ESTUDO DO PROCESSO PSICOTERAPÊUTICO

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Transcrição da apresentação:

ESTUDO DO PROCESSO PSICOTERAPÊUTICO 4ª Aula O papel do psicoterapeuta Maria Eugénia Duarte Silva

O terapeuta com conhecimento e envolvido em 3 áreas chave: 1 – Aplicação de aspectos práticos que possibilitam: nomear, conter e compreender a relação terapêutica 2 – Modelo de desenvolvimento humano: compreender o desenvolvimento do nascimento até à velhice 3 – A estrutura da personalidade: trabalhos de Freud, teorias das relações de objeto, trabalhos de Winnicott O triângulo do insight (na ligação entre os três elementos) Passado e presente Relacionamentos fora e dentro da terapia Mundo externo e mundo interno (Jacobs, 1998)

O papel do terapeuta a criar espaço, espaço na perspetiva de Winnicott, com as suas potencialidades dinâmicas interpessoais de contribuir para partilhar subjetividades, movimentos, criatividade e vitalidade. Área que existe (mas não pode existir) entre o bébé e o objeto, na fase do repúdio do objeto enquanto não-eu ou seja, no final da fase de estar fundido com o objeto (Winnicott, 1971). Área intermédia de experiência que fica entre o mundo psíquico interno e a realidade externa. O bébé na sua omnipotência ilusória fabrica e destrói o objecto externo, a mãe tem que o tolerar ou até facilitar. O objeto é o objeto subjetivo (objecto- eu, objeto não-eu) (Holinger, 1999; Summers, 1999).

O terapeuta viabiliza este espaço transicional, onde a relação é criada pelo paciente en função do terapeuta e do setting. Inicialmente o paciente repete padrões de relacionamento do passado mas é nesse espaço que pode descobir novas formas de ser e criações de relacionamento. O terapêuta como facilitador dessas novas criações na sua posição peculiar de sincronia, mutualidade, reciprocidade (Holinger, 1999; Summers, 1999). 4 dinâmicas no espaço potencial (LaMothe, 2005): Render-se – gerar: Ser movido pelo outro (estar completamente presente), escolher não resistir ao contacto com o outro. Construir, gerar, experiência.

Reconhecer – negar: Reconhecer e aceitar o outro como diferente de si e também igual a si, mas simultaneamente no reconhecimento dessa diferença está o subjectivismo da experiência e o intersubjectivismo. O negar como associado ao processo secundário de pensar e representar. A construção da experiência requer a capacidade de reconhecer e de negar. Cuidar – estar tranquilamente atento: No caminho para o desenvolvimento do self houve a experiência de procurar ser cuidado e ter sido cuidado. Estar atento (sem indiferença, com curiosidade pelo outro), sem interferir introsivamente, vigilância benigna, tranquila, protegendo a capacidade de movimentação e iniciativa do outro

Disrupção – reparação: Na relação com o outro surgem necessariamnete momentos de não reconhecimento, de falta de confiança, de submissão, de ansiedade premente, que requerem reparação. Ambos os componentes farão parte da possibilidade de mudança, crescimento e intimidade. Sem a reparação, o processo de dar significado, a subjectividade e a inter-subjetividade dissolver-se- iam em caos e ansiedade. Aqui está a diferença entre ser uma mãe perfeita e ser uma mãe suficientemente boa.