar-se a um modelo ideal de profissional do campo a que pertence Anseio por um modelo - construídos em muitas organizações figura mítica - histórico da própria empresa

Cena contemporânea discurso empresarial - meios de comunicação veicula - ao ideal e à meta de excelência, a imagem de um colaborador autônomo, hiper-responsável e perfeito ideal de perfeição - novo modelo e traz em si a visão de uma saúde imagem – impregnada de onipotência imagem - extrapola os limites humanos e a identidade pessoal Fabricada e projetada “de fora” - imagem ideal é interiorizada e vira auto-imagem “produtor incansável” - saúde perfeita