UNIVERSIDADE FEDERAL DE PELOTAS INSTITUTO DE ARTES E DESIGN DEPARTAMENTO DE MÚSICA E ARTES CÊNICAS CURSO DE TEATRO – LICENCIATURA UNIVERSIDADE FEDERAL DE PELOTAS INSTITUTO DE ARTES E DESIGN DEPARTAMENTO DE MÚSICA E ARTES CÊNICAS CURSO DE TEATRO – LICENCIATURA Profª: Marina de Oliveira Semestre: 2009/02 Apontamentos para disciplina Teatro na Educação I
Conceito de jogo e sua importância para a sociedade
Por que o ser humano joga?
O jogo pertence apenas a esfera humana?
O jogo é coisa séria ou brincadeira? Atividade coletiva ou solitária?
O que define alguma coisa como jogo? Quais são as suas principais características?
Para Huizinga, no livro Homo ludens O jogo: - Trata-se de uma atividade voluntária. - É entusiasmante, dá prazer. - Configura-se como uma evasão momentânea da vida real. - Apresenta uma limitação no tempo e no espaço. - Tem um fim em si mesmo. - Possui ritmo e harmonia. (ordem) - Necessita de regras. - Contém uma certa tensão.
Além disso, a função do jogo abrangeria dois aspectos fundamentais: - Uma luta por alguma coisa, ou - A representação de alguma coisa.
Aproximação entre jogo e culto (ritual) “Em ambos predominam a alegria, embora não necessariamente, pois também a festa pode ser séria. Ambos são limitados no tempo e no espaço. Em ambos encontramos uma combinação de regras estritas com a mais autêntica liberdade. Em resumo, a festa e o jogo têm em comum suas características principais.” (HUIZINGA, 2008: 25)
As reflexões conduzem a uma definição de jogo: “O jogo é uma atividade ou ocupação voluntária, exercida dentro de certos e determinados limites de tempo e de espaço, segundo regras livremente consentidas, mas absolutamente obrigatórias, dotado de um fim em si mesmo, acompanhado de um sentimento de tensão e alegria e de uma consciência de ser diferente da ‘vida quotidiana’.” (HUIZINGA, 2008: 33)
E qual a importância do jogo no que diz respeito à formação do sujeito?
Para o pesquisador Retondar: - A voluntariedade, da mesma forma que a determinação das regras, remetem ao princípio da autonomia;
- A relação espaço-temporal implica que cada espaço ocupado pelo indivíduo é único, demandando sempre novas possibilidades de interação.
- A evasão da vida real permite que a energia sexual contida, a violência, a agressividade, as angústias, os medos e desejos não realizados na sociedade do autocontrole civilizado, extravasem-se através do lúdico, sem criar qualquer tipo de dano ou prejuízo para a vida social.
- Por estar fundamentado no lúdico, no prazer (por tem um fim em si mesmo) o jogo possibilita que os jogadores se apropriem de si mesmos e do mundo numa perspectiva não-racional e não- utilitária, contribuindo para uma sociedade mais sensível, intuitiva e poética.
Fontes: HUIZINGA, Johan. Homo Ludens. São Paulo: Perspectiva, HUIZINGA, Johan. Homo Ludens. São Paulo: Perspectiva, RETONDAR, Jeferson J. M. Teoria do Jogo: a dimensão lúdica da existência humana. Petrópolis: Vozes, RETONDAR, Jeferson J. M. Teoria do Jogo: a dimensão lúdica da existência humana. Petrópolis: Vozes, 2007.