Flávio Tartuce Doutor em Direito Civil e Graduado pela Faculdade de Direito da USP. Especialista em Direito Contratual e Mestre em Direito Civil Comparado.

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Transcrição da apresentação:

Flávio Tartuce Doutor em Direito Civil e Graduado pela Faculdade de Direito da USP. Especialista em Direito Contratual e Mestre em Direito Civil Comparado pela PUC/SP. Professor do programa de mestrado e doutorado da FADISP. Coordenador dos cursos especialização em Direito Civil e do Consumidor, Direito Civil e Processual Civil, Direito Contratual e Direito de Família e das Sucessões da Escola Paulista de Direito. Professor da ESA/OAB/SP e em Escolas da Magistratura. Advogado, parecerista e árbitro. Autor da Editora GEN/Método.

PRESCRIÇÃO E DECADÊNCIA. PRIMEIRAS PALAVRAS - Fundamentos dos institutos. A grande confusão no Código Civil de 1916. A facilitação do tratamento em separado no Código Civil de 2002. FÓRMULA IDENTIFICADORA: IDENTIFIQUE A FORMA DE CONTAGEM. IDENTIFIQUE O ARTIGO DO CÓDIGO CIVIL. IDENTIFIQUE A AÇÃO CORRESPONDE (Critérios de Agnelo Amorim Filho).

PRESCRIÇÃO E DECADÊNCIA. Extingue a pretensão. Extingue o direito. Direitos subjetivos patrimoniais Direitos potestativos Somente decorre de lei Pode decorrer da lei ou da convenção das partes Deve ser conhecida de ofício pelo juiz A decadência legal deve se conhecida de ofício pelo juiz. A convencional não pode ser conhecida de ofício. Pode ser renunciada pelo devedor A decadência legal não pode ser renunciada. A convencional pode. Pode ser impedida, suspensa ou interrompida Em regra, não pode ser impedida, suspensa ou interrompida. Prazos nos arts. 205 e 206 do CC. Prazos em outros dispositivos do Código Civil.

Novo CPC. Prescrição intercorrente. “Art. 921. Suspende-se a execução: III - quando o executado não possuir bens penhoráveis; § 1º. Na hipótese do inciso III, o juiz suspenderá a execução pelo prazo de 1 (um) ano, durante o qual se suspenderá a prescrição. § 2º. Decorrido o prazo máximo de 1 (um) ano sem que seja localizado o executado ou que sejam encontrados bens penhoráveis, o juiz ordenará o arquivamento dos autos. § 3º. Os autos serão desarquivados para prosseguimento da execução se a qualquer tempo forem encontrados bens penhoráveis. § 4º. Decorrido o prazo de que trata o § 1o sem manifestação do exequente, começa a correr o prazo de prescrição intercorrente. § 5º O juiz, depois de ouvidas as partes, no prazo de 15 (quinze) dias, poderá, de ofício, reconhecer a prescrição de que trata o § 4º e extinguir o processo”. CRÍTICAS...

Novo CPC. Conhecimento de ofício da prescrição. Foi introduzida no sistema privado pela Lei 11.280/2006, que revogou o art. 194 do Código Civil e introduziu a seguinte previsão no art. 219, § 5º, do CPC/1973: “O juiz pronunciará de ofício a prescrição”. Esse último dispositivo equivale ao art. 487, parágrafo único, do Novo CPC. “Art. 487. Parágrafo único. Ressalvada a hipótese do § 1º do art. 332, a prescrição e a decadência não serão reconhecidas sem que antes seja dada às partes oportunidade de manifestar-se”. O art. 332, § 1º do Novo CPC trata da possibilidade de julgamento liminar do pedido, para o conhecimento de ofício da prescrição e da decadência “O juiz também poderá julgar liminarmente improcedente o pedido se verificar, desde logo, a ocorrência de decadência ou de prescrição”.

Novo CPC. Sendo assim, se o juiz percebe de imediato que determinada dívida está prescrita, como deve proceder? Ouvir o réu ou julgar liminarmente extinto o pedido? Como fica a questão a partir da leitura do art. 10 do Novo CPC? “Art. 10. O juiz não pode decidir, em grau algum de jurisdição, com base em fundamento a respeito do qual não se tenha dado às partes oportunidade de se manifestar, ainda que se trate de matéria sobre a qual deva decidir de ofício”. Doutrina e jurisprudência anteriores vinham entendendo pela necessidade de sempre se ouvir o réu, prestigiando-se o contraditório. MINHA POSIÇÃO.

Novo CPC. O NOVO CPC PERDEU A CHANCE DE RESOLVER PROBLEMA TÉCNICO INTRODUZIDO PELA LEI 11.280/2006. Prescrição deve ser conhecida de ofício. Revogação do art. 194 do CC/2002 e alteração do então CPC/1973. Decadência legal deve ser conhecida de ofício (art. 210 do CC/2002). Decadência convencional não pode ser conhecida de ofício (art. 211 do CC/2002). Para resolver essa falha técnica, bastava o Novo CPC mencionar qual ou quais prescrições deveriam ser conhecidas de ofício, ou revogar expressamente o art. 211 do CC. Mas não o fez.

Novo CPC. EM BOA HORA, O NOVO CPC RESOLVEU UM OUTRO PROBLEMA TÉCNICO. CC/2002. “Art. 202. A interrupção da prescrição, que somente poderá ocorrer uma vez, dar-se-á: I - por despacho do juiz, mesmo incompetente, que ordenar a citação, se o interessado a promover no prazo e na forma da lei processual”. CPC/1973. “Art. 219. A citação válida torna prevento o juízo, induz litispendência e faz litigiosa a coisa; e, ainda quando ordenada por juiz incompetente, constitui em mora o devedor e interrompe a prescrição. § 1º. A interrupção da prescrição retroagirá à data da propositura da ação”. CPC/2015. “Art. 240. A citação válida, ainda quando ordenada por juízo incompetente, induz litispendência, torna litigiosa a coisa e constitui em mora o devedor, ressalvado o disposto nos arts. 397 e 398 da Lei no 10.406, de 10 de janeiro de 2002 (Código Civil). § 1º. A interrupção da prescrição, operada pelo despacho que ordena a citação, ainda que proferido por juízo incompetente, retroagirá à data de propositura da ação”.