EDUCAÇÃO DE JOVENS E ADULTOS. Bases Legais e Concepção A perspectiva orientadora da educação de jovens e adultos (EJA), em grande parte implementada nos.

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ADAPTAÇÃO CURRICULAR.
Transcrição da apresentação:

EDUCAÇÃO DE JOVENS E ADULTOS

Bases Legais e Concepção A perspectiva orientadora da educação de jovens e adultos (EJA), em grande parte implementada nos sistemas educacionais, advém da educação não-formal ligada historicamente aos movimentos sociais.

Pela formulação constitucional, a perspectiva do direito à educação como caminho da efetivação da democracia educacional inaugura, não apenas para as crianças, mas também para jovens e adultos, uma nova história na educação brasileira.

Esse direito para jovens e adultos, assegurado pela Constituição Federal, organizou-se na LDBEN estruturado como Educação Básica, (ensino fundamental e médio), o que significa assumir que para esse público há modos próprios de fazer a educação, segundo as características dos sujeitos, suas trajetórias e histórias de vida e trabalho. Em suma em sua forma de ser e estar no mundo.

A Câmara de Educação Básica do Conselho Nacional de Educação (CNE) aprovou o Parecer nº. 11/2000 que trata das Diretrizes Curriculares Nacionais para a Educação de Jovens e Adultos, decorrendo de sua aprovação a Resolução nº 1/CNE/CEB/2000, que estabelece as referidas Diretrizes.

A Resolução nº 1 estabelece em seus artigos 3º e 4º que as Diretrizes Curriculares Nacionais do Ensino Fundamental e Médio, estabelecidas pelas resoluções nº s 2 e 3 respectivamente, aprovadas pelo CNE/CEB em 1998, se estendem para a modalidade Educação de Jovens e Adultos, configurando assim a base nacional do currículo também para essa modalidade, desde que adaptadas às características do educando, nos termos preceituados pela LDBEN

A EJA requer modelo pedagógico próprio, com adequação de carga horária e de desenho de atendimento, currículo contextualizado, emprego de metodologias de ensino adequadas e formação específica de educadores para atuarem na educação de jovens e adultos.

O Conselho Estadual de Educação do Estado de Mato Grosso reviu a normatização vigente, publicando em 04/10/00 a Resolução nº. 180/2000, que fixa normas para a oferta da Educação de Jovens e Adultos no Sistema Estadual de Ensino

Orientações Curriculares Essa proposição, caracterizada pela flexibilidade necessária, considera relevantes as diferentes culturas e modos de estar no mundo presentes nas escolas, representadas pelas vivências de alunos e professores envolvidos no processo, bem como é sensível à necessária incorporação de conteúdos e modos de ensinar, apropriados aos diferentes públicos da EJA,

Superar os modelos dominantes de currículo, incorporando às propostas as aprendizagens cotidianas, o respeito às especificidades locais e às necessidades reais desses diferentes estudantes, é o desafio principal dessa definição de Orientações Curriculares para a EJA.

Nesse sentido, e em consonância com a legislação vigente que determina como função da escolarização a preparação para o trabalho e para a cidadania, na perspectiva de assegurar o direito de todos ao conhecimento historicamente acumulado, e não limitando a noção de preparação para o trabalho ao ensino profissionalizante, propõe-se um conjunto de quatro Eixos Norteadores para a definição curricular na EJA no Estado do Mato Grosso.

1º Eixo – O trabalho como princípio educativo seguindo o ideário gramsciano, centra-se na perspectiva “do trabalho como princípio educativo” Nesse sentido, é fundamental que as Orientações Curriculares para a EJA no Estado incorporem a noção de uma escola que não tenha apenas objetivo profissionalizante, mas que também garanta ao educando a liberdade de escolha e de iniciativa, o desenvolvimento intelectual, não limitando seus futuros possíveis por meio de um trabalho meramente instrumentalizador, voltado para o ingresso no mercado de trabalho.

2º Eixo – O direito de aprender por toda a vida: Esse eixo põe em evidência “o direito de aprender por toda a vida”. A idéia é contemplar o compromisso da escola com o ensino e a aprendizagem de conteúdos, com o direito de acesso das classes subalternizadas ao conhecimento historicamente acumulado, mas também à valorização dos saberes produzidos na prática social e em todos os espaços em que se aprende.

3º Eixo – Ampliando práticas de cidadania: entendendo ser necessário formar o educando para o exercício da cidadania efetiva e crítica. Pretende dessa forma subsidiar o desenvolvimento da capacidade dos educandos da EJA de atuarem social e politicamente.

4º Eixo – Educação Dialógica: Incorpora o ideário freireano da educação dialógica. Dialogar com os saberes presentes nas experiências dos educandos, nas suas culturas de origem, como alternativas curriculares baseadas no cotidiano, sugerindo aos professores vivenciarem diferentes realidades.

Os conteúdos: critérios de seleção e organização Particular importância tem essa idéia com relação à EJA, tanto no que se refere aos conteúdos de ensino quanto com relação à metodologia de trabalho. Isso porque o público a quem se destina essa modalidade de ensino traz saberes, valores e experiências de vida relevantes, que não podem ser negligenciados quando da ação pedagógica.

Considerando a especificidade da EJA, das riquíssimas histórias de vida de muitos de seus educandos, trabalhadores nas mais diversas áreas, membros de famílias dos mais diferentes formatos e estruturas, pelas quais muitas vezes são responsáveis

As práticas e a normatização possível e desejável A valorização dos múltiplos espaços/tempos nos quais se aprende e onde as pessoas se formam, contribui para a constituição de uma prática curricular mais democrática e aberta à multiplicidade de aspectos que envolvem a vida e as aprendizagens dos educandos.

Muitas vezes os educandos da EJA detêm saberes que não parecem relacionados aos conteúdos escolares ou então não possuem consciência daquilo que sabem. Cabe, portanto, ao professor, estar atento às manifestações práticas desses saberes e promover a tomada de consciência sobre eles, mais do que ensiná-los.

De professores atuando na EJA espera-se que busquem, permanentemente, estabelecer entre aquilo que ensinam e a vida concreta de seus alunos, modos de “tradução” que permitam a uns e outros se compreenderem mutuamente. : aos professores cabe mergulhar nos seus saberes, para que diálogos e traduções necessárias se estabeleçam de modo satisfatório.