Práticas informacionais: novo conceito para o estudo de usuários da informação Carlos Alberto Ávila Araújo 29/05/2015.

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Transcrição da apresentação:

Práticas informacionais: novo conceito para o estudo de usuários da informação Carlos Alberto Ávila Araújo 29/05/2015

Vigência do paradigma social na CI Perspectiva pragmática Informação como fenômeno intersubjetivo Eventos ISIC – Information Seeking in Context Crítica aos estudos de “uso” e ao conceito de “comportamento informacional” Abordagens pertinentes: Etnometodologia e Interacionismo Conceitos relevantes: cultura, imaginação, sociabilidade, conhecimento 1. Origens da abordagem

Instrumentos para potencializar esse processo Sujeito Documento Transferência Informação = o “conteúdo objetivo” do documento que é transferido Transferência física ou construção de novos documentos/representantes Uso de tecnologias/técnicas de processamento Instrumentos para potencializar esse processo

Dado = Documento Conhecimento Informação = aquilo que altera a estrutura de conhecimento Resultado do efeito do dado na mente do sujeito Instrumentos e sistemas voltados para duplicar o processo cognitivo de busca da informação

Acervo social do conhecimento Ser humano agente Desenvolve a todo momento ações pedagógicas, administrativas, jurídicas, culturais, sociais, etc Ato de IN-FORMAR: produzir registros materiais do conhecimento Ato de SE IN-FORMAR: utilizar/se apropriar dos registros materiais do conhecimento Instituições e sistemas que atuam nesse processo

2. Etnometodologia Abordagem surgida nos EUA (UCLA), Garfinkel; depois França, Inglaterra e América Latina Conceitos relevantes: a)prática, realização b)indicialidade c)reflexividade d)accountability e)Membro

3. Interacionismo simbólico Abordagem surgida nos EUA (Chicago), a partir de Mead; termo criado por Blumer Três princípios : a)Os seres humanos agem no mundo em relação aos significados oferecidos b)Os significados dos elementos são provenientes/provocados pelas interações c)Os significados são manipulados por um processo interpretativo

4. Conceitos Cultura: concepções clássica, descritiva e semiótica; teias de significado nas quais os homens, que a construíram, se vêem amarrados Etnografia e descrição densa Conhecimento – a contribuição de Piaget: acomodação e assimilação Imaginação – Durand O conceito de sociabilidade Realidade – construção social cotidiana

5. Talja: redefinindo “informação” e “usuário” Crítica ao modelo cognitivo: desconsidera aspectos sociais dos processos informacionais (dos usuários e dos SIs) Necessidades e acesso são socialmente condicionados Linguagem privada não existe (Wittgenstein) – mundo e objetos são definidos em práticas sociais Estudo de como a linguagem “enquadra” a informação – Bakhtin, Williams

Informação – o que as pessoas fazem com a linguagem e o que a linguagem faz com as pessoas O usuário assume diferentes identidades e posições de sujeito – variam conforme o contexto Indivíduo não pode livremente construir os termos de sua identidade e interpretações Usuários como “expert culturais”, mesmo quando não reflete sobre sua posição de sujeito Não system-centered nem user-centered mas knowledge formation-centered

6. Tuominen e Savolainen: Abordagem construcionista Papel da informação na vida cotidiana Pesquisa foca no coletivo e não no individual e subjetivo Negociação processual dos sentidos, conhecimento anti-realístico (Gergen) “cogito ergo sum” x “communicamus ergo sum” Contra Shannon e Weaver, transmissão de uma informação objetiva, que tem significado constante

Também contra modelo cognitivo, assume que estruturas conceituais e categorias estão localizados na mente das pessoas, toda informação é “filtrada” através desses modelos (mente é como um computador) Ponto de vista construcionista: linguagem não dá indicações transparentes de um mundo interior Wittgenstein: palavras obtêm seu significado em seu contexto social Estudo do uso da informação como uma ação discursiva

Modelo ELIS (Everyday Life Information Seeking) de Savolainen

Modelo bidimensional de práticas informacionais de McKenzie

Alguns exemplos de estudos Necessidades de informação das profissionais do sexo – Ronaldo Silva Comportamento informacional de presidiários – Marcos Silva Ouvintes de rádio – Marina Torres Compartilhamento de informação de bailarinos – Graziela Andrade Leitores de histórias em quadrinhos - Ramos

Nova realidade a respeito dos usuários de informação